Pedro J. Bondaczuk
(Continuação)
Tapetes de plantas em pleno mar
Na área do “Triângulo do Diabo” está um dos mais espetaculares e belos mistérios da natureza. Num determinado trecho do Atlântico o marinheiro que nunca esteve por aqueles lados se surpreende quando vê à sua frente quilômetros de um “tapete verde” sobre as águas, como um enorme e irreal gramado, formado por um certo tipo de algas conhecido como “sargaços”.
Muitos já chegaram até a pensar que estavam delirando diante de tal visão. São plantas, com apêndices foliáceos, e vesículas redondas que agem como flutuadores, que se adaptam muito bem com uma altíssima salinidade. Elas manifestam-se de duas formas. Às vezes aparecem em tufos isolados, formando milhares de pequeninas “ilhas” verdejantes, de um efeito visual incrível.
Em outros casos, surgem como verdadeiros “campos” de vegetação marinha flutuando ao sabor dos ventos. É como se a gente visse um enorme pasto só que, ao invés de estar estático, balança de um lado para outro. Esse é o Mar dos Sargaços, que fica a meio caminho entre a América do Norte e a Europa.
Os tufos das algas raramente possuem, isolados, mais de 30 centímetros de diâmetro e uns poucos decímetros de altura. A coloração é verde oliva na parte superior. Em alguns trechos essa cor é clara ou amarelada. Na base, todos os sargaços são castanhos. Sobre a superfície, brotam milhões de cogumelos parasitas. Diversos pequenos animais sobrevivem à custa dessas algas e nelas os peixes voadores depositam suas ovas.
Sob essa capa verde oliva há muita vida. Crustáceos, de vários tipos e tamanhos, são encontrados. E milhões de peixes circulam debaixo dos sargaços, num dos mais expressivos exemplos de mimetismo.
O primeiro europeu a tomar ciência desses “campos” por sobre o mar foi Cristóvão Colombo, que a princípio nem acreditou no que viu. Afinal, é um fenômeno razoavelmente raro nos mares. Antes de descobrir a América, o genovês, portanto, ultrapassou o “guardião” do novo continente, o “Triângulo da Morte”, com seus mistérios e sua selvagem beleza.
Os casos de desaparecimento, sem que reste qualquer vestígio dos que sumiram, apenas nos derradeiros 40 anos, ascendem a várias centenas. Vão desde minúsculas chalupas, passando por veleiros de porte médio, e indo até a gigantescos e modernos navios. Podem ser tanto rústicos aviões de contrabandistas de rum das Antilhas, quanto esquadrilhas de combate, dotadas de moderna aparelhagem e de tripulação de grande experiência.
A Guarda Costeira dos Estados Unidos revela que, apenas um, em cada três desaparecimentos, é comunicado às autoridades. A área já foi palco de grandes buscas internacionais, onde cada palmo do traiçoeiro oceano foi vasculhado à procura das infelizes vítimas, sem qualquer sucesso.
Durante a Segunda Guerra Mundial, inúmeros aviões desapareceram no “Triângulo do Diabo”. A maioria, por motivo estratégico (é evidente que não se pode, num conflito, revelar nossas baixas ao inimigo) jamais foi informada ao público. Finda a conflagração, os desaparecimentos continuaram numa alarmante sucessão.
Neste momento em que o leitor estiver lendo este relato, é bastante provável que algumas pessoas estejam desaparecendo na região. E que nunca mais se encontrará qualquer vestígio, nem dos barcos ou aviões em que elas estiverem, e muito menos delas próprias.
Isso aconteceu, por exemplo, em 5 de dezembro de 1945, com uma ultratreinada esquadrilha de 5 TBMs (Torpedo Bomber Médium) da Marinha norte-americana, com 15 experientes aviadores. Um ano antes, havia acontecido algo semelhante com sete bombardeiros dos Estados Unidos. Estranhamente, também no mês de dezembro, quando se dá a maioria dessas ocorrências na área.
Duas horas depois que essas pesadas e eficientes aeronaves levantaram vôo, quando estavam a 300 milhas de Kindley Field, os pilotos encontraram estranhos fenômenos atmosféricos. Alguns desses avantajados aviões foram arrastados para cima, como se fossem feitos de papel e depois arremessados de centenas de metros. Dois conseguiram escapar e voltaram às Bermudas para informar a ocorrência. Cinco simplesmente sumiram, sem deixar qualquer vestígio.
