Pedro J. Bondaczuk
(Fotos: Arquivo)
DESPEDIDA COM DIGNIDADE
A Ponte Preta despediu-se com dignidade do Campeonato Paulista, ontem, em Bauru, ao empatar com o Noroeste, no Estádio Alfredo de Castilho, por 1 a 1, e ver frustrado seu sonho de ir para as finais do torneio que apura o campeão do interior. A Macaca precisava vencer por dois gols de diferença, tarefa das mais complicadas para qualquer time, dada a qualidade do adversário. Todavia, fica, como saldo positivo, a recuperação pontepretana, que iniciou mal a competição, mas terminou no topo da tabela, e não na rabeira, como em anos anteriores. Só isso já é motivo para se festejar. É pouco? Talvez. Todavia, a Ponte Preta finda o Paulistão com moral elevado e, sobretudo, com um time-base para a disputa do Campeonato Brasileiro da Série B, o que não ocorria em anos anteriores. Tenho muitas esperanças de que a veterana campineira consiga sua volta à elite do futebol nacional, de onde nunca deveria ter saído. O resultado de ontem, em Bauru, foi justo, ao contrário da derrota da semana passada, determinada por erros de arbitragem a dano da Macaca, por 2 a 1. Pena que o gol, ontem, tenha saído somente nos descontos. Todavia, como ferrenho torcedor pontepretano que sou, só posso dizer: valeu, Macaquinha do meu coração!
BUGRE NA ENCRUZILHADA
A derrota de sábado, no Canindé, frente à Portuguesa, por 1 a 0, deixou o Guarani numa encruzilhada. Tanto pode ver frustrada sua luta pelo retorno à Série A-1 do Campeonato Paulista, já na quarta-feira, em Birigui, no jogo diante do Bandeirante, também de olho na vaga, quanto dar uma grande alegria à torcida, caso vença essa partida e a de domingo, diante do São José, no Brinco de Ouro. O que preocupa o torcedor bugrino é a instabilidade do time, que nessa fase final não repetiu as excelentes atuações do final da fase de classificação. O Bugre vem mostrando, ao longo da campanha de 2007, as mesmíssimas deficiências da sua desastrosa caminhada do ano passado: falta de poder ofensivo. Tanto que o seu artilheiro é o volante Macaé, que não jogará em Birigui, com cinco gols, todos eles de pênalti. É muito pouco para quem aspira conquistas tão elevadas, convenhamos. Enfim... futebol se decide no campo e não no prognóstico dos críticos.
REFORMULAÇÃO NA PONTE PRETA
Findo o Campeonato Paulista, a Ponte Preta vai às compras, na tentativa de reforçar seu plantel para a disputa do Campeonato Brasileiro da Série B. Desta vez, no entanto, já conta com um time-base, entrosado e competitivo, o que facilita as coisas. Propala-se que dois jogadores já estariam contratados: Júlio César, lateral-direito do Bragantino e Ale, meiocampista do Guaratinguetá. São dois excelentes reforços para o plantel, isso ninguém contesta. Conforme declarações, ontem, do técnico Nelsinho Baptista, além desses dois bons jogadores, a Macaca estaria com negociações adiantadas para a contratação de mais quatro atletas, cujos nomes se recusou a antecipar. Especulações na imprensa não faltam e, como sempre acontece, a maioria dá em nada. Agora não deve ser diferente. A dúvida entre a torcida é quanto à permanência ou não do centro-avante Finazzi, que mesmo com atuações irregulares, termina o Campeonato Paulista no topo da artilharia, ao lado de Edmundo, do Palmeiras, de Somália, do São Caetano e de Kleber Santana, do Santos, podendo ser ultrapassado pelos dois últimos, cujos clubes vão disputar o título paulista da temporada. Tenho a intuição de que o matador vai permanecer no Majestoso. Claro que se trata de mero palpite. Vamos ver o que acontece.
