Tuesday, January 16, 2018

Clima de expectativa


Pedro J. Bondaczuk

A cidade vive o clima de expectativa pela posse do prefeito eleito, Hélio de Oliveira Santos, dentro de três semanas, em 1º de janeiro de 2005, para um mandato de quatro anos. Com ele, serão empossados os 33 vereadores, consagrados pelas urnas em outubro passado, parte dos quais é inexperiente nas lides parlamentares e precisará se adequar às suas funções.

É muito importante, se não indispensável, que a nova administração municipal adote, logo de cara, medidas de impacto, que conquistem a simpatia da opinião pública e a confiança principalmente dos que votaram no candidato derrotado no Segundo Turno. Os primeiros meses de gestão são sempre, via de regra, uma espécie de lua de mel entre o eleito e os cidadãos, seja em qual nível da administração que for: municipal, estadual ou federal. É um período de trégua, em que praticamente não existe oposição. Depois disso…

Os dois últimos governos, notadamente o de Izalene Tiene, que está em final de mandato (mas também o de Francisco Amaral), enfrentaram forte hostilidade por parte de alguns setores da sociedade, que não lhes deram a menor folga, o que reduziu, e muito, sua margem de apoio. É mister que o novo administrador, porém, governe para todos os campineiros, de todos os segmentos sociais (e não somente para os que o elegeram) de forma justa, equânime e equilibrada. Que seja maleável, aberto ao diálogo e saiba, sobretudo, definir prioridades.

Uma das características desejáveis no novo prefeito é que tenha capacidade de negociação, até porque vai precisar, e muito, disso. Afinal, vai assumir tendo como contrapeso uma Câmara de Vereadores teoricamente opositora. Para aprovar os projetos indispensáveis à sua administração, portanto, precisará saber convencer os parlamentares contrários da sua necessidade e da sua pertinência, isto se não quiser ficar travado em sua gestão.

Outra coisa que Hélio de Oliveira Santos prometeu fazer, durante a campanha, e que se espera que venha a cumprir, após a posse, é a busca de parcerias com a iniciativa privada, para financiar determinadas obras inadiáveis, para as quais faltam recursos do Poder Público. Problemas, certamente, não irão faltar em sua gestão (pelo contrário), mas o potencial de Campinas é suficiente para que ele encontre, com sabedoria e bom senso, as devidas soluções.

Espera-se que o novo prefeito obtenha, também, o prometido e necessário respaldo financeiro do Palácio do Planalto, cujo apoio político foi decisivo para a sua eleição. Uma das medidas que deverá tomar será a de tentar renegociar a imensa dívida da cidade, que vem consumindo preciosos reais, em juros, e que deixam, por consequência, de ser investidos em educação, em saúde, em obras públicas e em saneamento básico, entre outras coisas, desta gigante metrópole.

Se conseguir cumprir metade do que prometeu em palanque, fará, certamente, uma boa administração e terá condições de aspirar, tranquilamente, uma possível reeleição em 2008. Caso contrário...

(Editorial publicado em 7 de dezembro de 2004 no jornal “Folha Regional”).



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