Monday, January 31, 2011







As pessoas de mente fraca ainda não conseguiram administrar com competência e racionalidade algo que qualquer animal irracional domina por puro instinto: a sexualidade. O corpo é transformado em mero objeto biológico. Quem age assim, não se dá conta de que essa carcaça, de ossos, músculos, nervos, veias e artérias, é mero meio para manter a sobrevivência do órgão nobre, onde fica a sede da razão: o cérebro. E que a racionalidade deve ser cultivada a todo o custo, sendo o seu cultivo o principal objetivo da existência humana. Por estas e outras, não se pode deixar de concordar com Marcel Mauss quando este constata: “Apesar de todos os inventários e de todas as teorias, existirão ainda para ser descobertas e contempladas muitas luas mortas, ou pálidas, ou obscuras, no firmamento da razão”.

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Genuína fidelidade

Pedro J. Bondaczuk


A fidelidade é uma das mais nobres virtudes, que se torna (infelizmente) cada vez mais rara nos dias que correm. Somente sendo fiéis – às pessoas, aos princípios, às causas que nos empolguem, aos nobres ideais e aos valores que cultivarmos e, sobretudo, a nós mesmos – nos tornamos plenamente confiáveis. Apenas agindo dessa forma teremos o direito de exigir reciprocidade dos outros. Ou seja, que os que nos rodeiam e que convivem conosco ajam da mesma forma.

A fidelidade essencial, contudo, que devemos levar às últimas conseqüências, é para com quem amamos. É em relação a quem nos dedique (e por quem venhamos a nutrir) amizade. É para quem confie no nosso talento e na nossa capacidade produtiva e nos prestigie quando o mundo todo nos vira as costas e se volta contra nós. Há pessoas assim? Não sei! Respondam vocês. Eu, da minha parte, creio que haja.

A vida é constituída de escolhas, cuja exatidão vai determinar nosso sucesso ou fracasso, felicidade ou amargura, bem ou mal. Escolhemos profissões, companhias, amizades etc. e até clubes de futebol para torcer. Somos sempre instados a escolher alguém ou alguma coisa, e não nos é permitido errar. Essas escolhas têm que ser estudadas, ponderadas e, sobretudo, cautelosas.

Se escolhermos certo, é sábio e prudente nos mantermos fiéis a essas escolhas. Caso contrário... Temos que descartar o que foi escolhido equivocadamente (amor, amizade, causa etc.). Isso não caracteriza infidelidade, mas reciclagem. Persistir no erro é que é grande burrice. É saudável, necessário e indispensável fazermos revisões periódicas de nossas crenças, amizades, preferências etc. – para testar sua veracidade e intensidade – e analisar o conjunto de valores que norteiam e direcionam nossa vida.

Trata-se de atitude sábia, que só nos traz benefícios ao impedir que incorramos (ou permaneçamos) em erro. Aquilo em que acreditamos é o roteiro pelo qual pautamos pensamentos, sentimentos e atos. Na vida impera a lei natural da causa e conseqüência. Tudo o que fizermos, de bom ou de ruim, nos trará resultados de idêntica natureza. Não podemos nos manter fiéis ao que nos prejudique, desvalorize ou que, até, mesmo que apenas potencialmente, possa nos matar.

Precisamos uns dos outros, é fato. Ninguém é auto-suficiente, o que é para lá de óbvio. O cronista Mário da Silva Brito escreveu, em uma crônica de 1961, publicada no Suplemento Literário do jornal "O Estado de São Paulo": "Nunca fui eu só, ou só eu. Mas todos os outros. Os antepassados, os que me rodeiam, os que pertencem ao meu tempo. Os que amo e até os desconhecidos. Estou feito de pedaços. Sou uma soma de múltiplas parcelas humanas. Consigo somar até quantidades heterogêneas".

Todos somos assim. Nosso próximo tende a nos enriquecer (ou depreciar), a ampliar (ou estreitar) nossos horizontes e a estimular (ou deprimir) em nós o espírito de competição, sem o qual, desde que sadio, ninguém se sente motivado para qualquer realização (mesmo quando se opõe a nós). Mas pode, como ressaltei, igualmente, nos corromper, desvalorizar, diminuir e até nos matar.

As verdadeiras amizades, que duram para sempre e crescem, mais e mais, à medida que o tempo passa, são livres, espontâneas, sem regras nem obrigações. Não impõem deveres nem cobranças de parte a parte. Não restringem idéias e comportamentos e dispensam censuras, elogios ou reprimendas.

Existem, belas, simples, livres e soltas, como fenômenos naturais e inexplicáveis. Sequer requerem explicações. Desenvolvem, mutuamente, espontânea gratidão, que nem mesmo exige declaração. Os amigos lêem nos olhos uns dos outros esse sentimento, que os aproxima ainda mais. O complicado é identificar tais amizades. É ter certeza que de fato existem e apresentam essas características. Como saber? Nunca se sabe!

Albert Einstein escreveu em seu livro “Como vejo o mundo”: "Centenas de vezes por dia lembro a mim mesmo que minha vida interior e exterior depende dos labores de outros homens, vivos e mortos, e que preciso esforçar-me para dar na mesma medida em que tenho recebido e estou recebendo". É a essas pessoas que devemos fidelidade irrestrita, desde que, claro, se mostrem merecedoras dela.

Minhas reflexões diárias, posto que espontâneas e livres – e, portanto, descompromissadas – estas que partilho com quem me é fiel e leal (ou que julgo que o seja), não passam disso: são frágil tentativa da minha parte de retribuir, um pouco, o muito de carinho, atenção e incentivo que recebo de todos vocês. Mesmo dos que se mantêm silenciosos e anônimos, como imperceptíveis sombras, e cuja presença percebo, apenas, pelos rastros sutis e inidentificáveis que deixam. Muito obrigado por sua fidelidade, que anseio, fervorosamente, que seja genuína.

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Sunday, January 30, 2011







Há tempos o Brasil vem sendo citado, em extensas reportagens de televisão, em artigos e matérias de jornais, nos Estados Unidos e na Europa, como um povo que não sabe cuidar dos seus meninos e meninas. E, pior do que isso, como aquele que extermina menores, como se fossem mera caça. Os que não são mortos, permanecem abandonados e ficam escolados na universidade do crime, em que se transformaram as ruas das nossas metrópoles. Na Conferência Mundial sobre Direitos Humanos, que se realizou em Viena, sob os auspícios das Nações Unidas, em1993, o Brasil foi denunciado por outra perversidade contra suas crianças. Era, na ocasião, o país latino-americano com a maior taxa de prostituição infantil. De lá para cá, as coisas, nesse aspecto, somente pioraram. Mas a sociedade prefere fechar os olhos e ignorar o problema, como se ele não existisse.

