Monday, July 24, 2006

TOQUE DE LETRA



Pedro J. Bondaczuk



DE NOVO A DEFESA ENTREGOU

A torcida da Ponte Preta não agüenta mais a ineficiência da sua defesa. No jogo de ontem, quando o time foi derrotado pelos reservas do São Paulo, em pleno Majestoso, por 3 a 1, mais uma vez o setor comprometeu e entregou o ouro para o bandido, com a mocinha e tudo. Desse jeito, a Macaca garante, com certeza, o passaporte para a Série B, caso alguma coisa não seja feita e com a máxima urgência, já para o jogo de sábado, no ABC, contra o fatídico São Caetano. A defesa da Ponte Preta, de novo, é a mais vazada do campeonato, com trinta gols sofridos. O engraçado é que a torcida e a crônica esportiva cobram eficiência é do ataque que, bem ou mal, cumpre o seu papel (tem média de mais de um gol por partida) e está entre os cinco melhores da competição. Para um time que já teve Oscar, Polozzi, Juninho, Nenê, Fábio Luciano, Pedro Luís e Rodrigo, entre tantos e bons zagueiros, essa fragilidade defensiva atual é inadmissível. Marco Aurélio tem que arrumar o setor urgente, urgentíssimo, nas próximas horas, para evitar que a Macaca continue dando vexame em cima de vexame.

NO BUGRE, O “PECADO” É OUTRO

O Guarani, ao contrário da Ponte Preta, peca é no setor ofensivo. É um parto da montanha para seus atacantes fazerem um único e solitário gol. A defesa até dá para o gasto, mas os homens de frente... têm que apurar, com urgência, a pontaria, caso contrário o time não vai para lugar algum. No jogo de sexta-feira, em Taguatinga, contra o Brasiliense, por exemplo, mais uma vez essa incompetência dos avantes para empurrar a bola para as redes ficou evidente. Resultado? Derrota por 1 a 0, apesar do Bugre ter dominado a maior parte da partida. Um único erro da defesa resultou na perda de três preciosos e irrecuperáveis pontos. Há tempos que o esquema bugrino é nitidamente ofensivo (ao contrário do da Ponte Preta, cuja obsessão é marcar, marcar e marcar). O Guarani, por exemplo, resolveu recentemente uma das suas maiores deficiências, a dos laterais. Parral e Ademar, contratados já na gestão de Leonel Martins de Oliveira, apóiam, e bem, o tempo todo. Ocorre que os cruzamentos que fazem são invariavelmente desperdiçados pela dupla de ataque, que exagera em perder gols em cada jogo. Falta ao Bugre, na verdade, aquele meia municiador, de passe preciso, capaz de, com um simples toque, deixar os atacantes de frente para a meta adversária. Além disso, Edmilson e Marcelo Peabiru não podem continuar desperdiçando oportunidades, como tem ocorrido até aqui. Caso contrário...

POSTURA EQUIVOCADA DA MACACA

Concordo plenamente com as colocações do mestre Dicá (brilhante comentarista da Rádio Bandeirantes de Campinas, que analisa os jogos com a visão de quem de fato sabe o que diz, por ter sido um craque excepcional dentro das quatro linhas), quando critica a postura defensiva da Macaca. O time, em geral, começa bem os jogos. A partir de um determinado instante, porém, recua em demasia, para a zona da meia-lua da sua defesa, atraindo o adversário (qualquer que ele seja, forte ou fraco) para a sua área. Ainda se isso fosse feito para encaixar contra-ataques mortais, seria, pelo menos em parte, justificável. Mas não é o que ocorre. A Ponte carece, por exemplo, de um volante técnico, que saiba sair com rapidez e qualidade para municiar com eficiência os atacantes. Acuada, a zaga se limita a rebater as bolas para onde o nariz estiver virado. Invariavelmente, os adversários a recuperam e voltam a rondar a meta pontepretana, isso o jogo todo. Ora, até água mole em pedra dura, de tanto bater, fura...Num determinado momento, os avantes adversários acertam algum chute bem colocado, mesmo que sem querer, no gol e a mimosa, invariavelmente, vai para o brejo. Além de mudar nomes, portanto, com a contratação de zagueiros eficientes e técnicos, que não se limitem a ser rebatedores, a Macaca tem que alterar essa postura equivocada, que já vem de longa, longuíssima data. Será que ninguém da comissão técnica enxerga isso?!!!

DEIVID É MAL-APROVEITADO

Por falar em comentarista da Rádio Bandeirantes, assino embaixo a opinião de outro deles, o Waldemir Gomes, sobre a postura do meia Deivid, do Guarani. O garoto, muito bom de bola por sinal, vem jogando em posição errada, que não combina com as suas características, e por isso não rende tanto para o time, como seu potencial permite. Em vez de jogar no meio de campo, na função de armador, muitas vezes vindo buscar a bola praticamente em sua área, deveria ser aproveitado como um terceiro atacante, sem a incumbência de marcar. Todas as vezes que o jogador atuou nessa posição, deu maior dinamismo ao ataque e até fez gol. Em vez de municiar os atacantes, portanto, Deivid deveria ser municiado. Quem sabe, com a entrada de Danilo no time, a jovem revelação bugrina venha a ser melhor aproveitada. É, pelo menos, o que o torcedor espera. É perfeita, portanto, a observação do Tigrão a respeito (como sempre, aliás).

