Thursday, October 05, 2006
TOQUE DE LETRA
Pedro J. Bondaczuk
(Fotos: Arquivo)
O QUE ACONTECE COM LUÍS CARLOS?
Eu (como todo o resto da torcida pontepretana) estou uma arara com o zagueiro Luís Carlos. Não costumo crucificar ninguém quando a Ponte Preta perde, mas o que esse atleta fez, ontem, em Curitiba, na derrota do time para o Paraná, por 2 a 1, encheu as medidas, por se tratar de reincidência. Não há um só jogo em que ele entre que não cometa pênaltis. É um zagueiro afoito, de pouca técnica, que confunde raça com violência. Ontem, por exemplo, fez uma falta boba e totalmente desnecessária dentro da área, no primeiro lance que participou. O árbitro, por sinal o melhor do País, o Gaciba, viu e marcou. Conseqüência? Nova derrota do time. E num jogo em que a Ponte estava bem, jogando com personalidade e que tinha tudo para vencer. Mas o lance aloprado definiu a partida. E, infelizmente, a favor dos donos da casa. Depois dessa bobagem, o técnico Marco Aurélio não teve outra alternativa: teve que queimar uma substituição e tirar o zagueiro do jogo antes que fizesse mais besteiras. Luís Carlos permaneceu em campo exatos dois minutos. E estes foram suficientes para determinar mais uma derrota pontepretana. Sua jogada desastrada foi um balde de água fria em todo o time que, depois dela, não soube como reagir. Que mancada!
COM A CORDA NO PESCOÇO
Se a Ponte Preta está a perigo, na Série A do Campeonato Brasileiro, em pior situação está o Guarani, após sete derrotas consecutivas. No sábado, foi goleado, no Brinco de Ouro, pelo apenas razoável Marília, por 4 a 1 e anteontem, repetiu a dose, no Mineirão, perdendo para o Atlético pelo mesmo placar. Ou seja, sua defesa levou oito gols em dois jogos e o ataque fez somente dois. A derrota do fim de semana acarretou a saída de Luís Carlos Barbieri do comando técnico do time. Para o seu lugar, a diretoria foi buscar, de volta, Waguinho Dias, que na sua passagem anterior pelo Bugre havia feito uma campanha de razoável para boa. A situação bugrina é desesperadora. O Guarani tem os mesmos 30 pontos da lanterna Portuguesa, seu adversário de amanhã, e está na 18ª colocação, mas só nos critérios de desempate. Um mau resultado no Brinco e pode estar dando adeus à Série B, sofrendo um segundo rebaixamento no mesmo ano. É de amargar, portanto, a situação dos dois times de Campinas.
CASO RAFAEL SANTOS
A Ponte Preta, que planejava fazer caixa com a venda do zagueiro Rafael Santos, ficou a ver navios, por causa da chamada “Lei Pelé”, que arrebentou com os clubes de todo o País e, conseqüentemente, com o futebol brasileiro. O Internacional de Porto Alegre depositou, em juízo, a irrisória multa contratual do atleta, e o levou para o Beira-Rio, sem essa ou mais aquela. Já estão longe os tempos em que algum jogador tinha algum vínculo sentimental com algum clube. Casos como o de Pelé, com o Santos, ou de Zico, com o Flamengo, ou até, mais recentemente, de Sócrates, com o Corinthians, não têm a mínima condição de se repetir com qualquer outro atleta. Hoje quem manda são os empresários, que não investem nada na formação de jogadores, mas que colhem todos os lucros quando estes se destacam. Os clubes que os revelam só têm ônus e despesas e nenhuma vantagem. São tratados como meras vitrines, onde o “produto” fica exposto, até que apareça a melhor oferta. Nessa toada, se nada for feito, o futebol brasileiro vai falir de vez em no máximo dez anos. Rafael Santos é mais um, portanto, dos tantos que beijaram a gloriosa camisa alvinegra, juraram amor eterno ao clube, mas que, à primeira proposta mais tentadora, cuspiram no prato em que comeram e se mandaram. E, certamente, não será o último.