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Democracia adiada, de novo

Pedro J. Bondaczuk


A Coréia do Sul, onde vão acontecer os próximos Jogos Olímpicos, apresenta um desequilíbrio marcante entre uma boa performance econômica e a ausência completa de democracia. Tal situação é fruto de uma guerra inacabada que, fatalmente, mais cedo ou mis tarde, a exemplo da que ocorreu no Vietnã, terá que ter seu desfecho, reunificando de novo esse país, próspero, porém marcado pela violência.
Em 1953, o conflito, no qual tropas norte-americanas participaram, para impedir que toda a Península Coreana caísse sob o domínio marxista, foi suspenso, sem vencedor e sem vencido. O acordo de trégua, que fez silenciarem as armas, estipulou o paralelo 38 como um marco divisor. E consagrou a existência de duas Coréias.
Ao Norte dessa linha imaginária foi estabelecido um regime afinado com Moscou (condição ostentada até hoje). Ao Sul, criou-se uma República, que se pretendeu democrática, depois de preenchidos determinados pré-requisitos. E foi aí que o processo emperrou.
Os militares, indispensáveis na circunstância para a conservação da independência nacional, face ao permanente perigo de uma invasão do país, não se conformaram com o papel meramente profissional que a Constituição lhes atribuiu. Resolveram estabelecer uma espécie de tutela em toda a vida nacional, assumindo o governo para não mais largarem até hoje.
Durante todo esse período, a Coréia do Sul experimentou um desenvolvimento notável em sua economia. Algo parecido com o “milagre econômico” brasileiro. Aliás, parece que foi lá que a fórmula usada anos depois no Brasil foi testada.
Há coincidências entre o nosso velho regime e o que ainda está em vigor nessa República asiática, inclusive nas nomenclaturas. E nos procedimentos políticos, institucionais e econômicos. Por exemplo, tanto lá, quanto cá, predominaram doutrinas muito parecidas de segurança nacional.
Os presidentes sul-coreanos (todos militares, desde o fim d guerra) são escolhidos (como eram os nossos) por um Colégio Eleitoral. Essa República é emérita exportadora, principalmente de produtos manufaturados, como calçados, tecidos, automóveis e autopeças.
Suas exportações anuais giram em torno de US$ 27 bilhões e o país tem uma dívida externa, cujo serviço é pago com os superávits da balança comercial, de US$ 47 bilhões. Notou o leitor quanta coincidência, inclusive de nomes? Até parece coisa saída de uma mesma cabeça ou decisão de um mesmo grupo.
No correr de todos esses anos, tem se falado, freqüentemente, em abertura política, nessa sociedade tutelada. Prometem-se eleições presidenciais livres e diretas. Mas sempre que a época da votação se aproxima, algum pretexto é utilizado e a população vê, invariavelmente, suas esperanças irem por água abaixo.
O general Singman Rhee exerceu quatro mandatos consecutivos, até 1961. Só não conseguiu um quinto porque foi acusado de corrupção, e forçado a deixar o governo, e o país. Seu sucessor, o general Park Shung Hee, apenas deixou o palácio presidencial dentro de um esquife, assassinado em 26 de outubro de 1979, por um agente do serviço secreto sul-coreano, a KCIA (notem que a diferença em relação à CIA norte-americana é, somente, a adição de uma letra), Kim Jae-Kyu. Cinco anos antes, um atentado semelhante ao que lhe custou a vida havia causado a morte da sua esposa.
Em 1980, o general Choo-Doo Hwan, na presidência até hoje, assumiu suas funções fazendo promessas mirabolantes. Passados sete anos, no entanto, todas elas foram para o espaço. Tudo voltou a ser como sempre foi (se é que algum dia, nas derradeiras três décadas e meia, algo chegou a mudar).
Os rumores sobre monumentais negociatas continuam. A repressão contra a oposição segue sendo de uma selvajaria inaudita. E a desculpa para que as eleições diretas sejam adiadas sine die, agora, reside na área esportiva.
Assim, a democracia fica, de novo, relegada a um futuro indeterminado e incerto, que talvez nunca chegue. É nesse país que desportistas do mundo todo estarão se enfrentando, em 1988, pretensamente na busca dos ideais do Barão de Coubertin (há muito esquecidos, mas mencionados “ad nausea” em vésperas de Olimpíadas). E estarão dando a desculpa ideal para que Choo-Doo Hwan continue aquecendo a cadeira presidencial, até que algum outro general o tire de lá.

(Artigo publicado na página 11, Internacional, do Correio Popular, em 15 de maio de 1987).


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Ação com intenção e sentido

Pedro J. Bondaczuk.

Há, principalmente entre o vulgo (e até mesmo entre pessoas cultas e supostamente bem-informadas), uma série de equívocos e interpretações errôneas sobre o significado da poesia e por consequência daquele que a faz. Volta e meia sou interpelado, ora com azedume, ora com ar de galhofa, quando afirmo que os poetas têm visão mais lúcida e objetiva da vida do que as demais pessoas, mesmo que sua postura pareça insólita, incoerente ou utópica.

“Mas como?!”, interrogam-me admirados, como se eu estivesse dizendo o maior dos disparates, “se eles se alimentam de fantasias vivem fora da realidade”? Os poetas são, como se vê, estereotipados. São rotulados como incorrigíveis sonhadores, como os que mantêm a cabeça permanentemente nas nuvens e, por conseqüência, os pés fora do sólido solo da realidade. Enganam-se os que os vêem dessa maneira. Os poetas são, na verdade, homens de ação. Às vezes, agem até demais, impulsivamente, movidos exclusivamente pela emoção, em detrimento da reflexão. Mas agem.

A professora de Teoria Literária da USP/UNICAMP, Adélia Bezerra de Meneses, observa a propósito: “Sabemos que na Grécia as funções de adivinho, poeta e sábio muitas vezes se sobrepunham no mesmo poder mântico, na capacidade excepcional de ver e de viver para além das aparências sensíveis. Nas palavras de Vernant (Jean-Pierre, historiador e antropólogo francês, 1990), eles possuiriam ‘uma espécie de extra-sentido, que lhes descobre o acesso a um mundo normalmente interdito aos mortais’. E desde longa tradição, não apenas os adivinhos são cegos, como por exemplo Tirésias, pois têm o dom de ‘ver o invisível’, mas também os poetas, de Homero aos cantadores do Nordeste, passando por Camões. Cegos dos olhos do corpo, porque têm uma outra visão, normalmente interdita aos mortais”.

Há, em contrapartida, pessoas que refletem muito, são especialistas em dar palpites, mas na hora de agir... É aquela tragédia! Não são poetas. Omitem-se, acovardam-se, transferem tarefas que lhes competem fazer para outros. Não cometem erros, é verdade (ou os têm em menor quantidade do que outros), mas, pudera: nada fazem! Os poetas (salvo exceções), por sua vez, não são assim. Não por acaso, em grego, “fazer poesia” tinha o significado de agir, de atuar, de realizar, de construir. Portanto, até semanticamente, não há nenhum exagero na reflexão de André Maurois, quando afirma que “o homem de ação é, antes de tudo, um poeta”.

Um “poema” (poiema em grego) era, para os “pais da civilização ocidental”, “coisa feita”. Ou seja, era fruto de uma ação. A palavra “poeta” provém de “poietés”, significando fabricante, produtor, criador, ou aquele que faz. Sonhador? Até pode ser. Mas é o homem de ação por excelência, o que sabe transformar o sonho em realidade e transforma.

