Por uma vaga, mesmo campeão
Pedro J. Bondaczuk
O Brasil, a despeito de ter se sagrado campeão em 2002, na Ásia, teve que disputar as eli8minatórias para a Copa do Mundo de 2006, na Alemanha. Isso ocorreu por causa de uma nova determinação da Fifa, que passaria a vigorar nas competições seguintes (e é válida, óbvio, para 2014).
Desde então, apenas o país promotor do mundial tem vaga assegurada. Isso é certo? Isso é errado? As opiniões a respeito variam. Alguns estranharam a medida, pois havia (e há) o risco do campeão da copa anterior não se classificar e não poder, destarte, defender seu título. . Outros tantos, todavia, gostaram. Entenderam que a medida permitiria que a seleção vencedora, detentora da Copa Fifa, permanecesse em atividade, mas encarando jogos oficiais e não amistosos tipo caça-níqueis, que em termos técnicos não significam coisíssima alguma.
O Brasil passava por uma reformulação forçada em sua comissão técnica. Luís Felipe Scolari, sabiamente, capitalizou o sucesso conseguido na Ásia e resolveu torná-lo profissionalmente lucrativo. Firmou contrato com a federação portuguesa para comandar a seleção de Portugal, tanto na Copa da Uefa, que esse país iria sediar, quanto no Mundial da Alemanha.
A dupla Carlos Alberto Parreira e Zagallo voltaria a trabalhar junta. Estava entrosada, se conhecia e se entendia muito bem. Os dois experientes e ultravencedores treinadores tinham, agora, o desafio de lutar pelo hexa. Esse passou, então, a ser uma espécie de “mantra” (na verdade, ainda é), recitado a todo o instante tanto pela imprensa esportiva, quanto pelos torcedores.
O Brasil disputou uma eliminatória que classifico de discreta. Se não foi brilhante, esteve muito longe de ser vexatória. Pelo menos foi condizente com as tradições e o reconhecidamente elevado potencial do futebol brasileiro. Perdeu somente dois jogos, ao contrário da disputa anterior por vaga, quando havia perdido para quase todo o mundo. Todavia, a Seleção de Parreira empatou muito: sete vezes. Contudo, comprovou, em campo, sua condição de favorita ao hexa, assegurando a vaga em primeiro lugar. Nada mau, não é mesmo?
A Seleção brilhou, de fato, nas Copas América e das Confederações, vencendo, com folga e jogando muito, as duas competições. Essa performance fez com que o Brasil chegasse à Alemanha como favoritíssimo, o que, quando acontece, sempre é perigoso, se quem comanda (e quem joga, claro) não tiver os pés no chão. Havia consenso em torno desse favoritismo brasileiro, tanto no País, quanto pelo mundo afora. Mas... Aí é que morava o perigo.
As vitórias brasileiras nas eliminatórias foram as seguintes: Colômbia (2 a 1 em 7 de setembro de 2003); Equador (1 a 0 em 10 de setembro de 2003); Argentina (3 a 1 em 2 de junho de 2004); Bolívia (3 a 1 em 5 de setembro de 2004); Venezuela (5 a 2 em 9 de outubro de 2004); Peru (1 a 0 em 27 de março de 2005); Paraguai (4 a 1 em 5 de junho de 2005); Chile (5 a 0 em 3 de setembro de 2005) e Venezuela (3 a 0 em 11 de outubro de 2005).
A sucessão de empates do Brasil começou, ainda, em 2003 e foi esta a sua relação: Peru (1 a 1 em 16 de novembro de 2003); Uruguai (3 a 3 em 19 de novembro de 2003); Paraguai (0 a 0 em 31 de março de 2004); Chile (1 a 1 em 6 de junho de 2004); Colômbia (0 a 0 em 13 de outubro de 2004); Uruguai (1 a 1 em 30 de março de 2005) e Bolívia (1 a 1 em 8 de outubro de 2005).
Apenas o Equador (que estabeleceu o placar de 1 a 0 na altitude de Quito, em 17 de novembro de 2004), e a Argentina (que fez 3 a 1 em Buenos Aires, em 8 de junho de 2005), conseguiram nos vencer nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2005.
Mal sabíamos que estava montado o cenário ideal para um grande fracasso, um maiúsculo vexame do nosso vitorioso futebol, que ora se deixa levar pelo clima de “já ganhou”, ora pelo de “já perdeu”, sem conseguir manter o equilíbrio e a cabeça devidamente no lugar.
