Saturday, February 05, 2011




Soneto à doce amada- CVII

Pedro J. Bondaczuk

Que tormento, que imensa ansiedade
nos causa o trêfego Eros, insidioso!
Quando a distância separa e a saudade
nos embriaga em vinho capitoso.

Que será do nosso incerto amanhã?
Qual será, afinal, nosso destino
se o tempo passa e a vida é curta e vã
e o Amor não passa de um menino?

Desta seta que Eros nos atirou
nunca conseguiremos nos livrar,
porquanto o ferimento foi interno.

E o veneno que nos inoculou
jamais conseguirá se dispersar,
porque o mal de amor é forte, e eterno!

(Soneto composto em Campinas, em 28 de fevereiro de 1968).

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