Hilda Hilst escreveu, em matéria sobre o Dia Mundial dos Poetas (publicada em 21 de setembro de 1983, pelo Correio Popular de Campinas, (cidade em que viveu e onde morreu): “O poeta tem os olhos no espírito do homem, no possível infinito. Quando o poeta fala, não fala do palanque, não está no comício, não deseja riqueza, não barganha, sabe que o ouro é sangue, sabe de cada um a própria fome. Enquanto vive o poeta, o homem está vivo!”.

Carecemos, nos dias atuais, de uma certa rebeldia face à corrupção, aos desmandos e à violência que campeiam e se multiplicam, arruinando as nossas vidas. Onde foram parar os grandes sonhos da juventude? Onde estão os valores éticos defendidos com destemor? Foram substituídos pelo comodismo? Foram trocados por posições? Foram abastardados? O pior de tudo é que aqueles idealistas da década de 60 renegaram por completo seus ideais a ponto de sequer passá-los a seus filhos. Daí o cínico desalento de hoje, o individualismo inconseqüente, a busca por meras miragens, estas sim “caretices” de quem não tem rumo e nem sonhos pelos quais batalhar. Faltam homens de ação. Carecemos de poetas, no sentido original.

As sociedades humanas, desde tempos imemoriais, sempre precisaram de líderes, de pessoas muito especiais, dotadas de iniciativa, com capacidade inata de comunicação e talento, para guiá-las. Em cima dessa necessidade é que se estruturaram as hierarquias – desde as familiares (nos clãs), às tribais e posteriormente comunitárias e nacionais. Como ocorre com todos os animais, possivelmente até por questões genéticas, alguns indivíduos nascem com aptidões maiores do que outros. São os que normalmente constituem as elites. Quando não, se transformam em rebeldes, em contestadores, em questionadores que não se submetem ao status vigente. São os revolucionários, fatores essenciais de mudanças, para o bem e para o mal. São os poetas na verdadeira acepção do termo. Não da do vulgo e dos pseudo-intelectuais, acomodados e mal-informados. Mas no sentido original, dos que agem com intenção e sentido e cujas ações apresentam resultado. Conceitualmente, pois, eu não preciso escrever versos para ser poeta. Talvez os mais legítimos foram os que nunca escreveram uma reles linha. Possivelmente nem mesmo sabiam escrever. Mas foram gigantes. Deixaram suas marcas. Agiram. Atuaram positivamente para o avanço da civilização.

Para ser poeta e merecer essa designação tenho é que “sentir” a poesia (a obra, portanto). Tenho que ter os olhos no infinito. Tenho que falar não a linguagem dos palanques, mas a da sensibilidade e da razão. Sejamos, pois, este tipo de poeta, ou seja, líderes na construção de um mundo de justiça e de paz. Ainda há tempo. Só não se sabe quanto!

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Saturday, January 29, 2011







O historiador norte-americano Paul Kennedy constatou que “a maior atração turística de um país é a qualidade de vida de seus habitantes”. Não são, portanto, as paisagens maravilhosas, os museus com seu rico acervo cultural, os hotéis cinco estrelas com serviço refinado e nem os costumes exóticos que atraem visitantes. Daí o Brasil de hoje, mergulhado numa miséria ditada mais pelo egoísmo e pela ausência de uma visão correta de nacionalidade do que pela falta de recursos (e que já foi muito pior, convém ressaltar), não ser tão atrativo quanto foi em passado ainda recente. Os desníveis de renda dos brasileiros chocam profundamente os que têm um mínimo de sensibilidade. E ninguém deixa seu país, numas férias, para se aborrecer. Eu não deixaria, e você?

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Soneto à doce amada-CVI

Pedro J. Bondaczuk


Doce amada, há tanta promessa em seu olhar!
Há magia, há ternura, há tanto encantamento,
que jamais poderei esquecer o momento
em que nos amamos sob a luz do luar.

Nossos corpos febris, em perfeita harmonia,
nossas almas fundidas, num só ideal,
nos seus olhos profundos, atônito, eu via
a ciência vedada do bem e do mal.

Como esquecer aquele instante de beleza,
de místico êxtase que nos dominava,
que era incomparável em toda a natureza?!

Repetir aquele instante, ó Deus, quem me dera!
Era noite clara...ao longe, um mocho piava.
O mundo despertava...era primavera!


(Soneto composto em Campinas, em 20 de setembro de 2006).

