Pedro J. BondaczukMinha doce amada, ao vê-la serena,
com um sorriso purificador,
empresto à vida muito mais valor
e até concluo que ela vale a pena.
Mas quando a vejo triste e acabrunhada;
quando sombras envolvem o seu rosto
e a sinto vaga, imersa em desgosto;
e em prantos, infeliz e amargurada;
e se a vejo, porventura, sofrer
fracassos ou eventual privação,
sinto abalada a minha convicção
e revolto-me com minha fraqueza.
Um dia os sonhos hão de renascer:
com você vai sorrir a natureza!
Campinas, 21 de fevereiro de 1969
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