Monday, January 29, 2007
TOQUE DE LETRA
Pedro J. Bondaczuk
(Fotos: Do site oficial da A. A. Ponte Preta e arquivo)
PONTE PRETA MUDA COMANDO TÉCNICO
O empate da Ponte Preta, no sábado, no Majestoso, com o São Bento de Sorocaba, por 2 a 2, resultou na saída de Wanderley Paiva do comando técnico do time. Nas próximas horas, virá um novo treinador, com a árdua missão de arrumar a equipe e dar-lhe qualidade, o que, até aqui, ela não demonstrou ter. A demissão deveu-se não tanto aos resultados obtidos nas quatro primeiras rodadas do Campeonato Paulista que, se analisados, embora ruins, podem ser considerados normais. Perder para o Corinthians, em qualquer estádio, não é nenhuma anormalidade, ainda mais se o jogo for no Pacaembu. Ser vencido pelo São Caetano, clube sempre fatídico para a Ponte, no ABC, também não surpreende ninguém. E nem mesmo empatar com o São Bento em casa é qualquer aberração. O que irritou a torcida, e pelo visto a diretoria, foi a atuação pífia, apagada, sem garra e nem vibração (e sem o mínimo brilho técnico) do time nestas quatro apresentações. Os novos contratados, exceção feita à dupla de zaga (Anderson e Emerson) e ao matador Finazzi (que fez quatro gols em quatro jogos), não disseram, até aqui, a que vieram. Alguns podem argumentar que ainda é cedo para exigir o que quer que seja do novo plantel. A torcida, mordida pelo rebaixamento do ano passado, não pensa assim. Nem eu! E como futebol é resultado, sobrou para Wanderley Paiva, que em 15 jogos, obteve apenas três vitórias. Convenhamos, é muito pouco para as pretensões que a Ponte Preta tem.
GUARANI CONFIRMA SUA FRAGILIDADE
O atual plantel do Guarani confirmou, ontem, a sua enorme fragilidade, ao não passar, mais uma vez, de um decepcionante empate, em pleno Brinco de Ouro, desta vez diante do apenas razoável Bandeirante de Birigui, por 0 a 0. O Bugre perdeu, desta forma, uma preciosa oportunidade de disparar na tabela do Campeonato Paulista da Série A-2 e ter tranqüilidade para os difíceis compromissos que terá daqui para a frente. Enfrentou, em casa, três adversários frágeis, nenhum deles apontado como candidato ao acesso, e não derrotou nenhum. De nove pontos disputados em seus domínios, ganhou apenas dois e, assim mesmo, na “bacia das almas”, tendo em seu goleiro Buzzetto o grande destaque nesses três jogos no Brinco. Nas quatro partidas que disputou, marcou míseros dois gols (um de Adílio e um de Anderson) e sofreu cinco. O pior de tudo é que o time não vem mostrando personalidade, já que qualidade técnica, como fica cada vez mais claro, não tem mesmo. Confirma-se, portanto, que a aposta da atual diretoria, no “bom e barato”, não deu certo. Não, pelo menos, com este elenco. De fato, este grupo é de baixo custo. Todavia, no quesito qualidade, deixa muito, muitíssimo a desejar.
POR ENQUANTO, SÓ ESPECULAÇÕES
Enquanto a diretoria da Ponte Preta não anuncia, oficialmente, o nome do substituto de Wanderley Paiva no comando da equipe, as especulações correm à solta pelos lados do Moisés Lucarelli. De acordo com informações do repórter Marcos Luís, da Rádio Bandeirantes de Campinas, Nelsinho Baptista teria sido convidado para encarar esse desafio de fazer o time jogar. Parece, porém, que as negociações emperraram por causa do salário pedido pelo treinador. Outros nomes, sem que fossem citadas as respectivas fontes (provavelmente na base do chutômetro), são mencionados. Fala-se, por exemplo, de Tite, de Jair Picerni, de Wagner Benazzi (meu preferido), de Márcio Bittencourt, de Roberval Davino e até de Luiz Carlos Ferreira, o Ferreirão. A maioria, sem dúvida, desses nomes propalados, é de profissionais de respeito. Ocorre que dificilmente a Portuguesa vai liberar Wagner Benazzi, que faz boa campanha com o time na Série A-2. Márcio Bittencourt está prestigiadíssimo no América e não deve sair de Rio Preto. Ferreirão teria convite do mundo árabe. Sobra Roberval Davino que, no meu entender, não é o substituto ideal de Wanderley Paiva. Vamos ver no que dá.