DUAS GRANDES PENEIRAS
As defesas dos dois times de Campinas são verdadeiras peneiras, nas quais os adversários fazem a festa e os atacantes se consagram. A do Bugre, levou 48 gols e é a pior da Série B. A da Ponte Preta consegue ser ainda pior: levou dois a mais, ou seja, 50 e é a mais vazada da Série A. Que saudades, certamente, a torcida deve sentir dos grandes zagueiros que passaram pelo futebol de Campinas, que nem é preciso citar quais foram, pois o torcedor sabe de cor e salteado seus nomes! Não é por acaso, portanto, que os dois clubes estão ameaçadíssimos de rebaixamento nos respectivos campeonatos que disputam. De uns anos para cá, virou verdadeira obsessão dos cartolas pontepretanos e bugrinos de contratar volantes. Os dois plantéis têm jogadores dessa posição às pencas. Mas zagueiros, que é bom...Basta olhar quem a Ponte Preta e o Guarani têm para a posição. É uma tragédia! Os ataques dos dois times, embora não sejam nenhuma maravilha, até que são razoáveis. Mas os defensores...Valha-me Deus, são um horror!
BRIGA EM QUE TODOS PERDEM
Esta briga da atual diretoria da Ponte Preta com a Rede Bandeirantes de Rádio e Televisão é daquelas coisas estúpidas, de vaidades exacerbadas, em que ninguém ganha absolutamente nada e todos saem como perdedores. É a disputa mais idiota e suicida que se possa imaginar. E o pior, ao que tudo indica, é que nenhuma das duas partes parece disposta a ceder. Até quando os dois lados vão levar adiante essa irracionalidade? Até a Ponte Preta ser rebaixada para a Série B, da qual, dificilmente, conseguirá retornar para a elite, com riscos, até, de cair ainda mais, para a Série C, como ocorreu com os dois tradicionais times da Bahia (um dos quais já foi campeão brasileiro)? E o que a Rede Bandeirantes vai lucrar com isso? Apenas para dizer “estão vendo, eu avisei que isso iria acontecer e blá-blá-blá, blá-blá-blá e blá-blá-blá?!”. E o que a Ponte Preta vai ganhar? Apenas para retrucar “não demos o braço a torcer, ninguém manda na nossa casa” ou coisa parecida?! Parem com isso, senhores! Sentem-se ao redor de uma mesa, cedam um pouco das suas respectivas intransigências e cheguem a um acordo, para o bem do futebol de Campinas.
FUTEBOL PAULISTA A PERIGO
Antes do clássico de hoje, entre Santos e Corinthians, no Pacaembu, quatro times paulistas estão seriamente ameaçados de rebaixamento e, a cada rodada que passa, a situação se complica mais e mais. Três deles perderam seus respectivos jogos ontem e, por coincidência, todos pelo mesmo placar, 2 a 1: a Ponte Preta foi derrotada pelo Paraná; o Palmeiras foi batido pelo Grêmio e o São Caetano foi surpreendido pelo Goiás em seus domínios. Caso o Corinthians perca hoje, os quatro continuarão mais ameaçados do que nunca. É hora de se fazer alguma coisa pelos quatro. Todavia, os cartolas paulistas dificilmente terão essa grandeza. Afinal, alimentam rivalidades estúpidas e, neste caso, suicidas. Onde a grandeza daquele que, há não tanto tempo, era considerado o melhor futebol do País?! O que a Federação Paulista está fazendo para evitar tamanho desastre? Pelo que posso observar, absolutamente nada!
RESPINGOS...
· O Fluminense trocou, de novo, de treinador. Agora, mandou embora Antonio Lopes e trouxe Paulo César Gusmão, que estreou tomando uma lavada do rival Flamengo, por 4 a 1.
· A defesa do Vasco, no jogo de ontem, contra o São Paulo, foi uma gracinha. Tomou cinco gols, sendo quatro de defensores do tricolor (inclusive um do goleiro Rogério Ceni) e, de lambuja, fez um contra.
· O Juventude (próximo adversário da Ponte Preta), nas mãos de Ivo Worthman, mesmo não sendo brilhante, vem desempenhando com eficiência o seu papel. Ontem, derrotou o Atlético Paranaense, em Caxias do Sul, por 3 a 2. É o futebol gaúcho em ascensão.
· O Grêmio, apesar da goleada que levou do Goiás, na semana passada, segue firme nos calcanhares do São Paulo. Faz uma campanha surpreendente para um time que acaba de retornar da Série B.
· Por falar em Série B, quem não pára mais de apanhar, depois de um brilhante início de campeonato, é o Coritiba. O sonho do acesso terá que ser adiado para o ano que vem.
· O zagueiro Preto, mais uma vez, fez um partidaço pela Ponte Preta, ontem, em Curitiba, até sair de campo com uma contusão na coluna. Não é um jogador badalado, mas vem sendo importantíssimo para o time.
* E fim de papo por hoje. Entre em contato, para críticas e sugestões.
pedrojbk@hotmail.com
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