Friday, February 02, 2007

TOQUE DE LETRA




Pedro J. Bondaczuk

(Fotos: Do site oficial da A. A. Ponte Preta e arquivo)

TÉCNICO TEM QUE TER ESTRELA

Um bom técnico, para vencer na profissão, além de competência e de comando, tem que ter estrela. E isso Nelsinho Baptista mostrou que tem. Estreou com o pé direito na Ponte Preta, quarta-feira, no Majestoso, com uma boa e (convenhamos) surpreendente vitória sobre o Palmeiras, por 2 a 1. Contratado às pressas, na segunda-feira, para substituir Wanderley Paiva, o treinador, que retorna, pela terceira vez ao Majestoso, mal teve tempo de dar um treino coletivo para a equipe. Nessas circunstâncias, resolveu manter o time que jogou (e muito mal) contra o São Bento de Sorocaba no jogo anterior, fazendo somente uma alteração: Carlinhos no lugar de Ricardo Conceição. Mesmo tomando sufoco, do início ao fim, a Ponte Preta se superou. Mostrou uma combatividade que não havia mostrado até então e contou, ainda, com o fator “sorte” (aí é que entra a estrela de Nelsinho Baptista). O Palmeiras criou inúmeras oportunidades claras de gol e só converteu uma. A Macaca teve apenas quatro, mas aproveitou duas. Resultado? Vitória e três pontos a favor na caçapa. Destaque-se, ainda, a quarta excelente atuação consecutiva do goleiro Aranha, que ainda não conquistou a simpatia da torcida, mas que vem fechando o gol com competência e personalidade.

ATAQUE AINDA NÃO DEU O AR DA GRAÇA

O ataque do Guarani ainda não deu o ar da graça neste Campeonato Paulista da Série A-2. Em cinco jogos, marcou um único gol (o outro foi feito pelo lateral Adílio), mostrando, sobretudo, uma contundente falta de pontaria. É verdade que o Bugre apresentou alguma evolução em relação aos seus compromissos anteriores no jogo de quarta-feira, no Estádio Zezinho Magalhães, em Jaú, quando empatou com o XV de Novembro local por 0 a 0. Correu, lutou, brigou (até demais, pois teve dois jogadores expulsos), mas não deu para presentear a sua sofrida torcida com a primeira vitória. Ressalte-se que o árbitro estragou o jogo. Teve uma atuação horrível, embora não tenha beneficiado a nenhum dos times. Não é, portanto, desonesto. Mas é muito ruim! Não serve para apitar sequer uma pelada de fim de semana entre solteiros e casados. A Federação Paulista precisa atentar para esse aspecto, ou seja, para a qualidade das suas arbitragens que, salvo raras exceções, têm sido desastrosas. Aliás, tanto quanto esse ataque do Guarani que, reitero, ainda não deu o ar da graça.

GOLEIRO JÁ MERECE MELHOR TRATAMENTO

O goleiro Aranha, que permaneceu muito tempo no banco à espera de oportunidade – primeiro na reserva do Lauro e depois na do Jean – está tendo a sua grande chance e, a rigor, não vem decepcionando. Pelo contrário! Vem segurando o rojão neste início de temporada, quando o time, ainda em formação, oscila muito durante os jogos e comete falhas e mais falhas de marcação, por falta de entrosamento. Mas Aranha está lá, firme e seguro, fazendo defesas espetaculares e garantindo, ao lado do matador Finazzi, o bicho da moçada. Estranhamente, todavia, o goleirão pontepretano ainda não caiu nas graças da torcida. Fui pesquisar o que aconteceu, para motivar tamanha hostilidade e rejeição a esse prata da casa, e descobri que, no ano passado, numa das partidas que jogou substituindo o Jean, teria respondido com gestos obscenos às críticas dos torcedores àquele time tão ruim, (tanto que acabou rebaixado para a Série B do Campeonato Brasileiro). Contudo, os que fizeram as provocações queriam o que? Que Aranha pulasse o alambrado e lhes desse um beijinho? Ele é uma pessoa normal e reage, como tal, às provocações que recebe. Não fez, portanto, nada demais. É hora do torcedor passar uma borracha no passado e prestigiar seu goleirão, até por uma questão de justiça. E o atleta tem que ser mais comedido, mais maleável às críticas e entender que essa apaixonada torcida é o maior patrimônio que esta querida e centenária instituição chamada Ponte Preta tem. Está mais do que na hora, pois, das partes fazerem as pazes, concordam?

GAROTO TEM CARREIRA CERCEADA

Achei sumamente estranha a atitude da comissão técnica do Guarani em relação ao lateral direito Cicinho, cujo nome de batismo é Daniel, encostado há quase um ano no clube, sem sequer poder treinar com os companheiros. O atleta, procedente do Jabaquara, da Segunda Divisão, foi contratado no período em que Edinho Torres substituiu José Luís Lourenceti na presidência do clube e deu cem por cento do seu passe ao Bugre. Mas sofreu uma contusão no ombro e hibernou por alguns meses no Departamento Médico. O tempo passou, veio uma nova diretoria, o técnico Waguinho Dias (que aprovou a contratação do garoto) saiu, veio Gainete, voltou o treinador anterior e nada do menino ser aproveitado. É verdade que Cicinho segue recebendo seus salários normalmente, ou seja, a merreca de R$ 500,00 mensais, que mal dá para pagar sua passagem para ir ao Brinco de Ouro treinar, mas em separado dos companheiros. Ora, se o jogador não serve nem para compor o elenco, que o clube o libere, para que possa seguir tocando a sua vida. Não vi o menino jogar e nem treinar, mas aposto que ele não é muito pior do que o atual titular da sua posição no Guarani, o Lucas. O mundo da bola tem cada uma! Por que essa birra com um menino humilde e provavelmente de futuro, desde que lhe dêem uma chance?