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Impulsividade salvadora

Pedro J. Bondaczuk

A pessoa impulsiva, a que age sem premeditação e nem plano prévio, quase sempre dá com os burros n’água e fracassa em seus empreendimentos, seja qual for sua natureza. Mas nem sempre isso acontece. Não existe regra geral e inflexível, tida como dogma, que garanta, com absoluta certeza, sucesso ao indivíduo certinho, desses que trazem as vidas rigorosamente planejadas e que jamais, em circunstância alguma, dão saltos no escuro.
Estas considerações vêm a propósito do personagem central do romance “Trem noturno para Lisboa”, do suíço Pascal Mercier (pseudônimo do filósofo Peter Bieri, nascido em Berna, professor de Filosofia da Universidade de Berlim), um dos fenômenos editoriais da temporada. O referido protagonista central do enredo é Raimundo Gregorius, pessoa culta e sumamente metódica, dessas nunca dadas a aventuras ou arroubos de ousadia, que leciona línguas clássicas, e que, subitamente, num desses impulsos que todos às vezes temos na vida (mas que raros agem movidos por eles), mergulha de cabeça em uma incrível jornada sem limites e descobre uma série de verdades sobre o mundo e, principalmente, sobre si mesmo.
O livro, esclareça-se, não é novo, embora tenha sido lançado apenas recentemente no Brasil pela Editora Record. Na Alemanha, já vendeu mais de dois milhões de exemplares e está há alguns anos em todas as listas dos mais vendidos país afora. Tudo indica que, entre nós, terá idêntica trajetória. É uma obra que lhes recomendo sem pestanejar.
Gregorius, personagem emblemático (que, provavelmente tem tudo a ver com Mercier), tem o apelido de “Mundus”, por sua erudição, notadamente na matéria de sua especialidade: línguas clássicas. Tendo fracassado no casamento, leva vida pacata de “solteirão”, (que é o que ocorre com boa parte dos que se divorciam), dedicada quase que exclusivamente à disciplina que leciona e aos seus alunos.
Um encontro casual, todavia, muda tudo isso. Numa determinada manhã chuvosa, o vetusto mestre, folclórico entre professores e alunos da instituição em que trabalha, impede que uma linda mulher se jogue da ponte em Berna e ponha, dessa forma, fim à própria vida. Em rápido diálogo com a potencial suicida, Gregorius encanta-se com a sonoridade da língua (estrangeira) que ela fala para tentar justificar seu gesto que, na verdade, ele não entende. Esse idioma é... o português.
Fascinado pela sonoridade das palavras dessa linguagem, para ele insólita, vai a uma livraria e compra um livro, assim a esmo, de um autor qualquer do país em que se adota esse mavioso linguajar. Trata-se do escritor português Amadeu Inácio de Almeida Prado.
É praticamente aí que começa a verdadeira história, o enredo central desse tão bem urdido romance. De posse de um dicionário, Gregorius traduz trechos do referido livro e, à medida que vai lendo (e entendendo) as reflexões do autor, mais envolvido e curioso fica. É aí que entra o tal impulso. Fica obcecado para saber quem era o autor das judiciosas palavras que lia, qual a sua realidade pessoal, onde vivia, o que fazia além de escrever etc.. Enfim, quais eram as circunstâncias da sua vida.
No dia seguinte ao do encontro com a portuguesa, bem no meio de uma aula, interrompe uma explanação que faz e, para espanto de toda a classe, deixa subitamente a sala e a faculdade. Vai até a estação ferroviária de Berna, e sem planos prévios e sem avisar ninguém, parte no primeiro trem com destino a Lisboa.
Bem, ficarei por aqui em minhas dicas sobre o enredo para não estragar o prazer da surpresa na leitura desse intrigante romance. Leiam-no e tenho a certeza de que irão gostar, da primeira à derradeira página. Trata-se de fascinante aventura intelectual e estética, como é a do próprio Mundus, personagem central da obra.
Quanto a Mercier... Também agiu por impulso ao elaborar esse texto. Sem planejar e nem avisar ninguém, decidiu, de repente, escrever “Trem noturno para Lisboa”. Tornou-se, para sua surpresa, best-seller, e não pára mais de vender, o que transformou, óbvio, toda a sua vida. Entre outras coisas, largou o magistério, que lhe rendia migalhas perto do que a literatura lhe rende agora. Em vez de passar seus dias às voltas com alunos, não raro entediados, sonolentos e desinteressados de suas preleções, passa-os, agora, à frente da telinha do computador, a escrever novos romances. Tudo leva a crer que, de certa forma, Mundus é o próprio perfil de Mercier.
Quanto ao pseudônimo que adotou, o ora bem-sucedido romancista explica: “Enquanto professor, receei colocar a minha reputação acadêmica em causa quando comecei a escrever ficção. Precisava me esconder atrás de pseudônimo para ter coragem de me libertar na escrita. Só sabia que queria um nome com sonoridade francesa, mas que não fosse extravagante. É uma experiência fantástica escolher um outro nome, porque o kitsch que há em nós surge no seu máximo.Os primeiros nomes que nos surgem são extraordinários”.
Se você, leitor amigo, tem secretas e inconfessáveis ambições de se tornar escritor, mas não tem coragem de abandonar sua “santa rotina”, seu empreguinho chato – mas que lhe rende o suficiente para custear seus caprichos – e nem o cronograma “certinho” que elaborou, decida-se. Vá à luta!
Da próxima vez que lhe bater o impulso de jogar tudo para o alto, faça-o. Claro que você jamais terá certeza do acerto da decisão. Nunca temos. Siga, porém, seus instintos e, sobretudo, sua intuição. Faça o que o coração lhe ditar. Mas arque sozinho com as conseqüências. Aí é que está a graça desse tipo de aventura. Se forem boas, a glória será sua. Se forem ruins... azar o seu. Quem sabe, todavia, se daqui a algum tempo, não estarei comentando, neste espaço, seu sensacional best-seller? Quem sabe? Afinal, quem não arrisca...

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Friday, January 28, 2011







O homem, sem que o perceba ou se dê conta, morre a cada dia para em seguida renascer. Daí não ser tão mitológico assim o mito da fênix, aquela ave egípcia que renasceria de suas próprias cinzas. A cada dia, somos os mesmos e no entanto somos um outro. Todas as células do organismo, seja de que tecido forem, se "auto-copiam", através da reprodução, passando para as sucessoras todas as informações de que dispunham. A cada manhã, portanto, somos pessoas renovadas, inclusive do ponto de vista físico. Em termos mentais, nem se diga. Mudamos a cada instante. E infeliz daquele que não muda nunca, que se aferra a dogmas, a comportamentos superados pelo tempo, a maneiras arcaicas de pensar e de agir. Ninguém, todavia, "renasce" das próprias cinzas com maior intensidade e força do que o artista e, mais ainda, do que o poeta. Por isso, ele é tão especial e mágico.

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Sem carregar nas tintas

Pedro J. Bondaczuk


Victor Hugo escreveu, certa feita, que “não há nem ervas daninhas, nem homens maus. Há apenas maus cultivadores”. Talvez tenha exagerado, sei lá. É possível que haja sido excessivamente otimista e exageradamente complacente com as taras e fraquezas humanas. No fundo, no fundo, todavia, concordo com ele. Somos produtos do ambiente em que nascemos, crescemos e vivemos, das circunstâncias positivas e negativas que envolvem nossas vidas e da educação, no sentido amplo do termo, que recebemos (ou deixamos de receber, quando o caso).

Não creio em maldade inata e latente. Ninguém nasce bom ou mau. Nasce vulnerável e desamparado e tem que aprender desde como sugar o leite materno para se alimentar, até a sentar-se, engatinhar, andar, falar etc.. Se quisermos, de fato, melhorar o mundo, temos que ser peritos “cultivadores” de virtudes e atitudes sadias. Para tanto, óbvio, precisamos tê-las. É questão não apenas de prudência, mas até de lógica, educarmos as novas gerações para a solidariedade e o bem.

Se alimentarmos o mal – quer por ação, quer por omissão – é possível, se não provável, que venhamos a ser vítimas dele. Nada nos garante, por exemplo, que um desses tantos malucos de pedra que circulam por aí, com a mente intoxicada de ódio, revolta e cobiça, não nos suprima, subitamente, a vida, pondo fim a todos nossos sonhos e ilusões. Por mais que venhamos a nos prevenir, jamais estaremos totalmente a salvo desse aleatório evento.

Há, pois, tanto ódio, tanta miséria, tanto preconceito e tanta violência no mundo por obra apenas dos próprios homens. O mal não está no ar que respiramos, nem na água que bebemos, muito menos no alimento que ingerimos e sequer na terra em que pisamos, que um dia acolherá nossos restos mortais. Está no interior do coração humano. Por isso, pode ser controlado, quando não extirpado. Pelo menos teoricamente.

Para isso, o homem conta com o livre arbítrio. Pode decidir, livremente, soberanamente, sobre a natureza dos seus sentimentos e ações. Mas tem que arcar com as conseqüências. O escritor William Thackeray observa que "o mundo é um espelho. Devolve a cada homem o reflexo de seu próprio rosto. Encare-o carrancudo e ele o olhará com amargura; ria para ele e com ele, e ele lhe será alegre e gentil companheiro".

Quais são os verdadeiros males que nos afligem, os inevitáveis, os que existem desde o surgimento do homem e que sempre existirão? De acordo com a escritora Marguerite Yourcenar, com a qual concordo, são “a morte, a velhice, as doenças incuráveis, o amor não correspondido, a amizade recusada ou traída, a mediocridade de uma vida menos vasta que os nossos projetos e mais enevoada que os nossos sonhos”.

