Saturday, November 13, 2010




Soneto à doce amada-XCV

Pedro J. Bondaczuk

Por entre floridos ipês, tão bela,
com seus cabelos esvoaçando ao vento,
linda flor de supremo encantamento,
seguia a minha linda Gabriela.

Lá do espaço azul clara luz descia,
descia e iluminava o seu caminho.
Estático, imóvel no meu cantinho,
eu me embriagava de fantasia.

No ar bailava uma nota perdida
de uma perdida e olvidada canção,
de tempos longínquos e de outras eras,

de antigas e esquecidas primaveras.
E ocorreu minha transfiguração:
Virei poeta pro resto da vida!


(Soneto composto em Campinas, em 13 de novembro de 1965).

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