Pedro J. BondaczukPor entre floridos ipês, tão bela,
com seus cabelos esvoaçando ao vento,
linda flor de supremo encantamento,
seguia a minha linda Gabriela.
Lá do espaço azul clara luz descia,
descia e iluminava o seu caminho.
Estático, imóvel no meu cantinho,
eu me embriagava de fantasia.
No ar bailava uma nota perdida
de uma perdida e olvidada canção,
de tempos longínquos e de outras eras,
de antigas e esquecidas primaveras.
E ocorreu minha transfiguração:
Virei poeta pro resto da vida!
(Soneto composto em Campinas, em 13 de novembro de 1965).
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