Há outros, sem dúvida, como a violência, a brutalidade, o crime, a marginalidade etc.etc.etc. Embora haja quem não concorde, todavia, todos eles são perfeitamente evitáveis. Podem ser eliminados da Terra com uma educação generalizada, universal e correta. E com o cultivo de valores, com a consciência da necessidade da solidariedade em relação aos mais frágeis, com o irrestrito respeito aos direitos alheios, com o cuidado à natureza e ao Planeta em que habitamos e, sobretudo, com a substituição do insensato egoísmo pelo absoluto altruísmo. Tudo isso é possível? Potencialmente, sim! Mas na prática...

E por que trago esse assunto à baila num espaço de literatura e não de comportamento? Porque nós, escritores, trabalhamos, a todo o momento, com esses conceitos a princípio abstratos: o bem e o mal. Criamos personagens ora bondosos, ora maldosos, aos quais procuramos dar o devido equilíbrio, para torná-los, mesmo que minimamente, verossímeis. Para tanto, temos que encontrar a “medida certa”, o que, convenhamos, não é tarefa nada fácil. Não podemos “carregar nas tintas” nem num e nem noutro sentido. As pessoas comuns não são nem totalmente más e nem revestidas de absoluta santidade (salvo raríssimas exceções, se é que existem).

Não sei como vocês procedem, todavia eu levo, às vezes, até meses para criar os personagens das minhas histórias. É um processo lento e penoso de elaboração para o qual valho-me, além da observação, da memória, ou seja, de ingredientes meus, próprios, e de leituras etc.etc.etc. Não raro, alguns têm que ser “abortados” e recriados, por não apresentarem a desejada verossimilhança. Conta muito, nesse processo, o “tempo” em que o enredo transcorre. Mas há que se ter cuidado nesse aspecto para não superestimar as gerações anteriores à atual, num sentido ou em outro..

Afinal, o homem contemporâneo é tão, ou na verdade muito mais brutal do que nossos mais remotos ancestrais, inclusive os primitivos habitantes das cavernas. Teoricamente, a educação e o crescente acesso às informações, ditados pela fantástica evolução da tecnologia, deveriam reduzir, se não eliminar, todo e qualquer tipo de brutalidade. Não é, porém, infelizmente, o que acontece. Muito pelo contrário.

A História registra, por exemplo, guerras e mais guerras, ferocíssimas e sanguinárias, pelo menos desde a invenção da escrita. As que ocorreram anteriormente ficam, apenas, por conta da nossa imaginação. Mas nenhuma das atrocidades de um Átila, de um Alarico, de um Genserico ou de tantos e tantos outros ferozes matadores sequer se compara, e nem de longe, ao Holocausto, da Segunda Guerra Mundial, ou aos massacres ocorridos ainda recentemente na Bósnia, em Kosovo, na Chechênia e, notadamente, no Iraque e no Afeganistão. Isso para não falar do lançamento das duas bombas atômicas que arrasaram em minutos as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, matando, instantaneamente, quase duzentas mil pessoas em dois únicos ataques.

Por isso, não tenho como deixar de dar razão ao escritor peruano, Mário Vargas Llosa, que constatou: “A brutalidade constitui uma das mais constantes heranças humanas, que o desenvolvimento absolutamente não elimina”. E aduziria, desolado: “infelizmente”. É a esse aspecto que nós, escritores, temos que ficar atentos ao criarmos nossos vilões, para que eles não sejam ridiculamente “bonzinhos” e nem perversos e incontroláveis homicidas além da conta. Nosso papel, afinal de contas, não é o de fazer apologia do mal, mas de contar uma história que, se possível, traga algum proveito ao leitor. Voltarei a tratar do assunto.

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Thursday, January 27, 2011







Às vezes não consigo dissimular a zanga que sinto contra atos de perversidade, corrupção e violência. Contra as taras, a miséria, o egoísmo, a prevalência da força, o instinto cego e destrutivo e tudo o que ameace a vida e a felicidade das pessoas. Mesmo esses momentos de explosão, contudo, tento tornar racionais, para que excessos não neutralizem as lições possíveis de se extrair da maldade condenada. Aristóteles observou: "Qualquer pessoa pode zangar-se – isso é fácil; mas zangar-se com a pessoa adequada, na medida adequada, para o propósito adequado e de maneira adequada, isso é coisa que não está ao alcance de qualquer um, e não é fácil". A única forma efetiva e inteligente de se combater o mal é contrapor-lhe o bem. É agir com bondade, paciência e compreensão em relação aos egoístas, aos malvados e aos violentos que, na verdade, são mais dignos de pena do que de ira. E isso, óbvio, não é fácil!

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Cronos e Narciso (crônicas, Editora Barauna, 110 páginas) – “Nessa época do eterno presente, em que tudo é reduzido à exaustão dos momentos, este livro de Pedro J. Bondaczuk reaviva a fome de transcendência! (Nei Duclós, escritor e jornalista). –
Preço: R$ 23,90.

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(contos, Editora Barauna, 73 páginas) – Um lance, uma única e solitária jogada, pode decidir uma partida e até um campeonato, uma Copa do Mundo. Assim como no jogo – seja de futebol ou de qualquer outro esporte – uma determinada ação, dependendo das circunstâncias, decide uma vida. Esta é a mensagem implícita nos quatro instigantes contos de Pedro J. Bondaczuk neste pequeno grande livro. –
Preço: R$ 20,90.

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Cumplicidade anímica

Pedro J. Bondaczuk

O escritor estabelece cumplicidade com seus leitores. Trata-se de afirmação até acaciana, de tão óbvia, mas que muitos não se dão conta. Isso ocorre à sua revelia, pois ele não tem a menor noção de quem irá ler o que escreve e, por conseqüência, por quem irá se identificar com seu teor. É mais correto dizer, pois, que quem lê é que vê naquele que escreve o seu cúmplice, não o vice-versa Não é o escritor que escolhe o leitor (antes fosse), mas é exatamente o contrário. Da minha parte, escolho os autores que pensam mais ou menos o que penso e que, sobretudo, têm o que me acrescentar, em termos de informações, emoções e reflexões.


Essa cumplicidade, esclareça-se, não é física. Raramente escritor e leitores se conhecem pessoalmente. Ela é sentimental, afetiva, diria anímica. E costuma durar para sempre. Tenho, por exemplo, meu elenco de autores favoritos e são muitos, muitíssimos. E a cada semana, senão a cada dia, se amplia mais e mais. Torna-se impossível, por exemplo, declinar minhas eventuais preferências. Gosto de todos por igual, com a mesma intensidade. Quem acompanha meus textos – ou seja, quem é meu “cúmplice” – conhece, razoavelmente, o elenco dos escritores que aprecio. Cito-os, amiúde, e essas citações decorrem, naturalmente, da nossa “cumplicidade”. Ou melhor, da minha para com eles.


Entre minhas preferências estão os livros da mineira Adélia Prado. Perdi a conta de quantos poemas dela eu já li. E continuarei lendo tantos quantos venham a me cair em mãos. Por falar nessa poetisa, aproveito para informar que ela está com nova obra poética na praça. Trata-se de “A duração do dia”, livro fresquinho, fresquinho, cheirando a tinta, que acaba de sair da Editora Record. Claro que o recomendo aos que acreditam em mim, sobretudo no meu propalado bom-gosto, ou seja, aos meus cúmplices.


Acho um tanto esquisito falar de livros de poesia sem apresentar ao leitor pelo menos uma amostra do seu conteúdo. Nesse aspecto, não vou deixar vocês na mão. Selecionei, de “A duração do dia”, de Adélia Prado, este poema, característico do seu estilo e da sua temática, intitulado “Tão bom aqui”: “Me escondo no porão/para melhor aproveitar o dia/e seu plantel de cigarras./Entrei aqui pra rezar,/agradecer a Deus este conforto gigante./Meu corpo velho descansa regalado,/tenho sono e posso dormir,/tendo comido e bebido sem pagar./O dia lá fora é quente,/a água na bilha é fresca,/acredito que sugestiono elétrons./Eu só quero saber do microcosmo,/o de tanta realidade que nem há./Na partícula visível de poeira/em onda invisível dança a luz./Ao cheiro de café minhas narinas vibram,alguém vai me chamar./Responderei amorosa,/refeita de sono bom./Fora que alguém me ama,/eu nada sei de mim”.


Gostaram? Se vocês forem, de fato, meus cúmplices, não há porque não gostar. E, se estiverem lendo estas descompromissadas reflexões, a cumplicidade em questão é uma realidade entre nós. Esta se manifesta com maior intensidade com nossos poetas preferidos, embora possa ocorrer, também, com cronistas, contistas, romancistas e novelistas. É o que ocorre comigo, por exemplo, em relação a Jorge Luís Borges. Este meu “guru” faleceu, se não me falha a memória, em 1984. Nunca houve, óbvio, nenhum contato pessoal entre nós. Ele sequer tomou ciência, por qualquer meio que fosse, de que eu existia. No entanto...


Tenho inúmeros livros de Borges, quer traduzidos, quer no original, em espanhol. Sempre que tenho notícia de alguma republicação de sua obra, dou um jeito de adquiri-la. E “devoro”, sofregamente, página por página, do que escreveu. Parece-me que suas mensagens são pessoais, dirigidas exclusivamente para mim. Não são, é claro. Mas ajo como se fossem.
Aliás, meu grande “guru” tem um poema em que explica esse fenômeno de cumplicidade. Seu título? O mais óbvio possível: é “O cúmplice”. Descobri-o em um site de Portugal e a tradução é do escritor português Fernando Pinto do Amaral.


O referido poema diz o seguinte: “Crucificam-me e eu tenho de ser a cruz e os pregos./Estendem-me a taça e eu tenho de ser a cicuta./Enganam-me e eu tenho de ser a mentira./Incendeiam-me e eu tenho de ser o inferno./Tenho de louvar e de agradecer cada instante do tempo./O meu alimento é todas as coisas./O peso exato do universo, a humilhação, o júbilo./Tenho de justificar o que me fere./Não importa a minha felicidade ou infelicidade./Sou o poeta”.

Como não gostar de um sujeito tão inteligente e sensível? Como não ser seu cúmplice, em suas aventuras literárias? Infelizmente, não tive o privilégio e nem a mais remota possibilidade de conhecê-lo pessoalmente. Como, também, jamais mantive qualquer tipo de contato pessoal com Adélia Prado. Com a poetisa mineira, porém, ainda há alguma esperança de algum encontro. Mas com Borges... Eu teria altos papos com ambos, caso os encontrasse, sobre a vida, os sentimentos, as amizades, o amor, a felicidade etc.etc.etc. E, sobretudo, sobre essa nossa paixão comum, que nos torna cúmplices desse “crime” inenarrável, que é o de bisbilhotar sentimentos e comportamentos alheios e de divulgá-los aos quatro ventos.


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Wednesday, January 26, 2011







Estou sendo generoso quando exponho minhas idéias mais íntimas, aquelas que denunciam como sou, com toda a minha fragilidade e vulnerabilidade, ao julgamento nem sempre isento e justo do público, mesmo que em troca de pagamento. E interpretações distorcidas não faltam para esse exercício permanente. Alguns atribuem o muito escrever à vaidade (o que, a pretexto de ser uma ofensa, é na verdade um elogio, pois pressupõe que o que escrevo é tão bom a ponto de me fazer vaidoso). Outros, à ânsia de notoriedade fácil (como se a apresentação de idéias através das palavras fosse uma ação que não exigisse nenhum esforço). Outros, ainda, acham que se trata de ganância, pensando que todos os textos produzidos são regiamente pagos. Ainda assim, escrevo com alegria, com prazer, com emoção. Meu empenho é o de mostrar o lado alegre, belo ou risível da vida. O trágico é desnecessário. Não há quem não o conheça, por mais alienado que seja.


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Valorização da vida

Pedro J. Bondaczuk


O respeito à vida parece diminuir a cada dia, à medida que aumentam as exigências e a complexidade do mundo moderno. E olhem que antes nunca foi tão alto assim. Normas de segurança são desrespeitadas, por exemplo, nos ambientes de trabalho, nas indústrias, no trânsito, nos hospitais e em inúmeros outros locais. As pessoas parecem não se dar conta da sua fragilidade e vulnerabilidade e afrouxam os mecanismos triviais de prevenção, que nunca foram tão eficazes. Parece que inibem o instinto mais básico de qualquer ser vivo, o de sobrevivência.

A valorização da vida é e deve ser inerente a qualquer ser racional. Começa com o respeito que cada um deve ter por si mesmo, condição básica para qualquer sentimento que possa ter em relação ao próximo. Como respeitá-lo, como se preocupar com ele se, antes de tudo, o homem não respeitar a si próprio? Há muitos que, mesmo em cargos de responsabilidade, se omitem, desrespeitam as mais simples normas de segurança e, dessa forma, não dão o devido valor à vida, deixando de lado o bom-senso, a honra e a dignidade, qualidades, aliás, cada vez mais raras nos dias que correm.

A palavra “viver” justifica, plenamente, sua condição de verbo. Caracteriza “ação” e não apenas uma e única, mas inúmeras, em quantidade quase infinita. Traz, implícita, dezenas de outros verbos vinculados, como amar, sofrer, sorrir, chorar, lutar, vencer e tantos e tantos outros. Há, todavia, pessoas que virtualmente não vivem, mas se limitam a “existir”. Fogem dos sentimentos, economizam ações e se julgam merecedoras apenas de vantagens e de proteção, sem que façam nada para justificar esse suposto merecimento.