PIPOCAM ESPECULAÇÕES SOBRE ARMADORES

Que a Ponte Preta precisa de meia armador, para municiar seu homem-gol, Finazzi, é ponto pacífico. E necessita de não apenas um, mas de dois, com boas qualidades técnicas e, sobretudo, com precisão no passe. Comenta-se que o técnico Nelsinho Baptista já teria pedido à diretoria a contratação urgente de atletas para essa posição. E os nomes dos supostos interessados vão desfilando no noticiário, alguns dos quais são em seguida descartados. Estes, provavelmente, são “plantados” por empresários, ávidos por fazerem negócios e empurrar verdadeiros “bondes” para os incautos. Entre os vários supostos candidatos a suprirem essa deficiência da Macaca, foram citados dois ex-palmeirenses, atualmente no Coritiba: Jackson e Cristian. Ontem, surgiu mais uma especulação, desta vez envolvendo o veterano Ramon, que já rodou por uma porção de times e acaba de se desligar do Atlético Paranaense. Se for verdadeiro o interesse da Ponte na sua contratação, sou contrário, e por várias razões. Primeira, é um jogador em fim de carreira. Segunda, é dos tais que freqüentam muito o departamento médico dos clubes por onde passa. Terceira, seu salário supera o teto salarial da Ponte. E, quarta, há atletas jovens, de boa qualidade, baratos, à espera de oportunidade para mostrarem o que sabem. Se for para contratar Ramon, que se promova o menino Ezequiel. Risco por risco, esse, pelo menos, seria muito menor. E a diretoria estaria valorizando uma prata da casa, que pode lhe render uma boa grana no futuro.

VÁ SER DISTRAÍDO ASSIM NA...!

O árbitro Paulo Roberto Ferreira, da Federação Paulista de Futebol, protagonizou, na quarta-feira, no Estádio Augusto Filho, em Rio Claro, um dos episódios mais pitorescos e hilariantes dos últimos tempos. Dado o seu ineditismo, o fato foi divulgado no mundo todo pela imprensa esportiva e gerou muitas gargalhadas. Foi o cúmulo da distração. Os dois times, Rio Claro e Barueri, estavam alinhados em campo, prontos para o início do jogo. O árbitro fez a última checagem do equipamento eletrônico com seus auxiliares, persignou-se e apitou o início da partida. Só que esta não tinha como começar. Faltava o essencial, ou seja, a bola. Ele não se deu conta de que esta não estava em campo, no círculo central, para que se pudesse dar o pontapé inicial. Constrangido, debaixo de gargalhadas de uns e de vaias da pequena torcida presente ao estádio, solicitou que lhe encaminhassem esse principal instrumento de um jogo de futebol. Tudo normalizado, deu início à partida, que terminou empatada por 2 a 2. E Paulo Roberto Ferreira entrou para a história como o árbitro mais distraído do mundo. Vá ser distraído assim na..., no... deixa pra lá!!!

RESPINGOS...

· Os chamados grandes começaram o Campeonato Paulista de 2007 achando que a competição seria uma “moleza”. Ganharam todos seus jogos iniciais. Mas os considerados pequenos cismaram de reagir. O Palmeiras que o diga: depois de empatar com o Grêmio Barueri no Parque Antártica, conheceu sua primeira derrota, diante da minha Ponte Preta, por 2 a 1. Acabou a mamata!
· Já o Corinthians, de Emerson Leão, perdeu a segunda consecutiva. E ambas derrotas foram no Pacaembu. Levou duas chineladas, uma do Ituano e outra do São Caetano.
· O zagueiro Alex Silva, do São Paulo, parece que tomou gosto pela artilharia. Domingo, havia feito um golaço contra o Rio Claro. Ontem, garantiu a invencibilidade tricolor, diante do Santo André, no empate de 1 a 1 com o time do ABC, com um belo gol de cabeça.
· Wanderley Luxemburgo sabe, mesmo, o que faz. Seu time, o Santos, que não é nenhum grande esquadrão, além de garantir 100% de vitórias no Campeonato Paulista, em cinco jogos, derrotou, quarta-feira à noite, o Willsterman, de Santa Cruz da La Sierra, lá na Bolívia, por 1 a 0, no jogo de ida da chamada Pré-Libertadores. Este conhece! Pena que seja tão chato!
· Parece que Wagner Benazzi vai, mesmo, se consagrar de vez na Portuguesa. A Lusa mantém-se na liderança da Série A-2 do Campeonato Paulista, cumpridas cinco rodadas. É o treinador com o qual a torcida da Ponte Preta sempre sonhou.

* E fim de papo por hoje. Entre em contato, para críticas e sugestões.


pedrojbk@hotmail.com

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