Nenhum sinal de explosão. Nenhuma parte não-submergível flutuando na área. Nada que pudesse ao menos dar qualquer pista para sequer se conjeturar sobre o que aconteceu. Em dois anos, os britânicos perderam duas aeronaves Tudor IV na área nas mesmas circunstâncias. Tratava-se de um avião que tinha dado mostras sobejas de sua eficiência durante a guerra.
Eram Lancasters adaptados para funções civis e colocados no serviço do transporte de passageiros. O primeiro, um “Star Tiger”, com 31 pessoas a bordo (entre as quais o marechal-do-ar britânico Sir Arthur Cuningham), desapareceu no “Triângulo do Diabo” em 30 de janeiro de 1948. Cinco dias depois, quando o aparelho já não disporia de qualquer combustível, vinda de uma área sem nenhuma ilha em suas proximidades, em pleno Atlântico Norte, foi captada uma mensagem por um rádio-amador na costa Leste dos Estados Unidos. Uma voz apenas soletrou: “G-A-H-N-P”, que era justamente o prefixo do “Tiger” sumido. Que nunca foi encontrado.
Quase um ano depois, em 19 de janeiro de 1949, era a vez de um “Star Ariel” da British South American Airlines, desaparecer no “Triângulo das Bermudas”. Buscas gigantescas, envolvendo navios, aviões e lanchas de diversos países, praticamente varreram toda a região. Inutilmente. Não foi possível jamais se saber nem o que, e nem como se deu esse estranho desaparecimento. E muitos, muitos outros casos, inclusive bastante recentes, poderiam ser relatados. Todos com o mesmo resultado. Nenhum vestígio das pessoas e dos veículos.
(Continua)
(Continuação)
Tapetes de plantas em pleno mar
Na área do “Triângulo do Diabo” está um dos mais espetaculares e belos mistérios da natureza. Num determinado trecho do Atlântico o marinheiro que nunca esteve por aqueles lados se surpreende quando vê à sua frente quilômetros de um “tapete verde” sobre as águas, como um enorme e irreal gramado, formado por um certo tipo de algas conhecido como “sargaços”.
Muitos já chegaram até a pensar que estavam delirando diante de tal visão. São plantas, com apêndices foliáceos, e vesículas redondas que agem como flutuadores, que se adaptam muito bem com uma altíssima salinidade. Elas manifestam-se de duas formas. Às vezes aparecem em tufos isolados, formando milhares de pequeninas “ilhas” verdejantes, de um efeito visual incrível.
Em outros casos, surgem como verdadeiros “campos” de vegetação marinha flutuando ao sabor dos ventos. É como se a gente visse um enorme pasto só que, ao invés de estar estático, balança de um lado para outro. Esse é o Mar dos Sargaços, que fica a meio caminho entre a América do Norte e a Europa.
Os tufos das algas raramente possuem, isolados, mais de 30 centímetros de diâmetro e uns poucos decímetros de altura. A coloração é verde oliva na parte superior. Em alguns trechos essa cor é clara ou amarelada. Na base, todos os sargaços são castanhos. Sobre a superfície, brotam milhões de cogumelos parasitas. Diversos pequenos animais sobrevivem à custa dessas algas e nelas os peixes voadores depositam suas ovas.
Sob essa capa verde oliva há muita vida. Crustáceos, de vários tipos e tamanhos, são encontrados. E milhões de peixes circulam debaixo dos sargaços, num dos mais expressivos exemplos de mimetismo.
O primeiro europeu a tomar ciência desses “campos” por sobre o mar foi Cristóvão Colombo, que a princípio nem acreditou no que viu. Afinal, é um fenômeno razoavelmente raro nos mares. Antes de descobrir a América, o genovês, portanto, ultrapassou o “guardião” do novo continente, o “Triângulo da Morte”, com seus mistérios e sua selvagem beleza.
Os casos de desaparecimento, sem que reste qualquer vestígio dos que sumiram, apenas nos derradeiros 40 anos, ascendem a várias centenas. Vão desde minúsculas chalupas, passando por veleiros de porte médio, e indo até a gigantescos e modernos navios. Podem ser tanto rústicos aviões de contrabandistas de rum das Antilhas, quanto esquadrilhas de combate, dotadas de moderna aparelhagem e de tripulação de grande experiência.