A esse propósito, Oscar Wilde fez essa constatação lapidar: “Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe”. Vivamos, pois, plenamente, com alegria e bom-humor. Sejamos confiantes e não tenhamos medo de nos expor ao que possa, eventualmente, nos ferir ou magoar. Não nos conformemos a meramente existir, como as pedras, as águas, os abismos e os montes. Sejamos, sobretudo, humanos.

Quando falamos de vida, de forma específica – da nossa, por exemplo – deveríamos nos referir a ela sempre no plural. Vivemo-la de forma tão intensa, variada e diferente; sofremos tantas transformações, físicas, psíquicas e afetivas ao longo dos anos, que é como se renascêssemos, vezes sem conta, das cinzas, e fôssemos, a cada renascimento, outras pessoas. Temos, na verdade, “vidas” que, somadas, compõem o conjunto da nossa vida.

Nossos caminhos se cruzam, aleatoriamente, com uma quantidade imensa de pessoas, que nos influenciam e às quais influenciamos. E estes relacionamentos tanto podem ser neutros, sem causar nenhuma conseqüência (ou sequer lembrança), quanto podem nos melhorar, piorar ou até destruir. O poeta austríaco Rainer Maria Rilke trata do tema em sua “Nona elegia”, que encerra com estes metafóricos versos: “Vê, eu vivo. De quê? Nem a infância nem o futuro minguam.../Inúmera a existência/transborda-me do coração”.

Todos os que lidam com idéias, princípios e valores têm (a justa) pretensão de influenciar pessoas. É uma atitude justa, coerente e até nobre. Todavia, isso não pode ser feito pelo expediente da força, das ameaças e da coação. Só conquistando a confiança e, principalmente, o afeto alheios, a influência será eficaz, duradoura e decisiva. Isso vale, notadamente, para pais e educadores.

Há quem tente impor a ferro e fogo princípios de conduta ao próximo. Não conseguem, claro, mesmo que esses valores sejam nitidamente corretos, construtivos e essenciais. O que está errado, no caso, não são as idéias, mas o método de exposição.

As portas do espírito só podem ser abertas pela chave do amor. Ame pois, ame profunda e sinceramente os pobres de espírito, que carecem do seu esclarecimento. Faça do afeto a sua estratégia para chegar à sua mente, mediante o caminho do coração. O escritor mexicano, Domenico Cieri, escreveu o seguinte a respeito: “Ame se você quer influenciar”. Valorize a vida, esse evento raro, e por isso precioso, no universo.

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Tuesday, January 25, 2011







A generosidade não consiste, como a maioria entende, apenas em dar aos outros (àqueles que estão necessitando), o que temos de sobra e não iremos usar ou que nos seja imprestável: uma roupa velha que para nós não tem mais utilidade, um objeto que não mais nos interesse possuir, dinheiro, ou seja lá o que for. O ato mais generoso que existe é o da auto-doação e aos que sequer conhecemos. É o de doar nossas idéias, nossa visão da vida, nosso entendimento do mundo, nossas fantasias e ilusões. É levar consolo aos desconsolados, esperança aos desesperançados, alegria aos tristes e perspectivas aos entediados. É repartir de graça a experiência que adquirimos a um preço muitas vezes proibitivo. E é isso o que os escritores, estes seres iluminados e generosos, detentores de um talento que não é dado a qualquer um possuir, fazem. Ofertam ao mundo aquilo que são.


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Sem solução de continuidade

Pedro J. Bondaczuk


A educação, em seu sentido mais amplo (e mais nobre) é a única forma de mudar, positivamente, o coração humano e de redimir a humanidade. A alternativa para ela, sem dúvida, é a catástrofe. Da maneira como educarmos as gerações futuras, será como elas irão se comportar quando amadurecerem. Os princípios que lhes transmitirmos, transmitirão à descendência. Se forem educadas para o bem, a grandeza, a bondade, o amor e a solidariedade, serão estas as virtudes que irão prevalecer no mundo. Em caso contrário... Restarão poucas esperanças.

Contudo, é mister que se entenda de fato o que é a educação. Em geral as pessoas, até as de vasta cultura e profundo saber, habituadas a raciocinar, confundem-na com mera “instrução”. Ela “também” é isso, mas não “apenas” isso. Esse é um dos temas recorrentes sobre os quais mais escrevi e certamente ainda irei escrever. Há quem diga que costumo ser repetitivo quando trato de educação. De fato, sou. Mas de propósito. Esse processo de repetição, em jornalismo, é o que ficou conhecido como “reiteração”. Consiste em repetir, e repetir e repetir o cerne do que se pretende comunicar, para fixar o conceito na mente do leitor. É o que faço quando abordo este assunto.

O processo de educação é permanente, contínuo, eterno, sem solução de continuidade, geração após geração. O pressuposto básico para que possamos educar alguém é o de, antes de tudo, (óbvio) sermos educados. É termos absoluta certeza da necessidade e da eficácia dos valores que transmitimos. Exige, mais do que palavras, princípios, ações e exemplos. Gilbert Chesterton acentuou: “A única educação eterna é esta: estar seguro o bastante de uma coisa para dizê-la a uma criança”.

Os conceitos que transmitirmos aos filhos, netos, sobrinhos ou alunos, irão moldar seu caráter e determinar seu comportamento vida afora. Se lhes passarmos a impressão de que o mundo é dos “espertos”, formaremos uma geração insensível, egoísta e preconceituosa. Se, pelo contrário, destacarmos valores testados e aprovados pelo tempo, como bondade, honestidade e solidariedade, estaremos contribuindo para um mundo mais justo e humano.

Estudantes... É o que todos somos, mesmo que não freqüentemos nenhuma escola e até já sejamos profissionais liberais esclarecidos e bem-sucedidos em nossas respectivas profissões. Gostamos de ostentar nossos títulos de graduação, pós-graduação, doutorado etc. e não há mal nenhum nisso. Afinal, são comprovações de sucessos obtidos em nossa busca por conhecimento e especialização.

Contudo, por mais ilustrados que sejamos, sempre teremos algo para aprender (e, por conseqüência, para ensinar). Até o analfabeto não deixa de ser perpétuo estudante. Estuda, no seu caso, como sobreviver sem o grande acervo de conhecimento contido nos livros. O indigente, por sua vez, é um estudante até mais aplicado do que a maioria, até para garantir a sobrevivência. Estuda, entre outras coisas, como conseguir seu próximo prato de comida ou de que maneira arranjar um abrigo que o proteja da chuva, vento e frio.

Estudantes. É isso o que sempre fomos, somos e seremos, enquanto estivermos vivos. O processo de educação vai do berço à tumba. Começa tão logo vemos a luz do mundo pela primeira vez e termina, para nós, enquanto alunos, ao darmos o derradeiro suspiro. Como mestres, todavia, a morte não é necessariamente o fim. Nossos livros (se os tivermos escrito, é evidente), nos sobreviverão e continuarão transmitindo experiências e princípios cem, quinhentos, mil, dez mil anos após nossa extinção.

Na escola da vida, ninguém é diplomado jamais. Não dá tempo. A morte chega antes. O escritor Jean Guetton chegou à mesmíssima conclusão (que embora óbvia, quase nunca nos damos conta), ao escrever; “Estudante: eis um título que apenas abandonamos no túmulo”.

