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As pessoas supostamente objetivas (aquelas que, a exemplo do poeta Affonso Romano de Sant’Ana, classifico de “idiotas da objetividade”), que reduzem tudo e todos a meros cifrões, costumam ridicularizar os sonhadores. Entendem que os sonhos sejam o oposto da racionalidade, características de pessoas sem ação. Enganam-se! É certo que a razão é o distintivo do homem, o fator que o diferencia dos demais animais. Baseia-se, sempre, na fria lógica, nos fatos concretos e nas conseqüências que estes produzem. Mas razão e sonho não são, nunca foram e jamais serão incompatíveis. São, na verdade, complementos do que chamamos de “inteligência”, ou seja, da nossa capacidade de entender o que somos, onde estamos e de tudo o que nos rodeia. Podemos, pois, ser sumamente práticos, sem abrirmos mão da prerrogativa de sonhar. Miguel de Unamuno observa, com a lucidez dos poetas: “O homem vive de razão e sobrevive de sonhos”.
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