Friday, January 19, 2007

TOQUE DE LETRA




Pedro J. Bondaczuk

(Fotos: Do site oficial da A. A. Ponte Preta)

FALTOU FÔLEGO PARA O TIME DA PONTE

A falta de preparo físico e o desentrosamento foram os fatores determinantes da derrota da Ponte Preta, quarta-feira, no Pacaembu, para o Corinthians, por 3 a 1, em sua estréia no Campeonato Paulista da Série A-1. No primeiro tempo, enquanto o “abacaxi” suportou, o time até que se comportou bem. Encarou o adversário de igual para igual e poderia, sair para o intervalo com o resultado positivo, não fosse o erro do árbitro auxiliar, que marcou impedimento (inexistente) num lance em que Anderson Luiz concluiu para as redes. Na segunda etapa, antes de sofrer o gol, a Ponte começou dando a impressão para a torcida de que traria para Campinas pelo menos um ponto, o que, para as circunstâncias, não seria um mau resultado. É verdade que faltavam os alas, já que os titulares se contundiram na pré-temporada e Wanderley Paiva foi obrigado a improvisar. Foi quando o meia corintiano Roger desequilibrou. Sem marcação, deitou e rolou em cima da defesa pontepretana. Começou o seu show marcando um gol olímpico. E teve participação, também, nos outros dois. A Macaca ainda teve forças para reagir e obter o empate, através de uma jogada pessoal do matador Finazzi. Mas o fôlego acabou. E o adversário se aproveitou disso, contando, ainda, com a colaboração do goleiro Aranha que, dessa forma, comprometeu a sua atuação. Perder, claro, sempre é ruim, em toda e qualquer circunstância. E para mim, que sou pontepretano apaixonado, ser derrotado pelo Corinthians é ainda pior. Mas o time, pelo menos, mostrou que tem potencial para evoluir e fazer um campeonato digno e sem os sustos que nos deu em temporadas passadas. Tomara que eu não esteja equivocado nessa impressão.

ESTRÉIA COM O PÉ ESQUERDO

O Guarani imitou em tudo a Ponte Preta, em seu jogo de estréia na Série A-2 do Campeonato Paulista, ontem, no Canindé. Até o placar adverso foi igual: 3 a 1 para a Portuguesa. Os comandados de Waguinho Dias fizeram um primeiro tempo até que bom e foram para os vestiários, no intervalo, com 1 a 0 a seu favor, gol marcado pelo lateral Adílio. No segundo tempo, porém, o time recuou, para garantir o resultado. E se deu mal. Com graves falhas de marcação, permitiu a reação do adversário, que não teve lá grandes dificuldades para virar o placar. Antes de tomar o empate, o Bugre teve duas excelentes chances de aumentar a vantagem, nos pés de Deivid e de Eder, respectivamente. Não aproveitou. E a velha máxima do futebol funcionou novamente: quem não faz, toma. Para mim, os destaques bugrinos foram o goleiro Buzzeto, o volante Roberto e o armador Macaé. E as decepções ficaram por conta, justamente, dos veteranos da equipe, ou seja, Deivid e Eder. A exemplo da Ponte Preta, faltou ao jovem time do Guarani melhor preparo físico. E, claro, a equipe careceu de entrosamento, já que é muito diferente daquela que sofreu dois rebaixamentos consecutivos em 2006. Se melhor ou pior, só o tempo, e os resultados, irão demonstrar.

MATADOR DEIXA SUA ASSINATURA

O centroavante Finazzi mostrou, logo na estréia com a camisa alvinegra, mesmo tendo feito apenas três coletivos com os novos companheiros, a que veio. Fez um gol de raça, o primeiro (provavelmente de muitos) pela Ponte Preta e por pouco faz mais um, coroando uma atuação muito boa, se forem levadas em conta as circunstâncias. E olhem que o nosso matador não contou com os cruzamentos dos alas, já que a Macaca não fez nenhuma jogada pelas laterais. Nesse setor, Wanderley Paiva teve que improvisar, em decorrência de contusão dos dois presumíveis titulares, que também não são lá essas coisas. Na direita, Dionísio mostrou que não tem o menor cacoete para a função. Na esquerda, o garoto Dick até que começou bem, mas após levar um cartão amarelo ainda no primeiro tempo, sumiu do jogo. O garoto tem futuro, mas ainda precisará evoluir muito para ser considerado uma boa opção para o técnico. Já Finazzi batalhou com a zaga corintiana, incomodou, correu e foi premiado com o gol de raça que marcou, ao tomar, dentro da área adversária, de forma limpa e legal, uma bola considerada perdida, que estava nos pés do central Marinho (que tentava sair jogando), e fuzilar o goleiro Marcelo. Matador é assim: sobrou, caixa! E Finazzi deixou sua assinatura nas redes corintianas já logo na estréia, para que não reste nenhuma dúvida a respeito do que pretende neste campeonato. Ou seja, a artilharia da competição.

