Pedro J. Bondaczuk
(Fotos: Do site oficial da A. A. Ponte Preta e de Gaspar Nóbrega da VIPCOMM)
FOI POR POUCO
Em decorrência de problemas particulares, fiquei quase um mês sem redigir esta coluna. Neste ínterim, todavia, os dois principais times de Campinas consolidaram uma espetacular reação, nas respectivas competições que disputam, para surpresa dos pessimistas e dos que se limitam a ver futebol, sem enxergar um palmo à frente do nariz. A Ponte Preta, por exemplo, teve uma sucessão de vitórias, dentro e fora de casa, e por muito pouco não conseguiu garantir uma vaga entre os quatro melhores da Série A-1 do Campeonato Paulista de 2007. É nesta hora que a torcida mais lamenta as derrotas bobas para o Juventus e o Grêmio Barueri, por exemplo, embora em ambos os casos a Macaca tenha sido prejudicada por graves erros de arbitragem. O time se classificou para a disputa do título do interior que, pelo que parece, a diretoria não deu a devida importância. Chegar foi difícil, é verdade, mas conquistar a taça é façanha ainda maior. E a Ponte começou o quadrangular com o pé esquerdo, surpreendida, em casa, pelo Noroeste, que não é tudo o que dizem, mas que a derrotou por 2 a 1. Caso os jogadores realmente se empenhem, não considero nada impossível a conquista da classificação para a final em plena Bauru. Mas é preciso querer, e de fato. E esta já é uma outra história.
CHANCE PARA O AZAR
Tão espetacular quanto a recuperação da Ponte Preta, na série A-1, foi a volta por cima do Guarani, na divisão de acesso. Após o vexame de Rio Preto, quando o time foi goleado, por 5 a 0, com direito a olé, pela equipe local, o Bugre não perdeu mais. Escapou da zona de rebaixamento, colocou-se no grupo dos oito melhores e obteve sua colocação para as finais em 4º lugar. A torcida bugrina, como seria de se esperar, foi do desalento à euforia. No primeiro jogo da fase decisiva, o Guarani arrancou um providencial empate, que caiu do céu, no último minuto dos descontos da partida. Teria, na seqüência, dois jogos no Brinco. Todos esperavam, por isso, que o time terminaria o turno do quadrangular na primeira colocação. A equipe, que não é a maravilha das maravilhas, porém, voltou a decepcionar. Empatou com o Bandeirante de Birigui, por 0 a 0 e com a Portuguesa, por 1 a 1 e vê o sonho do retorno à divisão de elite ficar bem mais distante. Claro que não está tudo perdido. Mas o Bugre deu chance para o azar e agora precisará se desdobrar, fazer das tripas coração, para recuperar os pontos que perdeu no Brinco, em plena casa dos adversários. E aí...
PROBLEMA OU SOLUÇÃO?
Nunca pensei que o fato da Ponte Preta contar com dois excelentes goleiros iria se transformar em problema, em vez de se constituir em bem-vinda solução. Quando Aranha sofreu séria contusão, no jogo em que a equipe perdeu para o Vila Nova, de Minas Gerais, no Estádio Independência, de Belo Horizonte, por 1 a 0, a coletividade pontepretana ficou apreensiva. Afinal, seu reserva era bastante jovem e sem qualquer experiência. Todavia, o garoto Denis agarrou a chance que lhe foi dada com as duas mãos. Teve desempenho muito acima da média, salvou a Macaca em inúmeras oportunidades e conquistou o coração da torcida. Quando Aranha se recuperou, o que fez o técnico Nelsinho? Fez o que qualquer treinador faria. Ou seja, devolveu a titularidade a quem começou jogando o campeonato, já que ele saiu do time não por deficiência técnica, mas por contusão. O torcedor, contudo, não gostou. Chiou, e muito, e passou a hostilizar Aranha, como se ele fosse um adversário e não um patrimônio do clube e este parece ter sentido muito a pressão. Aquilo que tinha tudo para se constituir em excelente solução, portanto, se transformou num incômodo problema. Coisas de torcedor!
