Sunday, February 08, 2009

REFLEXÃO DO DIA


Uma das coisas que mais me fascinam e me fazem esquecer qualquer dor ou tristeza é o sorriso franco e espontâneo da mulher que amo. Não me refiro àquela risada forçada, em que sequer os lábios se movem e os olhos permanecem duros e frios, a desmentirem a aparente simpatia. Minha doce amada não sorri assim. Não ri de forma espalhafatosa, em gargarejos que se ouvem à distância. Não é riso de zombaria, e nem de crítica sem palavras. Não me humilha, mas me engrandece, me valoriza, me enfeitiça. Não ri de mim, mas sorri para mim. Envolve-me num olhar macio e quente de ternura, impossível de ser descrito pelo mais hábil poeta. Por isso, amada, lhe apelo, emprestando estes versos de Pablo Neruda, com os quais o poeta chileno abre seu poema “Teu riso”: “Toma-me o pão, se queres,/tira-me o ar, porém nunca/me tires o teu sorriso.//Não me tires a rosa,/a lança que debulhas,/a água que de repente/em tua alegria estala,/essa onda repentina/de prata que te nasce”.

No comments: