Pedro J. Bondaczuk
Por processos seletivos
eliminei da minha vida
o supérfluo e o impossível.
Cortei viagens ao espaço
e os murmúrios envolventes
em ouvidos sempre ausentes.
Cortei imaginários abraços,
a poesia e a emoção:
voltei a ser um robô!
Meu céu se tornou de chumbo
com vapores de enxofre,
brusco, sombrio, cinzento,
irrespirável e sem vida.
Tornou-se insana ferida
nas carnes de um mundo malsão.
O mar, deste mundo gigante,
hoje é bravio e tonitruante,
mera mentira murmurante
de bravura e de fortaleza.
O vento é açoite ferino
nas mãos de maroto menino
disposto a me perturbar.
A lua, agora, jorra sangue
pois foi ferida um dia
e em sua hemorragia
inunda minha alma de dor.
Por medida preventiva
eu cortei da minha vida,
por processos seletivos
o supérfluo e o impossível:
sem imaginação ou poesia
voltei a ser um robô!!
(Poema composto em São Caetano do Sul, em 13 de abril de 1964).
Por processos seletivos
eliminei da minha vida
o supérfluo e o impossível.
Cortei viagens ao espaço
e os murmúrios envolventes
em ouvidos sempre ausentes.
Cortei imaginários abraços,
a poesia e a emoção:
voltei a ser um robô!
Meu céu se tornou de chumbo
com vapores de enxofre,
brusco, sombrio, cinzento,
irrespirável e sem vida.
Tornou-se insana ferida
nas carnes de um mundo malsão.
O mar, deste mundo gigante,
hoje é bravio e tonitruante,
mera mentira murmurante
de bravura e de fortaleza.
O vento é açoite ferino
nas mãos de maroto menino
disposto a me perturbar.
A lua, agora, jorra sangue
pois foi ferida um dia
e em sua hemorragia
inunda minha alma de dor.
Por medida preventiva
eu cortei da minha vida,
por processos seletivos
o supérfluo e o impossível:
sem imaginação ou poesia
voltei a ser um robô!!
(Poema composto em São Caetano do Sul, em 13 de abril de 1964).
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