QUESTÃO DE SOBREVIVÊNCIA
A volta do Guarani para a Série A-1 do Campeonato Paulista e a B do Brasileiro é questão de vida ou morte, em termos financeiros, para o clube. Mesmo que o Bugre conquiste o acesso no Paulistão, por exemplo, ficará parado e, portanto, sem qualquer fonte de renda, até julho. Mas as despesas nesse período não serão congeladas. Continuarão se acumulando, para desespero da diretoria bugrina. Ocorre que a Série C começará, apenas, em cerca de 90 dias. Será que o Guarani suportaria dois anos consecutivos com este calendário? Creio que não! Por isso, os dois acessos serão importantes, diria fundamentais, não somente para resgatar a auto-estima e o orgulho da torcida. É questão, isto sim, de vida ou morte. E que os dois clubes de Campinas aprendam esta amarga lição. Que jamais voltem a experimentar o dissabor de novos rebaixamentos. Basta planejar direito a montagem dos respectivos plantéis para não passarem por esse terrível tormento. Já está mais do que na hora de parar com experiências e improvisações.
BRAGANTINO INCOMODA O SANTOS
O modesto Bragantino, cuja folha total de pagamentos gira em torno de R$ 70 mil, conseguiu parar, no sábado, o todo-poderoso e milionário Santos, no Pacaembu, arrancando um honroso empate, por 0 a 0, na primeira partida das semifinais do Campeonato Paulista da Série A-1. É verdade que dois resultados iguais beneficiam os comandados de Wanderley Luxemburgo. Mas o valente time interiorano mostrou que está disposto a vender caro, muito caro a classificação para a decisão do título estadual que. Por sinal, já conquistou um dia Salvo uma zebra monumental, todavia, acredito que o Santos tem tudo não somente para consolidar a vaga, como de emplacar o bicampeonato estadual. Para isso, todavia, terá que jogar mais, muito mais do que jogou no sábado. É o interior mostrando a sua força e frustrando as expectativas da bairrista imprensa paulistana. Já imaginaram se as finais tiverem a dupla Bragantino e São Caetano, em vez dos bichos-papões Santos e São Paulo?!
AZULÃO RENASCE DAS CINZAS
O São Caetano, no ano passado, decepcionou sua ínfima torcida e fez uma campanha pífia, que o levou ao rebaixamento para a Série B do Campeonato Brasileiro. Os cronistas esportivos mais afoitos chegaram a “decretar” o fim da era do Azulão, prevendo que neste Campeonato Paulista o clube iria lutar para, meramente, permanecer na divisão de elite, sem qualquer outra aspiração mais ousada. Como sempre, porém, mais uma vez se enganaram. Sob o comando de Dorival Junior, o clube do ABC reestruturou seu plantel, aplicou-se na competição e, de novo, chegou às semifinais do Paulistão, com amplos méritos. Ontem, no Pacaembu, o valente São Caetano provou que seu sucesso anterior não foi “fogo de palha”, como se chegou a insinuar. O time jogou com garra, com técnica e com personalidade contra o poderoso São Paulo e adiou a decisão da vaga para as finais para o próximo fim de semana, após o justo empate, por 1 a 1. O tricolor terá que jogar mais, muito mais do que jogou ontem se quiser dobrar o valente Azulão que, em apenas um mês, como a mitológica fênix, renasceu das próprias cinzas.
RESPINGOS...
· Os pequenos estão aprontando por toda a parte. Ontem, por exemplo, a Cabofriense encarou o Botafogo de igual para igual e arrancou um honroso empate, em pleno Maracanã, por 2 a 2.
· O Paulista de Jundiaí perdeu, ontem, a primeira partida na disputa pelo título do interior, para o tinhoso Guaratinguetá, por 1 a 0. A disputa por esta vaga, portanto, está em aberto.
· No Rio Grande do Sul, há grandes possibilidades do título do campeonato estadual ficar no interior. ´Tudo indica que Juventude e Caxias vão decidir quem é o melhor do Estado em 2007.
· Outro pequeno que surpreende é o Paranavaí, que ontem derrotou o Coritiba e quer porque quer o título paranaense.
· Paulo César Carpeggiani volta ao cenário da elite do futebol brasileiro. Vai encarar o desafio de resgatar o problemático e confuso Corinthians. Tarefa de Hércules, na verdade!
