Tuesday, April 18, 2006

REFLEXÃO DO DIA


Como há 45 anos, no início da década de 60, temos pessoas rebeldes e até em maior número do que naquela ocasião. Mas sua rebeldia é inócua. Trata-se, apenas, de mera auto-afirmação, de uma batalha sem causa, destrutiva, ou, no mínimo, meramente catatônica. Caracteriza-se pelo ceticismo, pelo imobilismo, pela amargura, pelo isolamento. Claro que há exceções, mas estas, infelizmente, são cada vez mais raras. Bandeiras não faltam para serem erguidas. Pelo contrário, existem, e em maior quantidade do que nos anos 60. A maior delas é a da construção de um Brasil justo, próspero e decente, onde as crianças sejam encaradas como o grande patrimônio nacional e não meros estorvos, abandonadas e alvos de impiedosas caçadas. Eis, portanto, uma grande causa para os que se rebelam contra o que aí está.

1 comment:

Anonymous said...

Na época do governo militar veiculava-se nos horários nobres, em todos os canais de televisão um institucional mostrando um grupo de crianças, vestidas de branco, subindo correndo a rampa do palácio, cantando a música de Don e Ravel, " Eu te amo, meu Brasil":

“As praias do Brasil ensolaradas,
o chão onde o país se elevou,
a mão de Deus abençoou
mulher que nasce aqui tem muito mais amor.

O céu do meu Brasil tem mais estrelas,
o sol do meu país mais esplendor.
A mão de Deus abençoou,
em terras brasileiras vou plantar amor.

Eu te amo, meu Brasil, eu te amo!
Meu coração é verde, amarelo, branco, azul anil.
eu te amo, meu Brasil, eu te amo!
NINGUÉM SEGURA A JUVENTUDE DO BRASIL...”

Fui uma das citadas crianças que subia a rampa, enquanto meus irmãos combatiam em seus colégios e universidades a ditadura militar.

Os anos passaram e a juventude está no poder, aquela mesma juventude que a música dizia que ninguém iria segurar.

E então?