Saturday, October 02, 2010




Soneto à doce amada-XC

Pedro J. Bondaczuk


Canta, canta, canta pássaro louco.
Seus trinados encantam corações,
despertam as mais vivas emoções,
canta, voa, se aquieta, pouco a pouco.

Rola, descansa em pétalas macias,
orvalho da manhã, que ao sol se evola,
pousa, calmo, do cálice à corola,
gotas belas, gotas pequenas, frias.

Hoje estou triste junto à minha mesa,
penso em você, amada, com ternura,
e em pétalas tingidas de vermelho.

Só busco poesia, a poesia pura
que apenas encontro na natureza,
do sublime e belo, como amplo espelho.


(Soneto composto em Campinas, em 30 de outubro de 1965).

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