* E fim de papo por hoje. Entre em contato, para críticas e sugestões.
pedrojbk@hotmail.com
(Fotos: Do site oficial da A. A. Ponte Preta e de Gaspar Nóbrega da VIPCOMM)
FOI POR POUCO
Em decorrência de problemas particulares, fiquei quase um mês sem redigir esta coluna. Neste ínterim, todavia, os dois principais times de Campinas consolidaram uma espetacular reação, nas respectivas competições que disputam, para surpresa dos pessimistas e dos que se limitam a ver futebol, sem enxergar um palmo à frente do nariz. A Ponte Preta, por exemplo, teve uma sucessão de vitórias, dentro e fora de casa, e por muito pouco não conseguiu garantir uma vaga entre os quatro melhores da Série A-1 do Campeonato Paulista de 2007. É nesta hora que a torcida mais lamenta as derrotas bobas para o Juventus e o Grêmio Barueri, por exemplo, embora em ambos os casos a Macaca tenha sido prejudicada por graves erros de arbitragem. O time se classificou para a disputa do título do interior que, pelo que parece, a diretoria não deu a devida importância. Chegar foi difícil, é verdade, mas conquistar a taça é façanha ainda maior. E a Ponte começou o quadrangular com o pé esquerdo, surpreendida, em casa, pelo Noroeste, que não é tudo o que dizem, mas que a derrotou por 2 a 1. Caso os jogadores realmente se empenhem, não considero nada impossível a conquista da classificação para a final em plena Bauru. Mas é preciso querer, e de fato. E esta já é uma outra história.
CHANCE PARA O AZAR
Tão espetacular quanto a recuperação da Ponte Preta, na série A-1, foi a volta por cima do Guarani, na divisão de acesso. Após o vexame de Rio Preto, quando o time foi goleado, por 5 a 0, com direito a olé, pela equipe local, o Bugre não perdeu mais. Escapou da zona de rebaixamento, colocou-se no grupo dos oito melhores e obteve sua colocação para as finais em 4º lugar. A torcida bugrina, como seria de se esperar, foi do desalento à euforia. No primeiro jogo da fase decisiva, o Guarani arrancou um providencial empate, que caiu do céu, no último minuto dos descontos da partida. Teria, na seqüência, dois jogos no Brinco. Todos esperavam, por isso, que o time terminaria o turno do quadrangular na primeira colocação. A equipe, que não é a maravilha das maravilhas, porém, voltou a decepcionar. Empatou com o Bandeirante de Birigui, por 0 a 0 e com a Portuguesa, por 1 a 1 e vê o sonho do retorno à divisão de elite ficar bem mais distante. Claro que não está tudo perdido. Mas o Bugre deu chance para o azar e agora precisará se desdobrar, fazer das tripas coração, para recuperar os pontos que perdeu no Brinco, em plena casa dos adversários. E aí...
PROBLEMA OU SOLUÇÃO?
Nunca pensei que o fato da Ponte Preta contar com dois excelentes goleiros iria se transformar em problema, em vez de se constituir em bem-vinda solução. Quando Aranha sofreu séria contusão, no jogo em que a equipe perdeu para o Vila Nova, de Minas Gerais, no Estádio Independência, de Belo Horizonte, por 1 a 0, a coletividade pontepretana ficou apreensiva. Afinal, seu reserva era bastante jovem e sem qualquer experiência. Todavia, o garoto Denis agarrou a chance que lhe foi dada com as duas mãos. Teve desempenho muito acima da média, salvou a Macaca em inúmeras oportunidades e conquistou o coração da torcida. Quando Aranha se recuperou, o que fez o técnico Nelsinho? Fez o que qualquer treinador faria. Ou seja, devolveu a titularidade a quem começou jogando o campeonato, já que ele saiu do time não por deficiência técnica, mas por contusão. O torcedor, contudo, não gostou. Chiou, e muito, e passou a hostilizar Aranha, como se ele fosse um adversário e não um patrimônio do clube e este parece ter sentido muito a pressão. Aquilo que tinha tudo para se constituir em excelente solução, portanto, se transformou num incômodo problema. Coisas de torcedor!