BELO TRABALHO DO CARBONE
Traga ou não o Guarani de volta para a Série A-1 do Campeonato Paulista, o técnico José Luís Carbone fez um ótimo trabalho no comando do time, perdendo somente duas partidas desde que assumiu. É pouco? Não acho. Sejamos realistas: o atual plantel bugrino é limitadíssimo. E mostrou isso nas mãos de Waguinho Dias, que fez o possível e o impossível para dar um padrão razoável de jogo à equipe. Não conseguiu. O grande mérito de Carbone foi a ousadia. Não teve dúvidas em recorrer às categorias de base do Bugre, que sempre fez um bom trabalho com os meninos, promovendo cinco ou seis deles para o time de cima. E os promovidos mostraram que, apesar da inexperiência, eram melhores, tecnicamente, do que os até então titulares. Prestigiados pelo treinador, agarraram a oportunidade com as duas mãos e podem fazer história (por que não?), ajudando o Guarani a voltar à elite do futebol paulista. Aconteça o que acontecer, portanto, Carbone mais do que justificou a sua contratação, a melhor feita pelo Bugre nos últimos quatro ou cinco anos.
BRAGA VENDE CARO A DESCLASSIFICAÇÃO
O Bragantino vendeu muito caro sua desclassificação para as finais do Campeonato Paulista da Série A-1 deste ano. Encarou o badalado e milionário Santos de igual para igual, nos dois jogos das semi-finais, e deixou a competição sem dar o gostinho de uma única vitória ao adversário. Se na primeira partida, sábado retrasado, no Pacaembu, o time de Bragança Paulista limitou-se a se defender, ontem, no Morumbi, mudou esse comportamento. Foi para a frente e, não fosse a ótima atuação do goleiro Fábio Costa – que além de tudo contou com a sorte no lance em que a bola chutada pelo zagueiro Zelão bateu, caprichosamente, na trave e não entrou, nos últimos minutos do jogo – seria ele, e não o lendário Santos, que enfrentaria o São Caetano na decisão do título. Pena que, ontem mesmo, começou a operação desmanche do Braga. É isso que diferencia os grandes clubes daqueles que se limitam a ser meros figurantes. Essa é a única razão de serem pequenos e de se assumirem como tal.
AZULÃO CALA O MORUMBI
O São Caetano volta a fazer história. Com uma partida impecável, goleou, no sábado, o badalado São Paulo, em pleno Morumbi, calando a torcida tricolor, que já dava como favas contadas a passagem do time para a final, para disputar mais um título com o Santos. Foi uma vitória que não deixou a mais remota margem para dúvidas, até pelo placar, surpreendente para jogos decisivos como este: 4 a 1. Quem diria?! Foi um belo “cala boca” para a bairrista e facciosa crônica esportiva paulistana. Qualquer pessoa que entenda um pouquinho que seja de futebol percebia que o São Paulo deste ano não era nem sombra da excelente equipe de 2006. Mas não era isso o que os colunistas e comentaristas esportivos da Capital passavam para seus leitores e ouvintes. E olhem que o placar até que ficou barato, pelas oportunidades criadas pelo incrível e cada vez mais surpreendente Azulão. O Santos que trate de jogar muito mais do que jogou contra o Bragantino para não ver um título, que estava praticamente em suas mãos, lhe escapar por entre os dedos.
RESPINGOS...
· Jogaço mesmo foi o clássico BaVI de ontem, no Estádio Fonte Nova, de Salvador, lotado por mais de 60 mil torcedores. O Vitória venceu o Bahia pelo exótico placar de 6 a 5. Foi jogo para ficar na história.
· No Rio de Janeiro, nenhuma novidade. O Botafogo venceu a Cabofriense por 3 a 1, conquistou a Taça Rio e qualificou-se para enfrentar o Flamengo na disputa pelo título fluminense da temporada.
· Em Minas Gerais, também não há surpresa. Cruzeiro e Atlético vão decidir mais um título. Êta campeonato monótono!
· Surpresa aconteceu no Paraná. O pequenino Paranavaí vai encarar o Paraná, na tentativa de conquistar o primeiro campeonato da sua curta história. São os pequenos mostrando as garras.
· O goleirão Felipe, do Bragantino, é o primeiro reforço do Corinthians na era Carpeggiani. Tudo indica que, mais uma vez, Jean dançou. Nunca vi um jogador mais pé frio do que ele!
