No ritmo da folia
Pedro J. Bondaczuk
O Carnaval, ao lado do futebol, constitui uma das duas maiores manifestações culturais brasileiras. Até aí, não disse nada de novo. Até uma criancinha de dois anos já percebeu isso. Aliás, ouso dizer que a maior paixão do nosso povo nem é pelo tal do “esporte bretão”. É pelo carnaval mesmo.
Não quero fazer juízo de valor sobre a importância dessa manifestação cultural, até porque, não faltam detratores a nos chamarem de selvagens, de irresponsáveis e de outras cositas mais. Pura inveja da nossa alegria e criatividade, claro.
Mas não é esse o aspecto desse megafestejo popular que me chama a atenção. É o fato dos ficcionistas explorarem muito pouco esse riquíssimo filão ficcional. Quantos romances você conhece tendo por pano de fundo o Carnaval brasileiro? Eu não conheço nenhum! Contos há um ou outro, esparsos e erráticos, reproduzidos nas páginas de cultura dos jornais, mas apenas nesta época do ano. No entanto, o Carnaval enseja histórias de todo o tipo, envolvendo tanto personagens que amam a folia quanto os que a detestam e abominam.
Há uns cinco anos, um amigo muito chegado fez-me um desafio, que na hora até ignorei. Disse: “Já que você critica tanto os ficcionistas por não explorarem o tema, que tal escrever um livro de contos em que todas as histórias tenham algo a ver com Carnaval?”. Desconversei, na época e logo me esqueci do assunto, achando que não teria pique para uma empreitada do tipo.
Todavia, a partir de então, em todo mês de fevereiro, passei a produzir duas histórias consecutivas abordando a folia de Momo. Quando o Literário passou a existir, comecei a publicá-las em minha coluna semanal (que então não tinha título algum, como ademais nenhuma outra tinha também). E os contos foram saindo, espontâneos, fluidos, naturais, sem exigir grandes pesquisas e nem malabarismos especiais na criação de personagens e cenários. Quando me dei conta... Eis que o livro estava escrito. Se será publicado ou não, são outros quinhentos. E isso merece algumas considerações.
Não entendo a lógica dos editores. É verdade que ainda não ofereci esse recém-nascido “filho espiritual” a nenhuma editora. Sou como cachorro mordido por cobra: fico com medo até de lingüiça. Num passado não tão distante, submeti vários dos meus livros à análise (diria melhor, ao veredicto) de várias empresas editoriais. Alguns deles (para não dizer todos), sequer foram lidos, mesmo que superficialmente, tão rápida foi a resposta de recusa. Variaram, apenas, as desculpas.
Umas editoras faziam acompanhar os originais devolvidos com uma cartinha até que simpática e gentil, ressaltando meus “méritos literários”, mas... (e nesses casos, sempre tem algum mas) lamentando que a programação para o ano já estivesse preenchida, bla-bla-blá, bla-bla-blá e bla-bla-blá. Isso em janeiro!
Outras, sequer se deram o trabalho de apresentar o mínimo pretextos para a recusa. Cheguei ao ponto de desanimar e achar que o recorrente sonho de menino, de ser escritor, iria, irremediavelmente, por água abaixo. Quase foi.
Até que um dia, de tanto insistir, consegui romper a aparentemente indevassável barreira e publicar o primeiro livro, “Por uma nova utopia”, reunindo cerca de trinta ensaios curtos. Na seqüência, vieram outros três, sendo dois de contos (a minha especialidade) e outro de crônicas. Mas nenhum deles tem, nem de longe, a qualidade dos que foram recusados. E esta foi atestada por gente do ramo, por professores de Literatura, inclusive da Unicamp, que os leram e ficaram pasmos com o fato de permanecerem inéditos. Enfim..
Se meu amigo ler estas considerações (acredito que lerá), ficará sabendo que “Passarela de sonhos” já existe, está prontinho, prefaciado e revisado, à espera de que algum editor atento tome conhecimento dele e se interesse por publicá-lo.
São dez histórias de Carnaval, nove das quais tendo por cenário, até óbvio, a sempre maravilhosa cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Supersticioso como sou, acho que isso me dará sorte. Afinal, nasci em um dia de São Sebastião.
Como você vê, amigão, posso não ter aceitado o seu desafio formalmente, há cinco anos. Pelo menos, não verbalizei a aceitação. Todavia, em meu coração e mente, ele foi devidamente aceito e, agora, vencido.
Pena que para você poder ler o livro, vai depender das editoras. Não moverei uma única palha atrás de nenhuma. Já passei dessa fase. Quem esgotou seis edições do primeiro livro, “Por uma nova utopia”, de 2 mil exemplares cada, não precisa mais se submeter a esse tipo, digamos, de humilhação.
Se houver interessados na publicação de “Passarela de sonhos”, que entre em contato comigo. Meus e-mails são para lá de conhecidos. Se ninguém se interessar... Paciência! Mas que os contos foram escritos, ah, isso foram! E tudo no ritmo da folia...
