Monday, October 09, 2006
TOQUE DE LETRA
Pedro J. Bondaczuk
(Fotos: Arquivo)
FIM DE SEMANA GORDO
O futebol de Campinas (finalmente) teve um fim de semana gordo. Os três times da cidade venceram e, curiosamente, todas as vitórias foram em casa e pelo mesmo placar: 3 a 1. A Ponte Preta tomou um susto, logo no início da partida, frente ao Juventude, quando numa desatenção geral da defesa (que tentou fazer uma “linha burra”, diria, burríssima), sofreu um gol logo aos cinco minutos. A torcida passou a temer pela sorte do time, que contava com a estréia de um novo treinador, Wanderley Paiva, substituto de Marco Aurélio Moreira, demitido após a derrota de quarta-feira diante do Paraná. A Macaca, porém, mostrou raça e disposição e, contando com uma atuação soberba de Fábio Baiano e principalmente de Danilo, não somente empatou, como virou o placar. Tuto fez o seu décimo gol com a camisa pontepretana e entra na briga pela artilharia do Campeonato Brasileiro, embora esteja a uma boa distância do artilheiro da competição, Sousa, do Goiás. Com a vitória e, principalmente com os resultados da rodada, a Ponte Preta deixou a incômoda zona do rebaixamento e Wanderley Paiva terá uma semana mais tranqüila para treinar a equipe e passar aos atletas as suas concepções táticas, pelo visto mais ofensivas do que as de seus antecessores.
RODADA NÃO AJUDOU O GUARANI
O Guarani, conforme já se esperava, venceu, e bem, a frágil Portuguesa, no Brinco de Ouro, por 3 a 1, mas não conseguiu sair das últimas colocações do Campeonato Brasileiro da Série B. A rodada não ajudou o Bugre, já que seus adversários mais diretos na luta contra o rebaixamento também venceram seus respectivos jogos. Apesar da atuação convincente do time, que poderia ter feito um placar muito mais elástico, e da euforia da torcida, é preciso que se leve em conta a fragilidade do adversário. Analisando friamente o jogo, não se pode dizer, com segurança, que a vitória tenha servido de parâmetro para medir uma possível evolução da equipe. O Guarani tem jogos muito difíceis pela frente e terá que fazer das tripas coração para permanecer na Série B em 2007. Infelizmente, a minha previsão, feita no início do Segundo Turno, de que o time era muito fraco para aspirar outra coisa que não fosse a fuga do rebaixamento (contrariando opinião de quase toda a imprensa esportiva da cidade), se confirmou. Tomara que o Bugre encontre forças para escapar dessa enrascada em que está metido.
PRIMEIRO PASSO RUMO À SÉRIE A-3
O Campinas Futebol Clube, que havia feito uma boa partida de estréia, mas que acabou perdendo de virada para o União Mogi, deu a volta por cima, neste sábado, fez a lição de casa e conquistou uma categórica vitória diante da Lemense, no Brinco de Ouro, por 3 a 1. Deu, portanto, o primeiro passo efetivo para a concretização do sonho de ascender à Série A-3 do Campeonato Paulista no ano que vem. Creio que o Águia não deixará, neste ano, a chance escapar, como aconteceu principalmente em 2005. O time atual é muito bom e conta com um técnico competente, que sabe das coisas, que é o Edson Boaro. A rodada beneficiou o Campinas que, com os resultados, assumiu a liderança do seu grupo. E espero que não a largue mais até o final da competição. O primeiro passo já foi dado. Vai depender, agora, não somente da técnica dos seus jogadores, mas, sobretudo, de raça, determinação e vontade de vencer, para ascender à Série A-3. A torcida confia no Águia!
