O caminho para o sucesso é áspero e pedregoso e, mesmo assim, quem o percorre jamais tem absoluta segurança de que o vá alcançar. Todavia, essa vereda acidentada deve ser trilhada pois, caso contrário, haverá uma certeza, porém desagradável: jamais o êxito – dependendo do que cada um considere que ele seja – será obtido.
É o que ocorre, atualmente, no Brasil. Por serem sacrificadas, as pessoas não estão dispostas a mais sacrifícios. Várias gerações cresceram, amadureceram e morreram ouvindo a afirmação de que este era o país do futuro. Chegaram, até mesmo, a dizer que “Deus é brasileiro”, dada a excelência do solo, do clima e das condições geológicas desta parte do mundo.
No entanto, o que observamos, estarrecidos e atemorizados, é um contínuo retrocesso nacional, pelo menos no que diz respeito aos parâmetros sociais. Hoje, de açodo com dados estatísticos existentes em profusão, o Brasil é uma das sociedades mais injustas do Planeta.
Os políticos culpam-se, uns aos outros, pelo que está ocorrendo. Outros, atribuem o nosso atraso à origem étnica. Claro que é uma grande bobagem! Outros, ainda, descambam para o instável terreno ideológico, para tentar explicar o inexplicável. Onde está o nosso problema? Por que o País perdeu as décadas de 80 e 90, em termos de desenvolvimento?
A argumentação da origem étnica, reitero, é uma grande baboseira. Aliás, pelo contrário, a miscigenação tende a ser até um fator favorável. Jorge Amado constatou, em matéria publicada em 1991, pela revista “Superinteressante”: “O brasileiro tem uma capacidade sem limite de viver num país onde a qualidade de vida é péssima. Só há um motivo para que o brasileiro seja tão maravilhoso: a mestiçagem”.
Será que cada um de nós está fazendo, de fato, o melhor não somente para si, mas para a comunidade em que vive? Muitos asseguram que fazem o que podem. O estadista britânico, Winston Churchill, tem uma frase lapidar para essas pessoas: “Não tem sentido dizer que fazemos o melhor que podemos. Temos que conseguir fazer o que é necessário”.
Como saber isso, todavia? É preciso sinceridade e muito rigor analítico, que somente alguns poucos sábios conseguem desenvolver. A tendência natural do ser humano é sempre achar que faz demais, mesmo que não faça nada que seja de fato valioso.
O poeta norte-americano Robert Frost afirmou, em certa ocasião, que “há que se amar o que é digno de ser amado e odiar o que é odioso, mas faz falta um bom critério para distinguir entre um e outro”. Por exemplo, muita gente – e isto não ocorre apenas no Brasil – considera o trabalho “um castigo”. Essas pessoas afirmam que o ideal do homem é “gozar a vida”. Não entendem que é através de obras que deixam sua marca no mundo.
Na corrida pelo desenvolvimento, não há caminhos suaves. A fórmula do sucesso é uma só: trabalhar, trabalhar e trabalhar. Mas não como um burro de carga, que carrega enormes fardos, sem nenhuma consciência do que e porque faz. O trabalho tem que ser objetivo, disciplinado, racional e constante. Ele pode não ser garantia de sucesso, mas sem esse esforço planejado, o atraso, o esquecimento e a miséria são resultados mais do que certos. É a lei da vida...
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