Viagens por minha terra
Pedro J. Bondaczuk
Gosto de viajar. A despeito de já não ser mais um garotão (muito pelo contrário, aliás) e de ser incorrigível “workaholic”, sempre que posso, vou para algum lugar deste país apaixonante, notadamente para conhecer pessoas. É dessa forma que consegui, na prática, realizar o sonho de Roberto Carlos, expressado numa de suas mais famosas canções, que diz: “eu quero ter um milhão de amigos”. Se bobear, tenho bem mais do que isso.
É verdade que estou em falta com um montão de gente. Não vou, por exemplo, para o Rio Grande do Sul, minha terra natal, desde 1961. Isso mesmo, há quase meio século! A última vez que fui para a santa e abençoada terrinha foi na véspera da luta do nosso Eder Jofre com o irlandês Joe Caldwell, valendo pelo título mundial de boxe dos pesos galo. É tempo pra chuchu!
A derradeira vez que saí do Estado de São Paulo foi em 1997. Fui conhecer Pernambuco, a serviço do jornal em que trabalhava na época. A Secretaria de Turismo desse Estado queria divulgar suas belezas por aqui e bancou um suplemento especial. A direção do jornal não quis arriscar e, em vez de mandar para lá um repórter, optou por enviar um funcionário de confiança dela (no caso, eu), um dos editores que compunham seu corpo editorial. Ganhei na loteria!
Fui recebido, no Recife, como um príncipe. Levaram-me para conhecer os melhores pontos turísticos do Estado. Foram cinco dias estafantes, mas que nunca vão se apagar da minha memória. Rodei Pernambuco, numa viatura colocada à minha disposição, de alto a baixo.
Estive em Porto de Galinhas, em Garanhuns, em Paulista e, claro, na magnífica e progressista Caruaru, de onde trago as melhores lembranças de todas as viagens que já fiz. Claro que estive em dezenas de outros lugares, mas torna-se até impossível citá-los todos, mesmo que apenas nominalmente. O tal suplemento de turismo foi um sucesso. Nem poderia ser diferente.
Em Caruaru, onde permaneci por mais tempo, conheci o maior “forródromo” talvez do mundo, tão amplo quanto o Anhembi, em São Paulo. Levaram-me para assistir a uma apresentação da famosa “Banda de Pífanos”, sucedida por um lauto jantar, com pratos típicos da culinária pernambucana, que não conhecia. E da qual me tornei fanático apreciador. Conheci, também, de pertinho, a obra do famoso artista Mestre Vitalino, além de visitar algumas das melhores tecelagens da cidade.
O ponto alto da visita a Caruaru, porém, deu-se na Fazenda de Santa Cruz do Brejo das Almas. Dito assim, é provável que nem os pernambucanos identifiquem. Mas se eu disser que é ali que se situa o maior teatro ao ar livre do mundo, ou seja, Nova Jerusalém, todos saberão a que lugar me refiro. Ali, ao lado de uma multidão de turistas vindos, praticamente, de todo o mundo, assisti à encenação da Paixão de Cristo. A exclamação que mais ouvi durante a apresentação, em inglês, foi: “wonderful!!! Wonderful, porém, foi meu périplo por Pernambuco.
E por que trago este assunto à baila? Porque viagens, como esta, ensejam livros sensacionais, que ajudam a divulgar, não somente lugares fantásticos deste país continente, como, e principalmente, pessoas, costumes, culturas etc. Um dos melhores do gênero que já li foi “Gato preto em campo de neve”, do meu conterrâneo Érico Veríssimo. Isso sem falar em “Viagens pela minha terra”, de Alexandre Herculano, exaltando as maravilhas de Portugal.
Sinto-me tentado a narrar essas experiências em um alentado volume (ou em vários, quem sabe). Não sei, contudo, se a emoção vai me permitir ser minimamente objetivo. Mas... A objetividade que vá às favas!!! Ninguém, certamente, a procura quando se trata de literatura, cujo ingrediente essencial é, e deve ser sempre, a emoção, aliada à criatividade. O resto? Bem, é simplesmente o resto.
