Monday, October 16, 2006

REFLEXÃO DO DIA


Os amigos recomendam que jamais leve problemas de casa para o serviço e vice-versa. Como se fosse possível! Ninguém tem um interruptor na cabeça que lhe permita se desligar das preocupações domésticas quando vai para o trabalho ou das profissionais, ao retornar ao lar. No meu caso, só consigo essa rara abstração nos momentos em que estou escrevendo, prosa ou verso, conto ou crônica, não importa. E aí funciona o filtro mental, que impede que o texto fique contaminado pelas preocupações e que estas se perpetuem em letra de forma. Este é um fingimento salutar. Outro, é o expressado por Cecília Meireles no poema "Motivo": "Eu canto porque o instante existe/e minha vida está completa./Não sou alegre nem sou triste:/sou poeta (...)//Sei que canto. E a canção é tudo./Tem sangue eterno a asa ritmada./E um dia sei que estarei mudo:/ mais nada". Eu também, Cecília. Daí ser este fingidor, fingindo as dores que realmente sinto...

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