* E fim de papo por hoje. Entre em contato, para críticas e sugestões.
pedrojbk@hotmail.com
(Fotos: Arquivo)
DESPEDIDA COM DIGNIDADE
A Ponte Preta despediu-se com dignidade do Campeonato Paulista, ontem, em Bauru, ao empatar com o Noroeste, no Estádio Alfredo de Castilho, por 1 a 1, e ver frustrado seu sonho de ir para as finais do torneio que apura o campeão do interior. A Macaca precisava vencer por dois gols de diferença, tarefa das mais complicadas para qualquer time, dada a qualidade do adversário. Todavia, fica, como saldo positivo, a recuperação pontepretana, que iniciou mal a competição, mas terminou no topo da tabela, e não na rabeira, como em anos anteriores. Só isso já é motivo para se festejar. É pouco? Talvez. Todavia, a Ponte Preta finda o Paulistão com moral elevado e, sobretudo, com um time-base para a disputa do Campeonato Brasileiro da Série B, o que não ocorria em anos anteriores. Tenho muitas esperanças de que a veterana campineira consiga sua volta à elite do futebol nacional, de onde nunca deveria ter saído. O resultado de ontem, em Bauru, foi justo, ao contrário da derrota da semana passada, determinada por erros de arbitragem a dano da Macaca, por 2 a 1. Pena que o gol, ontem, tenha saído somente nos descontos. Todavia, como ferrenho torcedor pontepretano que sou, só posso dizer: valeu, Macaquinha do meu coração!
BUGRE NA ENCRUZILHADA
A derrota de sábado, no Canindé, frente à Portuguesa, por 1 a 0, deixou o Guarani numa encruzilhada. Tanto pode ver frustrada sua luta pelo retorno à Série A-1 do Campeonato Paulista, já na quarta-feira, em Birigui, no jogo diante do Bandeirante, também de olho na vaga, quanto dar uma grande alegria à torcida, caso vença essa partida e a de domingo, diante do São José, no Brinco de Ouro. O que preocupa o torcedor bugrino é a instabilidade do time, que nessa fase final não repetiu as excelentes atuações do final da fase de classificação. O Bugre vem mostrando, ao longo da campanha de 2007, as mesmíssimas deficiências da sua desastrosa caminhada do ano passado: falta de poder ofensivo. Tanto que o seu artilheiro é o volante Macaé, que não jogará em Birigui, com cinco gols, todos eles de pênalti. É muito pouco para quem aspira conquistas tão elevadas, convenhamos. Enfim... futebol se decide no campo e não no prognóstico dos críticos.
REFORMULAÇÃO NA PONTE PRETA
Findo o Campeonato Paulista, a Ponte Preta vai às compras, na tentativa de reforçar seu plantel para a disputa do Campeonato Brasileiro da Série B. Desta vez, no entanto, já conta com um time-base, entrosado e competitivo, o que facilita as coisas. Propala-se que dois jogadores já estariam contratados: Júlio César, lateral-direito do Bragantino e Ale, meiocampista do Guaratinguetá. São dois excelentes reforços para o plantel, isso ninguém contesta. Conforme declarações, ontem, do técnico Nelsinho Baptista, além desses dois bons jogadores, a Macaca estaria com negociações adiantadas para a contratação de mais quatro atletas, cujos nomes se recusou a antecipar. Especulações na imprensa não faltam e, como sempre acontece, a maioria dá em nada. Agora não deve ser diferente. A dúvida entre a torcida é quanto à permanência ou não do centro-avante Finazzi, que mesmo com atuações irregulares, termina o Campeonato Paulista no topo da artilharia, ao lado de Edmundo, do Palmeiras, de Somália, do São Caetano e de Kleber Santana, do Santos, podendo ser ultrapassado pelos dois últimos, cujos clubes vão disputar o título paulista da temporada. Tenho a intuição de que o matador vai permanecer no Majestoso. Claro que se trata de mero palpite. Vamos ver o que acontece.