GOLEIRO RESERVA SE CONSAGRA

Foi simplesmente espetacular a atuação do goleiro reserva do Botafogo, Max, que entrou no segundo tempo na meta do time da estrela solitária, em substituição a Lopes, no jogo de ontem, em que o time carioca empatou com o Internacional, por 0 a 0, em pleno Beira-Rio. Apesar do Colorado gaúcho jogar com seu time reserva, de olho no próximo adversário na Copa Libertadores, pelas semifinais da competição, o Libertad do Paraguai, fez uma partida digna dos titulares. No segundo tempo, promoveu um verdadeiro massacre. E Max, doido para recuperar a titularidade, que já foi sua, só faltou fazer chover. Fez defesas fantásticas, a maioria de chutes à queima-roupa da pequena área, e garantiu à equipe carioca um pontinho precioso, já que arrancado na casa do adversário. Se jogar, sempre, tudo isso que jogou, é goleiro para Seleção Brasileira. O chato é que isso raramente acontece. Em geral, um goleiro, como esse, arrebenta numa partida e em outra toma dois ou três perus, desses antológicos. Mas a atuação de Max, no jogo de ontem, é digna de registro. Foi, sem dúvida, o personagem dessa rodada.

PRETEXTO PARA DEIXAR O CLUBE

Estou seguro de que o atrito que Carlito Tevez arrumou, no sábado, no empate do Corinthians com o Fortaleza, no Morumbi, por 2 a 2, com a Gaviões da Fiel, não foi um ato de “ingenuidade” do atleta, como alguns afirmaram, mas uma atitude de caso pensado. Muitos duvidavam (e eu me incluo entre estes) que o jogador argentino retornasse ao Parque São Jorge, tão logo acabasse a Copa do Mundo. Em meio a um suspense enorme e a inequívocas manifestações de má-vontade da sua parte, porém, voltou. Para deixar o Corinthians, no entanto, e defender algum time europeu, ele precisava de alguma desculpa muito forte, para não jogar os torcedores contra a MSI. Confesso que não morro de amores por qualquer torcida organizada. Mas o gesto de Tevez, exigindo silêncio dos que vaiavam o time, que não jogava nada contra o limitadíssimo Fortaleza, após fazer o segundo gol do Corinthians, foi um claro gesto de desrespeito pelos que o alçaram à condição de ídolo. Não dou duas semanas para Carlitos ser negociado. Cobrem-me depois. E, na minha opinião, já vai tarde...

RESPINGOS...

· Foi escandaloso o erro do árbitro Sérgio da Silva Carvalho, do Distrito Federal, no jogo em que o Fluminense empatou com o São Caetano, no sábado, no Rio, por 2 a 2. Ele validou um gol do tricolor carioca feito nitidamente com a mão pelo ex-pontepretano Evando. O estádio inteiro viu a irregularidade... menos o juizão.
· O Palmeiras, nas mãos de Tite, voltou a ser um time que impõe respeito, dentro e fora de casa. Não perdeu nenhuma depois que o Campeonato Brasileiro recomeçou. Conquistou, ontem, em Goiânia, a terceira vitória consecutiva, ao bater o Goiás, no Estádio Serra Dourada, por 3 a 1. E sem nenhum reforço, diga-se de passagem, na base da pura competência do treinador.
· O Corinthians continua uma bagunça só. Diante da falta de comando da comissão técnica sobre o problemático elenco, o presidente Alberto Dualib, de 84 anos, anunciou que está assumindo o Departamento de Futebol. E tudo indica que a tal da parceria com a MSI está prestes a ir para o espaço.
· Timinho enjoado esse Paraná. De mansinho, de mansinho, sem que ninguém perceba, vai chegando às primeiras colocações. Já é o 4º na tabela. E, se bobearem, belisca o título desse Brasileirão.
· São Paulo e Internacional pegam duas pedreiras nas semifinais da Libertadores da América. O tricolor paulista enfrenta o Chivas, do México, que o derrotou por duas vezes na primeira fase da competição. O Colorado, por sua vez, encara o Libertad do Paraguai, que não vem tomando conhecimento dos seus adversários. Será muito difícil dar outra final brasileira na Libertadores. Mas impossível não é!

* E fim de papo por hoje. Entre em contato, para críticas e sugestões.


pedrojbk@hotmail.com

2 comments:

Anonymous said...

Here are some links that I believe will be interested

Anonymous said...

Your are Excellent. And so is your site! Keep up the good work. Bookmarked.
»