Podemos trocar um grande amor que se acabou por outro nascente, de igual intensidade ou, quem sabe até, mais intenso, mas não conseguimos, jamais, apagar da memória as lembranças que ele deixou. O cheiro, a voz, o sabor dos beijos, os momentos de arrebatamento e paixão de alguém, que um dia amamos, tornam-se indeléveis, indestrutíveis, inesquecíveis em nossas mentes. Mágoas e sofrimentos podem ser (e via de regra são) esquecidos com o passar do tempo, que tudo muda e cura todas as dores, físicas ou emocionais. Mas as boas lembranças... estas permanecem para sempre conosco, enquanto vivermos, como nosso patrimônio pessoal. O amor nasce à nossa revelia, mas depende de nós para que se arraigue, floresça e se frutifique. E mesmo que por alguma razão venha a acabar, como a pétala de rosa, que após esmagada deixa sua fragrância no ar, conserva o aroma de quando era íntegro e intenso e se constituía no sentimento mais profundo que tínhamos.
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