Já o educador tem tarefa das mais importantes, que não se limita a uma única geração, reitero, mas que se estende por todas as outras. Compete-lhe transmitir (e novamente valho-me da reiteração) princípios, virtudes e valores que se perpetuem e tornem as pessoas melhores, mais abnegadas, justas e solidárias. Sua missão não se restringe à simples transmissão de conhecimentos. Caracteriza-se pelo desenvolvimento e consolidação de saudáveis e construtivos hábitos e comportamentos – individuais e coletivos.

Ele é não apenas o arauto, mas o verdadeiro construtor do futuro. É o sublime semeador de esperanças, que lança, cotidianamente, sementes e mais sementes, no solo (nem sempre fértil) das mentes e dos corações dos futuros líderes. Carrol Lewis afirmou a respeito: “A tarefa do educador moderno não é derrubar florestas, mas irrigar desertos”. Ou seja, é transformar mentalidades estéreis e esturricadas em férteis e produtivos campos, em que brotem saudáveis florestas de solidariedade e de amor. Com certeza, voltarei ao assunto.




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Monday, January 24, 2011







"Vanitas vanitate", dizia Salomão sobre a vida. Estranha criatura o homem! Milan Kundera escreveu, em seu "Livro do Riso e do Esquecimento": "O orgulho do poeta não é um orgulho banal. Só o próprio poeta conhece o valor daquilo que escreve. Os outros o compreenderão muito mais tarde ou talvez nunca o compreendam. O poeta tem, portanto, o dever de ser orgulhoso. Se não fosse, trairia sua obra". Escrevo para o futuro e a posteridade. Mas corro o risco (real) de resvalar para o absoluto esquecimento... Que tolice!

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Planos, por enquanto só planos

Pedro J. Bondaczuk

O leitor Tarcísio Cruz questiona-me, por e-mail, a propósito dos meus planos literários, sobretudo os de curto prazo. Pergunta-me se tenho algum novo livro engatilhado para ser lançado e qual a previsão desse lançamento. O mais correto da minha parte seria responder-lhe da mesma forma como ele me consulta, ou seja, de forma particular e não pública. Deveria enviar-lhe um e-mail com as respostas solicitadas e ficaria tudo resolvido. Mas não farei isso. Até porque, muitos outros leitores me fizeram a mesma pergunta.
Tarcísio elogia muito o meu texto por sua informalidade. Gosta dessa espécie de bate-papo que promovo neste espaço e também em meus livros. Diz que discorda de muita coisa que escrevo, mas que admira meu estilo, ou seja, minha maneira despojada de escrever. Garante que me acompanha assiduamente nos diversos espaços da internet em que tenho o privilégio de colaborar. Só que, conforme observo, ele sequer é seguidor deste espaço. A menos que o seja não utilizando seu nome de batismo, mas algum pseudônimo, como muitos fazem por aqui.
Embora nossa revista eletrônica diária esteja revestida de uma certa formalidade, procuro, sempre que posso e que julgo oportuno, ser informal. Gosto de quebrar normas, porquanto acredito que não se deva, nunca, engessar a criatividade. Bem, mas chega de lero-lero, de explicações e de divagações, que não passam de enrolação. Vamos ao que interessa.
Tenho quatro livros publicados, embora conte já com 18 escritos, muitos dos quais, inclusive, revisados e prontos para serem “negociados” com editoras. Dos que já saíram do prelo, “Quadros de Natal” está rigorosamente esgotado. Como foi um livro bancado do próprio bolso, pretendo republicá-lo, com alguns cortes e acréscimos, por alguma editora que eventualmente venha a se interessar por ele. Potencial de venda ele já demonstrou que tem. Recuperei o investimento feito nele e, de quebra, apurei certo lucro, nada desprezível.
Do “Por uma nova utopia” não posso dizer coisa alguma. Doei, em cartório, todos os direitos comerciais dessa obra para o Centro de Defesa da Vida, entidade voltada à prevenção de suicídios. Compete-lhe, pois, decidir se lança ou não nova edição. E se lançar, a totalidade do que for arrecadado será dessa organização.
Sobre “Cronos e Narciso” e “Lance fatal”, lançados, simultaneamente, em setembro de 2010 pela Editora Barauna, pouco ou nada posso dizer. Ainda é muito cedo para qualificá-los de sucesso ou de fracasso editorial. Continuo trabalhando a todo o vapor na sua divulgação e confio na ação de leitores, como o Tarcísio Cruz, para que as vendas decolem.
Se vierem a decolar, quero lançar, ainda em 2011, uma nova dupla de livros, e outra vez um de contos e outro de crônicas, intitulados, respectivamente: “Passarela de sonhos” (com histórias que têm como pano de fundo o carnaval) e “País da luz”. A tendência (dependendo, claro, da performance de “Lance fatal” e “Cronos e Narciso”) é a de negociá-los, de novo, com a Barauna. Com a ajuda de vocês, tudo vai dar certo.
Mas não pretendo parar por aí. Planejo lançar, em 2013, um livro que nasceu aqui, neste espaço, no qual abordo todas as copas do mundo de futebol que tive o privilégio de acompanhar nestas minhas quase sete décadas de vida. O motivo de programar esse lançamento para tal ocasião é óbvio. É a realização da segunda copa do mundo da história aqui no Brasil.
Talvez não seja boa estratégia, mas pretendo continuar lançando meus livros futuros sempre em duplas. Ora um de contos e outro de crônicas, ora um romance e um de poesia e assim por diante. Tenho esperanças de poder colocar no mercado, em prazo não muito longo, todos os 18 livros que já escrevi. Mas dependo, insisto e reitero, de boas vendas de “Cronos e Narciso” e “Lance fatal”. Daí minha insistência nessas duas obras que, até admito, não são as melhores que já produzi.
Bem, creio que respondi ao leitor Tarcísio Cruz quais são meus planos, pelo menos em relação ao mercado editorial. Minhas atividades literárias, todavia, não se restringem à redação e publicação de livros. Pretendo continuar produzindo e publicando, diariamente, crônicas e mais crônicas nos vários sites com os quais colaboro (que, se não me falha a memória, já são dez).
Esse tipo de compromisso, embora não me renda dividendos financeiros (na verdade, nesse aspecto, até me dá prejuízo), tem o condão de impedir que eu venha a me acomodar. Força-me a produzir, produzir e produzir, cada vez mais. E, da quantidade, sempre darei um jeito de extrair a desejável e bem-vinda qualidade.
Meu blog, “O Escrevinhador”, já entrou no sexto ano, sem que eu deixasse de postar textos inéditos um único dia nele. E nele, só publico o que escrevo. É onde faço minhas experiências e testo o gosto e as preferências do meu público. E o “Literário” está muito próximo de completar o quinto ano (o que irá ocorrer em 27 de março), o que é uma façanha, convenhamos, para espaços voltados para a literatura. Está aí, portanto, a resposta que me foi solicitada, sem tergiversação e sem ficar em cima do muro.




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