DANILO DITOU O RITMO DO TIME
O meia Danilo – um jogador dotado, sem dúvida, de excelentes recursos técnicos – há muito estava devendo uma atuação convincente com a camisa titular da Ponte Preta. Nos últimos jogos que tinha atuado, decepcionou a direção e a torcida, não desenvolvendo nem um terço do seu grande potencial. No sábado, frente ao Juventude, porém, o atleta se superou. Fez, provavelmente, a sua melhor partida na Ponte Preta, com toques rápidos, sutis e passes perfeitos para os companheiros de ataque. Merecia, inclusive, ter feito um gol, para coroar a brilhante atuação. A trave, todavia, não deixou. Outro destaque no meio do campo da Macaca foi Fábio Baiano, que ora atua como segundo volante, ora como meia. O veterano e rodado atleta deu o toque de qualidade que faltava no setor, com passes precisos e bem feitos e com firmeza na marcação. Na minha avaliação, ambos foram os fatores determinantes para a excelente vitória pontepretana. Jogaram um partidaço! O que se espera, todavia, é que dêem continuidade a esta excelente apresentação no jogo do próximo domingo, em Florianópolis, diante do bom time do Figueirense.
TIME LIMITADO E APENAS BRIGADOR
O Corinthians, apesar de badalado pela imprensa, mostrou toda a sua fragilidade nos dois últimos jogos que disputou. Na quinta-feira, teve atuação até que razoável, mas não resistiu ao maior entrosamento do Santos, que venceu a partida, disputada no Pacaembu, por 3 a 0. Ontem, no Estádio Serra Dourada, em Goiânia, apesar de prejudicado pela arbitragem, não reuniu méritos reais para vencer ou sequer para empatar. Conseqüência: perdeu para o Goiás, com direito a olé, por 3 a 1. Foi a vingança do técnico Geninho, que deixou o Parque São Jorge enxovalhado pelos diretores e pela torcida. Quando saiu, o time estava na 17ª colocação. Veio Leão, com pinta de “salvador da pátria”, ganhou alguns jogos, e a imprensa paulistana logo começou a delirar. Alguns jornalistas mais afoitos chegaram a prever que o Corinthians conquistaria vaga para a Libertadores da América. Virou, mexeu, o tempo passou e o chamado Timão cruzou com o clube agora dirigido pelo outrora espinafrado Geninho. E perdeu. Em que colocação se encontra agora, após mais essa derrota? Na mesmíssima 17ª que o atual treinador do Goiás o deixou. Como se vê, o problema corintiano nunca foi de técnico, mas de técnica.
ZEBRA CONTINUA APRONTANDO
O Paraná, depois de alguns vacilos, que lhe valeram algumas derrotas bobas, diante de adversários teoricamente mais fracos, retomou a trilha das vitórias. Devagar, devagar, como quem não quer nada, vai se aproximando do topo da tabela e já luta, cabeça-a-cabeça, por uma vaga para a Copa Libertadores da América do ano que vem. É, pois, a grande “zebra” deste Campeonato Brasileiro, principalmente se compararmos o seu plantel com os de vários dos seus competidores, aos quais supera na pontuação. Trata-se de um time modesto, de jogadores virtualmente desconhecidos e, por isso, baratos. Conta, no entanto, com um excelente treinador, que não é badalado, mas sabe onde tem o nariz, Caio Junior e, sobretudo, com o que falta à maioria dos clubes da competição: planejamento e pés no chão. Que o Paraná sirva de exemplo, sobretudo, para times como o Corinthians, o Palmeiras, o São Caetano e a Ponte Preta. Será que, de fato, servirá? Tenho minhas dúvidas.
RESPINGOS...
· O Fluminense, se não reagir, e depressa, é sério candidato ao rebaixamento. Sábado, perdeu mais uma, para o São Paulo, no Maracanã, por 2 a 1.
· O Vasco, depois da goleada que sofreu no meio da semana, se recuperou, no sábado, e derrotou, em seus domínios, o quase rebaixado Fortaleza, por 2 a 0. Ainda sonha com uma vaga na Libertadores.
· A Seleção Brasileira, comandada pelo técnico Dunga, fez uma partida apenas discreta, contra um combinado do Kuwait, e venceu por 4 a 0. Foi um jogo caça-níqueis que, com certeza, nada acrescentou nessa nova fase de reestruturação, pós-Copa do Mundo, do nosso selecionado.
· Concordo com as reclamações de Muricy Ramalho, sobre a convocação de Mineiro para o amistoso disputado no Kuwait. Nessa, Dunga, no meu entender, pisou na bola.
· O Atlético Mineiro segue batendo recordes de público na Série B. Sábado, diante do Brasiliense, levou 50 mil torcedores no Mineirão.
* E fim de papo por hoje. Entre em contato, para críticas e sugestões.
pedrojbk@hotmail.com
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