QUESTÃO DE SOBREVIVÊNCIA
A volta do Guarani para a Série A-1 do Campeonato Paulista e a B do Brasileiro é questão de vida ou morte, em termos financeiros, para o clube. Mesmo que o Bugre conquiste o acesso no Paulistão, por exemplo, ficará parado e, portanto, sem qualquer fonte de renda, até julho. Mas as despesas nesse período não serão congeladas. Continuarão se acumulando, para desespero da diretoria bugrina. Ocorre que a Série C começará, apenas, em cerca de 90 dias. Será que o Guarani suportaria dois anos consecutivos com este calendário? Creio que não! Por isso, os dois acessos serão importantes, diria fundamentais, não somente para resgatar a auto-estima e o orgulho da torcida. É questão, isto sim, de vida ou morte. E que os dois clubes de Campinas aprendam esta amarga lição. Que jamais voltem a experimentar o dissabor de novos rebaixamentos. Basta planejar direito a montagem dos respectivos plantéis para não passarem por esse terrível tormento. Já está mais do que na hora de parar com experiências e improvisações.
BRAGANTINO INCOMODA O SANTOS
O modesto Bragantino, cuja folha total de pagamentos gira em torno de R$ 70 mil, conseguiu parar, no sábado, o todo-poderoso e milionário Santos, no Pacaembu, arrancando um honroso empate, por 0 a 0, na primeira partida das semifinais do Campeonato Paulista da Série A-1. É verdade que dois resultados iguais beneficiam os comandados de Wanderley Luxemburgo. Mas o valente time interiorano mostrou que está disposto a vender caro, muito caro a classificação para a decisão do título estadual que. Por sinal, já conquistou um dia Salvo uma zebra monumental, todavia, acredito que o Santos tem tudo não somente para consolidar a vaga, como de emplacar o bicampeonato estadual. Para isso, todavia, terá que jogar mais, muito mais do que jogou no sábado. É o interior mostrando a sua força e frustrando as expectativas da bairrista imprensa paulistana. Já imaginaram se as finais tiverem a dupla Bragantino e São Caetano, em vez dos bichos-papões Santos e São Paulo?!
AZULÃO RENASCE DAS CINZAS
O São Caetano, no ano passado, decepcionou sua ínfima torcida e fez uma campanha pífia, que o levou ao rebaixamento para a Série B do Campeonato Brasileiro. Os cronistas esportivos mais afoitos chegaram a “decretar” o fim da era do Azulão, prevendo que neste Campeonato Paulista o clube iria lutar para, meramente, permanecer na divisão de elite, sem qualquer outra aspiração mais ousada. Como sempre, porém, mais uma vez se enganaram. Sob o comando de Dorival Junior, o clube do ABC reestruturou seu plantel, aplicou-se na competição e, de novo, chegou às semifinais do Paulistão, com amplos méritos. Ontem, no Pacaembu, o valente São Caetano provou que seu sucesso anterior não foi “fogo de palha”, como se chegou a insinuar. O time jogou com garra, com técnica e com personalidade contra o poderoso São Paulo e adiou a decisão da vaga para as finais para o próximo fim de semana, após o justo empate, por 1 a 1. O tricolor terá que jogar mais, muito mais do que jogou ontem se quiser dobrar o valente Azulão que, em apenas um mês, como a mitológica fênix, renasceu das próprias cinzas.
RESPINGOS...
· Os pequenos estão aprontando por toda a parte. Ontem, por exemplo, a Cabofriense encarou o Botafogo de igual para igual e arrancou um honroso empate, em pleno Maracanã, por 2 a 2.
· O Paulista de Jundiaí perdeu, ontem, a primeira partida na disputa pelo título do interior, para o tinhoso Guaratinguetá, por 1 a 0. A disputa por esta vaga, portanto, está em aberto.
· No Rio Grande do Sul, há grandes possibilidades do título do campeonato estadual ficar no interior. ´Tudo indica que Juventude e Caxias vão decidir quem é o melhor do Estado em 2007.
· Outro pequeno que surpreende é o Paranavaí, que ontem derrotou o Coritiba e quer porque quer o título paranaense.
· Paulo César Carpeggiani volta ao cenário da elite do futebol brasileiro. Vai encarar o desafio de resgatar o problemático e confuso Corinthians. Tarefa de Hércules, na verdade!
* E fim de papo por hoje. Entre em contato, para críticas e sugestões.
pedrojbk@hotmail.com
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