NOME QUE TEM DINASTIA NO BRINCO

O Guarani tem sorte com volantes chamados Roberto. O primeiro deles, após atuar com sucesso com a camisa bugrina por três temporadas seguidas e servir à Seleção Brasileira de Juniores, atualmente brilha no futebol do exterior. O segundo, destacou-se desde as categorias de base e chamou a atenção do Atlético Paranaense, que o levou para a Arena da Baixada, onde está até hoje e, atualmente, veste a camisa amarelinha titular dos comandados de Nelson Rodrigues, que disputam, no Paraguai, uma vaga para as Olimpíadas de Pequim. E, finalmente, o terceiro Roberto, procedente do Grêmio Barueri, estreou, ontem, contra a Portuguesa, com uma atuação soberba. Nem parecia que foi o último jogador contratado pelo Guarani para a presente temporada. Sóbrio, porém firme na marcação, preciso nos passes e se apresentando freqüentemente no ataque como jogador surpresa, o atleta foi, na minha avaliação, o destaque do Bugre. Com apenas 19 anos e um porte físico invejável, o novo volante bugrino tem tudo para dar seqüência à dinastia dos Roberto no Brinco de Ouro. Fiquem atentos nesse menino. Ele vai longe!!!

SÍNDROME DOS PÊNALTIS

Os garotos da Ponte Preta foram muito bem na edição deste ano da Copa São Paulo de Futebol Junior. É certo que foram eliminados pelo bom time do Bahia, mas caíram com dignidade, de cabeça erguida. Empataram o jogo de ontem, em São José do Rio Preto, por 1 a 1. Foram, todavia, eliminados e por causa do que se revelou ser o seu “calcanhar de Aquiles”: os pênaltis. Ao longo da competição, os meninos perderam três penalidades máximas: Wanderley desperdiçou uma contra o Avaí, Lucas errou outra contra o Rio Branco e Ezequiel falhou na cobrança da terceira contra o América de Belo Horizonte. Todos torcíamos, portanto, para que a Ponte Preta decidisse a partida contra o Bahia no tempo normal. Não foi possível. E, como manda o regulamento, a decisão foi, mesmo, para os pênaltis. Logo na primeira cobrança da Macaca, o que aconteceu?O bom zagueiro Peterson cobrou e o goleiro baiano defendeu. Os demais cobradores não erraram, mas, para a nossa infelicidade, os garotos do Bahia tiveram 100% de aproveitamento. E a Ponte, assim, despediu-se da Copinha, por deficiência num dos mais importantes fundamentos do futebol. Paciência!

SELEÇÃO ENCARA “LOS HERMANOS”

O Campeonato Sul-Americano Sub-20, que se disputa no Paraguai, terá, hoje, aquele que é, sem favor algum, o maior clássico do futebol mundial, não importa qual seja a categoria. Claro que só poderia ser o Brasil frente aos “Los Hermanos” argentinos. No último jogo da fase classificatória, disputado na segunda-feira, os meninos brasileiros tomaram um sufoco imenso dos paraguaios. Empataram a partida somente “na bacia das almas”, aos 44 minutos do segundo tempo, com um golaço de Tchô, revelação do Atlético Mineiro. Não jogaram bem, é verdade, mas conservaram a liderança e a invencibilidade. A atual Seleção Argentina tem grande fragilidade defensiva, mas um ataque arrasador, onde o destaque é o garoto Bush, que vem fazendo gols de todas as maneiras. Já a defesa do Brasil também não é lá essas coisas. Nosso destaque está na peça ofensiva, notadamente com Leandro Lima e Alexandre Pato. Tudo leva a crer, portanto, que será um duelo interessantíssimo e para lá de emocionante. E, como sempre que enfrentamos “Los Hermanos”, seja em que esporte for, não há o mínimo favoritismo para ninguém. Tenho comigo que, quem vencer o jogo de hoje, será o campeão da competição, apesar do Paraguai estar com uma seleção de primeiríssima qualidade. Resta conferir.

RESPINGOS...

· O Palmeiras, nas mãos de Caio Junior, mostrou grande poder de reação. Começou perdendo o jogo de estréia, ontem, para o Paulista de Jundiaí. Mas teve forças e competência para virar o marcador e ganhar por 4 a 2.
· Enquanto isso, pelos lados do Parque São Jorge, prossegue a “novela” Nilmar. Leão não parece muito disposto a escalar o jogador nem no próximo jogo e nem nunca. Enfim...
· Dos quatro caçulas da Série A-1 do Campeonato Paulista, apenas o Rio Claro (próximo adversário da Ponte Preta) venceu. Olho nele!
· Apesar da derrota na estréia, para o Santos, por 2 a 1, o time do Grêmio Barueri mostrou que é muito bom. Deve disputar o título de campeão do interior.
· O São Paulo foi a Sertãozinho e ganhou do time local. Ou seja, manteve a rotina. Mas não foi fácil. Rogério Ceni, como sempre, foi o destaque e até defendeu um pênalti. Este já é quase um mito da torcida tricolor.

* E fim de papo por hoje. Entre em contato, para críticas e sugestões.


pedrojbk@hotmail.com

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