Acompanhe-me pelo twitter: @bondaczuk
Pedro J. Bondaczuk
Gosto de viajar. A despeito de já não ser mais um garotão (muito pelo contrário, aliás) e de ser incorrigível “workaholic”, sempre que posso, vou para algum lugar deste país apaixonante, notadamente para conhecer pessoas. É dessa forma que consegui, na prática, realizar o sonho de Roberto Carlos, expressado numa de suas mais famosas canções, que diz: “eu quero ter um milhão de amigos”. Se bobear, tenho bem mais do que isso.
É verdade que estou em falta com um montão de gente. Não vou, por exemplo, para o Rio Grande do Sul, minha terra natal, desde 1961. Isso mesmo, há quase meio século! A última vez que fui para a santa e abençoada terrinha foi na véspera da luta do nosso Eder Jofre com o irlandês Joe Caldwell, valendo pelo título mundial de boxe dos pesos galo. É tempo pra chuchu!
A derradeira vez que saí do Estado de São Paulo foi em 1997. Fui conhecer Pernambuco, a serviço do jornal em que trabalhava na época. A Secretaria de Turismo desse Estado queria divulgar suas belezas por aqui e bancou um suplemento especial. A direção do jornal não quis arriscar e, em vez de mandar para lá um repórter, optou por enviar um funcionário de confiança dela (no caso, eu), um dos editores que compunham seu corpo editorial. Ganhei na loteria!
Fui recebido, no Recife, como um príncipe. Levaram-me para conhecer os melhores pontos turísticos do Estado. Foram cinco dias estafantes, mas que nunca vão se apagar da minha memória. Rodei Pernambuco, numa viatura colocada à minha disposição, de alto a baixo.
Estive em Porto de Galinhas, em Garanhuns, em Paulista e, claro, na magnífica e progressista Caruaru, de onde trago as melhores lembranças de todas as viagens que já fiz. Claro que estive em dezenas de outros lugares, mas torna-se até impossível citá-los todos, mesmo que apenas nominalmente. O tal suplemento de turismo foi um sucesso. Nem poderia ser diferente.
Em Caruaru, onde permaneci por mais tempo, conheci o maior “forródromo” talvez do mundo, tão amplo quanto o Anhembi, em São Paulo. Levaram-me para assistir a uma apresentação da famosa “Banda de Pífanos”, sucedida por um lauto jantar, com pratos típicos da culinária pernambucana, que não conhecia. E da qual me tornei fanático apreciador. Conheci, também, de pertinho, a obra do famoso artista Mestre Vitalino, além de visitar algumas das melhores tecelagens da cidade.
O ponto alto da visita a Caruaru, porém, deu-se na Fazenda de Santa Cruz do Brejo das Almas. Dito assim, é provável que nem os pernambucanos identifiquem. Mas se eu disser que é ali que se situa o maior teatro ao ar livre do mundo, ou seja, Nova Jerusalém, todos saberão a que lugar me refiro. Ali, ao lado de uma multidão de turistas vindos, praticamente, de todo o mundo, assisti à encenação da Paixão de Cristo. A exclamação que mais ouvi durante a apresentação, em inglês, foi: “wonderful!!! Wonderful, porém, foi meu périplo por Pernambuco.
E por que trago este assunto à baila? Porque viagens, como esta, ensejam livros sensacionais, que ajudam a divulgar, não somente lugares fantásticos deste país continente, como, e principalmente, pessoas, costumes, culturas etc. Um dos melhores do gênero que já li foi “Gato preto em campo de neve”, do meu conterrâneo Érico Veríssimo. Isso sem falar em “Viagens pela minha terra”, de Alexandre Herculano, exaltando as maravilhas de Portugal.
Sinto-me tentado a narrar essas experiências em um alentado volume (ou em vários, quem sabe). Não sei, contudo, se a emoção vai me permitir ser minimamente objetivo. Mas... A objetividade que vá às favas!!! Ninguém, certamente, a procura quando se trata de literatura, cujo ingrediente essencial é, e deve ser sempre, a emoção, aliada à criatividade. O resto? Bem, é simplesmente o resto.
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