Ameaça de blecautes
Pedro J. Bondaczuk
O País convive ainda com os
riscos de novos blecautes nos principais centros urbanos, em especial
da Região Sudeste (a de maior demanda), como os que afetaram a área
em meados do ano passado. Não os causados pela queda de torres de
transmissão na região de Foz do Iguaçu, em outubro, em decorrência
de vendavais, que foram acidentais. Mas os provocados pela súbita
queda de fornecimento verificada em maio, por causa do excesso de
consumo.
O risco de novos blecautes,
apesar da economia gerada pelo horário de verão, apenas será
afastado de vez (ou pelo menos reduzido) com o aumento da oferta, que
vai acontecer só em março próximo, conforme programação da
Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
É que para esse mês, quando
se espera, igualmente, uma retomada da atividade econômica (pelo
menos é esta a estimativa dos economistas), está prevista a entrada
em operação da Usina Hidrelétrica da Serra da Mesa, em Goiás,
interligada ao Sistema Furnas. Serão mais 1,3 mil megawatts à
disposição dos consumidores.
Mas o Brasil precisa de novos
e ousados investimentos no setor, para a construção de mais
unidades geradoras de eletricidade, além da conclusão de 24 outras
cujas obras estão paradas por falta de dinheiro e para a ampliação
de usinas já existentes. A expectativa é que a privatização no
setor de geração de energia favoreça isso. A iniciativa privada
tem mais condições de alocar esses recursos.
(Editorial número dois,
publicado na página 2, Opinião, do Correio Popular, em 10 de
janeiro de 1998).
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