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Nelson Rodrigues, com sua conhecida irreverência, expressou, com a crueza que lhe era peculiar, como agem as massas e o quanto são vulneráveis, influenciáveis e volúveis. Escreveu, em uma de suas polêmicas crônicas: "Ponha o cretino fundamental em cima de um caixote de querosene jacaré e mande-o falar. Ele dá um berro e, imediatamente, milhares de cretinos fundamentais se arregimentam". A única forma de dificultar essa manipulação é fazer o povo pensar. Castro Alves via no livro o instrumento para tornar isso possível. Mas como convencer insensatos, acomodados, lerdos de raciocínio, os que sequer sabem a razão de estarem no mundo e que têm como supremo objetivo (e na maioria das vezes o único) a satisfação dos sentidos, da importância da leitura? Como fazer esse povo pensar?
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