A Guarda Costeira dos Estados Unidos revela que, apenas um, em cada três desaparecimentos, é comunicado às autoridades. A área já foi palco de grandes buscas internacionais, onde cada palmo do traiçoeiro oceano foi vasculhado à procura das infelizes vítimas, sem qualquer sucesso.
Durante a Segunda Guerra Mundial, inúmeros aviões desapareceram no “Triângulo do Diabo”. A maioria, por motivo estratégico (é evidente que não se pode, num conflito, revelar nossas baixas ao inimigo) jamais foi informada ao público. Finda a conflagração, os desaparecimentos continuaram numa alarmante sucessão.
Neste momento em que o leitor estiver lendo este relato, é bastante provável que algumas pessoas estejam desaparecendo na região. E que nunca mais se encontrará qualquer vestígio, nem dos barcos ou aviões em que elas estiverem, e muito menos delas próprias.
Isso aconteceu, por exemplo, em 5 de dezembro de 1945, com uma ultratreinada esquadrilha de 5 TBMs (Torpedo Bomber Médium) da Marinha norte-americana, com 15 experientes aviadores. Um ano antes, havia acontecido algo semelhante com sete bombardeiros dos Estados Unidos. Estranhamente, também no mês de dezembro, quando se dá a maioria dessas ocorrências na área.
Duas horas depois que essas pesadas e eficientes aeronaves levantaram vôo, quando estavam a 300 milhas de Kindley Field, os pilotos encontraram estranhos fenômenos atmosféricos. Alguns desses avantajados aviões foram arrastados para cima, como se fossem feitos de papel e depois arremessados de centenas de metros. Dois conseguiram escapar e voltaram às Bermudas para informar a ocorrência. Cinco simplesmente sumiram, sem deixar qualquer vestígio.
Nenhum sinal de explosão. Nenhuma parte não-submergível flutuando na área. Nada que pudesse ao menos dar qualquer pista para sequer se conjeturar sobre o que aconteceu. Em dois anos, os britânicos perderam duas aeronaves Tudor IV na área nas mesmas circunstâncias. Tratava-se de um avião que tinha dado mostras sobejas de sua eficiência durante a guerra.
Eram Lancasters adaptados para funções civis e colocados no serviço do transporte de passageiros. O primeiro, um “Star Tiger”, com 31 pessoas a bordo (entre as quais o marechal-do-ar britânico Sir Arthur Cuningham), desapareceu no “Triângulo do Diabo” em 30 de janeiro de 1948. Cinco dias depois, quando o aparelho já não disporia de qualquer combustível, vinda de uma área sem nenhuma ilha em suas proximidades, em pleno Atlântico Norte, foi captada uma mensagem por um rádio-amador na costa Leste dos Estados Unidos. Uma voz apenas soletrou: “G-A-H-N-P”, que era justamente o prefixo do “Tiger” sumido. Que nunca foi encontrado.
Quase um ano depois, em 19 de janeiro de 1949, era a vez de um “Star Ariel” da British South American Airlines, desaparecer no “Triângulo das Bermudas”. Buscas gigantescas, envolvendo navios, aviões e lanchas de diversos países, praticamente varreram toda a região. Inutilmente. Não foi possível jamais se saber nem o que, e nem como se deu esse estranho desaparecimento. E muitos, muitos outros casos, inclusive bastante recentes, poderiam ser relatados. Todos com o mesmo resultado. Nenhum vestígio das pessoas e dos veículos.
(Continua)
1 comment:
Olá amigo, vim aqui para deixa o link onde estão todas as obras do Cientista Herbert Alexandre Galdino Pereira da área de Eletromagnetismo Aplicado e Aviónica. Ele é autor da Teoria do Triângulo das Bermudas, Teoria dos Celulares e Eletricidade Estática, e Orientação aos Aviadores Brasileiros ao voarem a Serra do Cachimbo, em Mato Grosso, pois existe campo Magnético na área do Brasil. Entre outras obras.
Deixo o Link aqui em baixo para Leitura e Downloads das Obras deles.
http://www.scribd.com/people/documents/13555060-fuma-a
Um abraço.
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