Pedro J. Bondaczuk
O Brasil, a despeito de ter se sagrado campeão em 2002, na Ásia, teve que disputar as eli8minatórias para a Copa do Mundo de 2006, na Alemanha. Isso ocorreu por causa de uma nova determinação da Fifa, que passaria a vigorar nas competições seguintes (e é válida, óbvio, para 2014).
Desde então, apenas o país promotor do mundial tem vaga assegurada. Isso é certo? Isso é errado? As opiniões a respeito variam. Alguns estranharam a medida, pois havia (e há) o risco do campeão da copa anterior não se classificar e não poder, destarte, defender seu título. . Outros tantos, todavia, gostaram. Entenderam que a medida permitiria que a seleção vencedora, detentora da Copa Fifa, permanecesse em atividade, mas encarando jogos oficiais e não amistosos tipo caça-níqueis, que em termos técnicos não significam coisíssima alguma.
O Brasil passava por uma reformulação forçada em sua comissão técnica. Luís Felipe Scolari, sabiamente, capitalizou o sucesso conseguido na Ásia e resolveu torná-lo profissionalmente lucrativo. Firmou contrato com a federação portuguesa para comandar a seleção de Portugal, tanto na Copa da Uefa, que esse país iria sediar, quanto no Mundial da Alemanha.
A dupla Carlos Alberto Parreira e Zagallo voltaria a trabalhar junta. Estava entrosada, se conhecia e se entendia muito bem. Os dois experientes e ultravencedores treinadores tinham, agora, o desafio de lutar pelo hexa. Esse passou, então, a ser uma espécie de “mantra” (na verdade, ainda é), recitado a todo o instante tanto pela imprensa esportiva, quanto pelos torcedores.
O Brasil disputou uma eliminatória que classifico de discreta. Se não foi brilhante, esteve muito longe de ser vexatória. Pelo menos foi condizente com as tradições e o reconhecidamente elevado potencial do futebol brasileiro. Perdeu somente dois jogos, ao contrário da disputa anterior por vaga, quando havia perdido para quase todo o mundo. Todavia, a Seleção de Parreira empatou muito: sete vezes. Contudo, comprovou, em campo, sua condição de favorita ao hexa, assegurando a vaga em primeiro lugar. Nada mau, não é mesmo?
A Seleção brilhou, de fato, nas Copas América e das Confederações, vencendo, com folga e jogando muito, as duas competições. Essa performance fez com que o Brasil chegasse à Alemanha como favoritíssimo, o que, quando acontece, sempre é perigoso, se quem comanda (e quem joga, claro) não tiver os pés no chão. Havia consenso em torno desse favoritismo brasileiro, tanto no País, quanto pelo mundo afora. Mas... Aí é que morava o perigo.
As vitórias brasileiras nas eliminatórias foram as seguintes: Colômbia (2 a 1 em 7 de setembro de 2003); Equador (1 a 0 em 10 de setembro de 2003); Argentina (3 a 1 em 2 de junho de 2004); Bolívia (3 a 1 em 5 de setembro de 2004); Venezuela (5 a 2 em 9 de outubro de 2004); Peru (1 a 0 em 27 de março de 2005); Paraguai (4 a 1 em 5 de junho de 2005); Chile (5 a 0 em 3 de setembro de 2005) e Venezuela (3 a 0 em 11 de outubro de 2005).
A sucessão de empates do Brasil começou, ainda, em 2003 e foi esta a sua relação: Peru (1 a 1 em 16 de novembro de 2003); Uruguai (3 a 3 em 19 de novembro de 2003); Paraguai (0 a 0 em 31 de março de 2004); Chile (1 a 1 em 6 de junho de 2004); Colômbia (0 a 0 em 13 de outubro de 2004); Uruguai (1 a 1 em 30 de março de 2005) e Bolívia (1 a 1 em 8 de outubro de 2005).
Apenas o Equador (que estabeleceu o placar de 1 a 0 na altitude de Quito, em 17 de novembro de 2004), e a Argentina (que fez 3 a 1 em Buenos Aires, em 8 de junho de 2005), conseguiram nos vencer nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2005.
Mal sabíamos que estava montado o cenário ideal para um grande fracasso, um maiúsculo vexame do nosso vitorioso futebol, que ora se deixa levar pelo clima de “já ganhou”, ora pelo de “já perdeu”, sem conseguir manter o equilíbrio e a cabeça devidamente no lugar.
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