Pedro J. Bondaczuk
O Carnaval, ao lado do futebol, constitui uma das duas maiores manifestações culturais brasileiras. Até aí, não disse nada de novo. Até uma criancinha de dois anos já percebeu isso. Aliás, ouso dizer que a maior paixão do nosso povo nem é pelo tal do “esporte bretão”. É pelo carnaval mesmo.
Não quero fazer juízo de valor sobre a importância dessa manifestação cultural, até porque, não faltam detratores a nos chamarem de selvagens, de irresponsáveis e de outras cositas mais. Pura inveja da nossa alegria e criatividade, claro.
Mas não é esse o aspecto desse megafestejo popular que me chama a atenção. É o fato dos ficcionistas explorarem muito pouco esse riquíssimo filão ficcional. Quantos romances você conhece tendo por pano de fundo o Carnaval brasileiro? Eu não conheço nenhum! Contos há um ou outro, esparsos e erráticos, reproduzidos nas páginas de cultura dos jornais, mas apenas nesta época do ano. No entanto, o Carnaval enseja histórias de todo o tipo, envolvendo tanto personagens que amam a folia quanto os que a detestam e abominam.
Há uns cinco anos, um amigo muito chegado fez-me um desafio, que na hora até ignorei. Disse: “Já que você critica tanto os ficcionistas por não explorarem o tema, que tal escrever um livro de contos em que todas as histórias tenham algo a ver com Carnaval?”. Desconversei, na época e logo me esqueci do assunto, achando que não teria pique para uma empreitada do tipo.
Todavia, a partir de então, em todo mês de fevereiro, passei a produzir duas histórias consecutivas abordando a folia de Momo. Quando o Literário passou a existir, comecei a publicá-las em minha coluna semanal (que então não tinha título algum, como ademais nenhuma outra tinha também). E os contos foram saindo, espontâneos, fluidos, naturais, sem exigir grandes pesquisas e nem malabarismos especiais na criação de personagens e cenários. Quando me dei conta... Eis que o livro estava escrito. Se será publicado ou não, são outros quinhentos. E isso merece algumas considerações.
Não entendo a lógica dos editores. É verdade que ainda não ofereci esse recém-nascido “filho espiritual” a nenhuma editora. Sou como cachorro mordido por cobra: fico com medo até de lingüiça. Num passado não tão distante, submeti vários dos meus livros à análise (diria melhor, ao veredicto) de várias empresas editoriais. Alguns deles (para não dizer todos), sequer foram lidos, mesmo que superficialmente, tão rápida foi a resposta de recusa. Variaram, apenas, as desculpas.
Umas editoras faziam acompanhar os originais devolvidos com uma cartinha até que simpática e gentil, ressaltando meus “méritos literários”, mas... (e nesses casos, sempre tem algum mas) lamentando que a programação para o ano já estivesse preenchida, bla-bla-blá, bla-bla-blá e bla-bla-blá. Isso em janeiro!
Outras, sequer se deram o trabalho de apresentar o mínimo pretextos para a recusa. Cheguei ao ponto de desanimar e achar que o recorrente sonho de menino, de ser escritor, iria, irremediavelmente, por água abaixo. Quase foi.
Até que um dia, de tanto insistir, consegui romper a aparentemente indevassável barreira e publicar o primeiro livro, “Por uma nova utopia”, reunindo cerca de trinta ensaios curtos. Na seqüência, vieram outros três, sendo dois de contos (a minha especialidade) e outro de crônicas. Mas nenhum deles tem, nem de longe, a qualidade dos que foram recusados. E esta foi atestada por gente do ramo, por professores de Literatura, inclusive da Unicamp, que os leram e ficaram pasmos com o fato de permanecerem inéditos. Enfim..
Se meu amigo ler estas considerações (acredito que lerá), ficará sabendo que “Passarela de sonhos” já existe, está prontinho, prefaciado e revisado, à espera de que algum editor atento tome conhecimento dele e se interesse por publicá-lo.
São dez histórias de Carnaval, nove das quais tendo por cenário, até óbvio, a sempre maravilhosa cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Supersticioso como sou, acho que isso me dará sorte. Afinal, nasci em um dia de São Sebastião.
Como você vê, amigão, posso não ter aceitado o seu desafio formalmente, há cinco anos. Pelo menos, não verbalizei a aceitação. Todavia, em meu coração e mente, ele foi devidamente aceito e, agora, vencido.
Pena que para você poder ler o livro, vai depender das editoras. Não moverei uma única palha atrás de nenhuma. Já passei dessa fase. Quem esgotou seis edições do primeiro livro, “Por uma nova utopia”, de 2 mil exemplares cada, não precisa mais se submeter a esse tipo, digamos, de humilhação.
Se houver interessados na publicação de “Passarela de sonhos”, que entre em contato comigo. Meus e-mails são para lá de conhecidos. Se ninguém se interessar... Paciência! Mas que os contos foram escritos, ah, isso foram! E tudo no ritmo da folia...
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