Saturday, July 22, 2006
Soneto à doce amada - XXVII
Pedro J. Bondaczuk
Que insensatez, minha doce amada,
em tentar o tempo móbil deter...
Quisera ofertar-te sempre meu ser!
Fazer do teu olhar uma morada
eterna dos meus sonhos tão azuis...
Mas o tempo, cruel, marcha ligeiro!
Este instante é tão vão e passageiro
que amanhã não terás o que possuis.
Minha doce amada, hoje somos dois.
Amanhã, por certo, seremos três
a viver esta insólita ilusão.
Nós não deteremos nunca este mês.
Deixa o tempo voar, como a canção!
Minha doce amada! Que insensatez...!
(Soneto composto em Campinas, em 3 de novembro de 1967 e publicado na "Gazeta do Rio Pardo", em 26 de novembro de 1967, no jornal "O Município", de São João da Boa Vista, em 5 de fevereiro de 1969 e no "Jornal do ACP", de Paulínia, em 24 de maio de 1969).
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