EU APOSTARIA NOS MENINOS
Que o Guarani precisa reforçar o seu time atual, é ponto pacífico. Não há quem conteste. O problema é onde encontrar esses reforços, ou seja, jogadores com bom potencial técnico, cheios de ambições, mas que estejam dispostos a receber salários baixos. Sabe-se que muitos atletas que interessavam o Bugre, procurados pela diretoria bugrina, recusaram convite para virem jogar no clube, optando por outras equipes, inferiores ao Guarani em praticamente tudo (principalmente em história e tradição), por não acreditarem que ele possa sair, com sucesso, do buraco em que está metido. Eu, se fosse o Waguinho Dias, ousaria. Lançaria, de imediato, no time de cima, vários jogadores que se destacaram na Copinha e que mostraram inegável potencial. O que ele teria a perder? Medo de queimar jovens promessas? Bobagem! Pelé, com 17 anos, foi campeão do mundo na Suécia. Alexandre Pato, do Internacional de Porto Alegre, com a mesma idade, conquistou o mundial interclubes no Japão e acaba de se destacar na Seleção Brasileira, campeã do Sul-Americano Sub-20 no Paraguai (título que garante ao Brasil vaga para a Olimpíada de Pequim). Coutinho, com 16 anos, já era um temível matador no fabuloso esquadrão do Santos dos anos 50, 60 e 70, que assombrou o mundo. Se o jogador é bom de fato, não importa a idade. Saberá segurar qualquer tipo de rojão. E se não for... já nasce queimado para o futebol. Garanto que os meninos do Bugre jogam dez vezes mais do que esse grupo que aí está.
EZEQUIEL NO TIME DE CIMA
A principal deficiência do atual time da Ponte Preta, como ficou claríssimo neste início de temporada, é a falta de um meia armador, mesmo que seja meia-boca, para municiar convenientemente o ataque, principalmente o matador Finazzi. Castor tem características ofensivas e não de armação. O garoto Julian revelou potencial, mas não parece (pelo menos ainda) o jogador talhado para a posição. Especula-se que o clube teria interesse nas contratações dos veteranos Jackson e Cristian, ambos vinculados, atualmente, ao Coritiba. A solução, todavia, parece estar em casa, faltando, apenas, ousadia para lançar mão dela. Parte considerável da torcida (entre a qual me incluo), exige a promoção, já, do garoto Ezequiel, um dos destaques da Macaca na Copinha deste ano. O empecilho, pelo que entendi, é o medo de “queimar” essa jovem promessa, que tem tudo para se constituir, em curto espaço de tempo, em grande revelação do clube. Sobre isso, vale o mesmo raciocínio das minhas considerações sobre o Guarani. Jogador realmente bom não tem medo de responsabilidade, não importa a idade que tenha. Agarra as oportunidades que surjam com unhas e dentes e conquista, no talento, seu espaço. Mas é preciso ousadia do comandante técnico da equipe, seja ele quem for, para tomar uma decisão dessas que, no caso, me parece das mais óbvias.
É CAMPEÃO! É CAMPEÃO! É CAMPEÃO!
Não adiantaram as mutretas e armações das arbitragens e da Comenbol. A Seleção Brasileira Sub-20 não somente conquistou vagas para as Olimpíadas de Pequim e para o Mundial da categoria, a ser disputado no Canadá, mas, de quebra, foi campeã invicta do Campeonato Sul-Americano no Paraguai. A nova geração do futebol brasileiro mostrou, sobretudo, uma virtude que outras, até melhores que ela no aspecto técnico, não tinham mostrado: competitividade. Quando o time jogou mal, prevaleceu a raça e a vontade de vencer.. E a campanha, apesar das críticas que o grupo sofreu de cronistas mal-informados (quando não mal-intencionados), foi excelente pelos números: seis vitórias, três empates e nenhuma derrota. Marcou vinte gols – confirmando a vocação ofensiva dessa geração – e sofreu nove. Seu grande destaque foi Alexandre Pato (do Internacional), secundado por Lucas e por Cássio, ambos do Grêmio. Mas todos os garotos que integraram essa Seleção, comandada por Nelson Rodrigues, justificaram a convocação, quando chamados a intervir. Ninguém ficou sem jogar e ninguém, absolutamente ninguém, decepcionou. Todos, portanto, estão de parabéns!
RESPINGOS...
· O Palmeiras, próximo adversário da Ponte Preta, teve o seu primeiro tropeço em casa. Não passou de um empate, no Parque Antártica, com o modesto Grêmio Barueri, por 1 a 1.
· Já o Corinthians, de Emerson Leão, sofreu a primeira derrota da temporada. Foi surpreendido, em pleno Pacaembu, pelo bom time do Ituano, para quem perdeu por 2 a 1. O carrasco do Timão foi o veterano Sorato, autor dos dois gols do time de Itu.
· Que golaço fez o zagueiro Alex Silva, do São Paulo! Baixou-lhe o espírito de Pelé e o zagueiro saiu driblando toda a zaga do Rio Claro, na vitória sãopaulina, por 2 a 0, antes de tocar a bola para as redes. Um gol de placa! No sábado, seu irmão, Luisão, havia feito, também, um belo gol de cabeça, na vitória do Benfica sobre o Belenenses por 2 a 1.
· O Santos, de Wanderley Luxemburgo, é o único dos chamados grandes que mantém campanha de 100% de vitórias no Paulistão. Ontem, conquistou o 15º ponto consecutivo, em cinco jogos, diante do aguerrido Guaratinguetá.
· O Fluminense, time carioca que mais contratou para a temporada, sofreu, ontem, a primeira derrota do Campeonato do Estado do Rio de Janeiro, diante do valente Volta Redonda, por 3 a 2.
* E fim de papo por hoje. Entre em contato, para críticas e sugestões.
pedrojbk@hotmail.com
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