Tuesday, October 10, 2006
Isto dá um azar danado
Pedro J. Bondaczuk
A sexta-feira 13 é um horror para as pessoas supersticiosas. A bem da verdade, todos temos, seja qual for nossa condição social ou intelectual, nossas crendices, em maior ou menor grau, não importa. Claro que determinados senhores sisudos, do alto da sua empáfia, vão negar enfaticamente que tenham alguma forma de superstição, fazendo acompanhar, invariavelmente, essa negativa de epítetos contundentes contra "os ignorantes" que se deixam levar por seus instintos básicos, diríamos primitivos e irracionais.
Contudo, se formos investigar suas vidas, com certeza iremos encontrar comportamentos parecidos com os de todos nós. Uns trazem na carteira um trevo de quatro folhas. Outros, têm engastadas no chaveiro, a título de enfeite, patas de coelho. Outros, ainda, só comparecem a determinados compromissos, que encaram como decisivos, com a mesma roupa.
O sábio Erasmo de Roterdã, em seu "Elogio à loucura", indaga, em forma de afirmação: "Existe coisa mais livre do que o erro?". Obviamente, não. Há, é‚ certo, os supersticiosos natos e que acalentam, inclusive, as crendices óbvias. Existem os que nunca passam debaixo de uma escada, por acreditarem que isso lhes trará atraso de vida. A prudência manda que não passemos mesmo sob elas, mas por razões mais práticas, mais lógicas, mais racionais, de pura segurança. De cima dela, por exemplo, pode despencar na cabeça do incauto uma lata de tinta, ou algum objeto pesado que lhe cause dano físico.
A crendice talvez mais burra, das consideradas mais comuns, é a que se refere a gatos pretos. Pobres bichanos! São tão inofensivos! E, no entanto, há quem vislumbre nesses delicados animaizinhos a própria encarnação das forças do mal. Azarados, no entanto, são tais bichinhos, quando cruzam com pessoas que têm essa mentalidade.
Outra superstição, muito disseminada, é a que se refere à quebra de espelhos. Garantem os crédulos que quem quebrar um, terá sete anos de azar na vida. E a maioria tem mesmo. Não que o objeto determine essa condição desfavorável, mas porque o indivíduo acredita tanto nessa bobagem que se predispõe mentalmente às coisas ruins que lhe aconteçam. E dessa maneira, nada dá certo mesmo.
A maioria das crendices, no entanto, concentra-se em objetos que "trariam sorte". Além do trevo de quatro folhas, patas de coelho e determinadas vestimentas, que seriam favoráveis às pessoas que acreditam que elas sejam benéficas, se deve mencionar, igualmente, a ferradura. Há outras, mas seria enfadonho enumerá-las.
Confesso que, embora racionalmente abomine essas crendices, também tenho as minhas, mesmo que na maioria das vezes as negue. Por exemplo, há anos, carrego no bolso cinco pedras de cristal (uma branca em forma de trapézio, outra da mesma cor, mas lapidada como pirâmide, uma verde, como se fosse esmeralda, e duas rosas, em formato de pedregulho).
Não é que acredite que esses objetos, bonitos de se olhar, tragam sorte ou evitem o azar, o que vem a dar no mesmo. É uma crença mais sutil. São minerais muito antigos, provavelmente anteriores ao surgimento da vida na Terra. Sinto emanar deles uma grande energia, aquela primitiva que moldou o Planeta.
As sextas-feiras 13, de uns tempos para cá, passaram a ser um terror para os proprietários de computadores. Não que eles sejam uns rematados supersticiosos, ou que creiam no "poder maléfico" desse número, ou desse dia da semana, ou da associação de ambos. Longe disso. Podem até acreditar (nunca se sabe). Mas a preocupação não se prende especificamente a essa crença.
Ocorre que, há muito um vírus que leva esse nome e que afeta o equipamento, anda à solta, e, para a “delícia” dos supersticiosos, se manifesta nesse dia específico, com capacidade para arrasar a memória de qualquer micro, desde, é claro, que não conte com a competente “vacina” Quem diria, nestes tempos malucos que vivemos, até as máquinas ficam “doentes”. Bem, mas este já é outro assunto, quem sabe para outra crônica.
Voltando ao tema, lembro que h quem acredite que a sexta-feira 13 lhe traga sorte. E mais: que o próprio número é um fator de sucesso na vida. Exemplo? O assessor de Carlos Alberto Parreira no comando da Seleção Brasileira, o campeoníssimo Mário Jorge Lobo Zagallo. Eu, de minha parte, além das pedrinhas de cristal que carrego no bolso, não tenho superstições. Afinal, para quê? Isto dá um azar danado!!!
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