Pudesse vê-la sorrindo,
com inocência e candor,
com seu sorriso tão lindo
que só merece louvor,
quão feliz, então, seria,
nesta dura e longa espera,
vivendo minha quimera,
passageira e tão tardia!
Pudesse ouvi-la cantar,
com sua voz maviosa,
alguma canção gostosa,
que falasse em sol e mar,
sei que seria capaz
de até voltar a sorrir
e, com minha alma em paz,
a noite inteira a ouvir.
Pudesse vê-la tão linda,
tal como a via outrora,
creia, com ternura infinda,
sem atraso e sem demora,
reteria, num amplexo,
o seu corpinho bem feito.
Findaria no seu sexo,
num amor total, perfeito,
preso ao feminino encanto
da sua carne cheirosa
que há tempos desejo tanto!
Beijaria os seus olhinhos,
sua boca, rubra flor.
Seus seios, pequenininhos,
sugaria com furor.
O seu corpo, delicado,
beijaria, palmo a palmo,
consciente e deliciado
num amor total e calmo.
Pudesse sabê-la minha,
sem jamais sentir temor
de vir a perdê-la um dia,
eu seria bem mais sério,
conheceria o mistério
de privar do seu amor!!!
(Poema composto em São Caetano do Sul, em 31 de março de 1964).
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