BELO TRABALHO DO CARBONE
Traga ou não o Guarani de volta para a Série A-1 do Campeonato Paulista, o técnico José Luís Carbone fez um ótimo trabalho no comando do time, perdendo somente duas partidas desde que assumiu. É pouco? Não acho. Sejamos realistas: o atual plantel bugrino é limitadíssimo. E mostrou isso nas mãos de Waguinho Dias, que fez o possível e o impossível para dar um padrão razoável de jogo à equipe. Não conseguiu. O grande mérito de Carbone foi a ousadia. Não teve dúvidas em recorrer às categorias de base do Bugre, que sempre fez um bom trabalho com os meninos, promovendo cinco ou seis deles para o time de cima. E os promovidos mostraram que, apesar da inexperiência, eram melhores, tecnicamente, do que os até então titulares. Prestigiados pelo treinador, agarraram a oportunidade com as duas mãos e podem fazer história (por que não?), ajudando o Guarani a voltar à elite do futebol paulista. Aconteça o que acontecer, portanto, Carbone mais do que justificou a sua contratação, a melhor feita pelo Bugre nos últimos quatro ou cinco anos.
BRAGA VENDE CARO A DESCLASSIFICAÇÃO
O Bragantino vendeu muito caro sua desclassificação para as finais do Campeonato Paulista da Série A-1 deste ano. Encarou o badalado e milionário Santos de igual para igual, nos dois jogos das semi-finais, e deixou a competição sem dar o gostinho de uma única vitória ao adversário. Se na primeira partida, sábado retrasado, no Pacaembu, o time de Bragança Paulista limitou-se a se defender, ontem, no Morumbi, mudou esse comportamento. Foi para a frente e, não fosse a ótima atuação do goleiro Fábio Costa – que além de tudo contou com a sorte no lance em que a bola chutada pelo zagueiro Zelão bateu, caprichosamente, na trave e não entrou, nos últimos minutos do jogo – seria ele, e não o lendário Santos, que enfrentaria o São Caetano na decisão do título. Pena que, ontem mesmo, começou a operação desmanche do Braga. É isso que diferencia os grandes clubes daqueles que se limitam a ser meros figurantes. Essa é a única razão de serem pequenos e de se assumirem como tal.
AZULÃO CALA O MORUMBI
O São Caetano volta a fazer história. Com uma partida impecável, goleou, no sábado, o badalado São Paulo, em pleno Morumbi, calando a torcida tricolor, que já dava como favas contadas a passagem do time para a final, para disputar mais um título com o Santos. Foi uma vitória que não deixou a mais remota margem para dúvidas, até pelo placar, surpreendente para jogos decisivos como este: 4 a 1. Quem diria?! Foi um belo “cala boca” para a bairrista e facciosa crônica esportiva paulistana. Qualquer pessoa que entenda um pouquinho que seja de futebol percebia que o São Paulo deste ano não era nem sombra da excelente equipe de 2006. Mas não era isso o que os colunistas e comentaristas esportivos da Capital passavam para seus leitores e ouvintes. E olhem que o placar até que ficou barato, pelas oportunidades criadas pelo incrível e cada vez mais surpreendente Azulão. O Santos que trate de jogar muito mais do que jogou contra o Bragantino para não ver um título, que estava praticamente em suas mãos, lhe escapar por entre os dedos.
RESPINGOS...
· Jogaço mesmo foi o clássico BaVI de ontem, no Estádio Fonte Nova, de Salvador, lotado por mais de 60 mil torcedores. O Vitória venceu o Bahia pelo exótico placar de 6 a 5. Foi jogo para ficar na história.
· No Rio de Janeiro, nenhuma novidade. O Botafogo venceu a Cabofriense por 3 a 1, conquistou a Taça Rio e qualificou-se para enfrentar o Flamengo na disputa pelo título fluminense da temporada.
· Em Minas Gerais, também não há surpresa. Cruzeiro e Atlético vão decidir mais um título. Êta campeonato monótono!
· Surpresa aconteceu no Paraná. O pequenino Paranavaí vai encarar o Paraná, na tentativa de conquistar o primeiro campeonato da sua curta história. São os pequenos mostrando as garras.
· O goleirão Felipe, do Bragantino, é o primeiro reforço do Corinthians na era Carpeggiani. Tudo indica que, mais uma vez, Jean dançou. Nunca vi um jogador mais pé frio do que ele!
* E fim de papo por hoje. Entre em contato, para críticas e sugestões.
pedrojbk@hotmail.com
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