Saturday, February 24, 2007
Brasa
Pedro J. Bondaczuk
Eu tenho brasas no peito,
em grandes, ígneos lampejos
porque sinto ser afeito
a conquistar meus desejos.
O meu corpo está queimando,
está ardendo, lentamente,
em desejos, ansiando
por esse seu corpo quente.
É algo que me consome,
com método, com furor.
Querida, eu estou com fome:
com muita fome de amor.
Porque sou fogo que arde,
transforma lenha em carvão.
e, mais cedo ou mais tarde,
desperto sua tensão.
E, bem à minha maneira,
sem qualquer método ou nexo,
mesmo que você não queira,
acendo fogo em seu sexo.
Vencida a resistência,
você entregue, afinal,
hei de amá-la, com ciência,
numa cópula animal.
Eu serei breve e preciso
em meu consciente carinho.
você irá ao Paraíso,
sem que conheça o caminho.
Seu corpo, tenso e vibrante,
se contorcendo, em espasmo,
conhecerá o delirante
prazer que causa o orgasmo.
Satisfeitos, corpos lassos,
os desejos saciados,
mantê-la-ei nos braços,
dormiremos abraçados.
E durante todos dias
de uma vida inteirinha,
mostrarei as alegrias
de você ser sempre minha.
Viverei, com muito amor,
realizado e satisfeito.
Seja minha, por favor,
pois tenho brasas no peito!
(Poema composto em São Caetano do Sul, em 7 de maio de 1964).
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