Cecília Meirelles, em seu poema "Canções", utilizou o espelho como tema literário, nestes magistrais versos: "Quando meu rosto contemplo,/ o espelho se despedaça:/ por ver como passa o tempo/ e o meu desgosto não passa./ Amargo campo da vida,/ quem te semeou com dureza,/ que os que não se matam de ira/ morrem de pura tristeza?". No meu caso, porém, há muitas diferenças entre o que a poetisa descreve e a minha visão de mundo. E nem poderia deixar de ser assim, já que nossas realidades de vida são heterogêneas. Em princípio, embora o acaso tenha sido perverso comigo em muitas circunstâncias, não tenho um desgosto tão renitente, a ponto de nunca passar. Pelo contrário, amo a vida com paixão, amo os amigos (como você) e considero-me feliz, dentro das possibilidades que tenho. Sobretudo, gostaria de ser eterno, caso houvesse a mínima possibilidade disso acontecer.
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