Friday, January 12, 2018

As cartas estão na mesa



Pedro J. Bondaczuk


A campanha com vistas às eleições municipais deste domingo chegam ao fim, sem que parcela considerável do eleitorado ainda tenha definido o seu voto. Uma olhada apressada nas várias pesquisas de opinião tende a sugerir que os dois candidatos que vão disputar o Segundo Turno já estariam definidos. Basta, porém, uma análise cuidadosa nos números para desfazer, de pronto, essa impressão.

É até redundante afirmar que em eleições, tudo pode acontecer. E, como em qualquer disputa, ninguém vence de véspera. Muito menos nesta. As pesquisas revelam um percentual em torno de 20% de indecisos. Caso esses eleitores resolvam votar, por exemplo, no terceiro colocado, este irá para o Segundo Turno com folga, assumindo a liderança e cotado a conquistar a Prefeitura.

Só que agora a sorte está lançada. O que tinha que ser feito, já foi (ou deixou de ser) por parte dos candidatos e, principalmente, dos coordenadores das campanhas. As cartas, enfim, estão na mesa. Quem tinha cacife, vai comemorar. A maioria, porém, verá o sonho de governar a cidade ir para o espaço ou ser adiado por outros quatro anos.

A rigor, nenhum dos postulantes à sucessão de Izalene Tiene mostrou ter o carisma de um Magalhães Teixeira, de um Francisco Amaral (que governou Campinas em duas oportunidades) e muito menos de um Antônio da Costa Santos, o saudoso Toninho, entre tantos políticos que se destacaram na vida pública desta progressista metrópole.

A campanha deste ano, embora das mais civilizadas, comportada e sem os ataques pessoais que caracterizaram muitas outras, teve a marca da mesmice. Foi monótona, chata, sem brilho: Daí não ter empolgado os eleitores. As propostas de governo pareciam todas copiadas umas das outras, em muitos casos sem a mínima variação.

As próximas horas devem ser caracterizadas pela análise, pela reflexão e pela definição do voto por parte dos 20% dos indecisos. Não custa reiterar as recomendações, óbvias, porém sempre válidas, pela sua correção e bom senso. Não se deve votar pela aparência dos candidatos, ou pela fluência do seu discurso, ou pelas promessas que fez, pelo menos não apenas por isso.

Não se pode escolher, também, quem lhe ofereça vantagens pessoais. Principalmente neste caso, quem agir dessa forma não pode mesmo ser eleito. Não o estará convencendo, mas o subornando. Voto não se compra, se conquista. Eleitor não se alicia, se convence. Pense nisso e vote com consciência. Agindo assim, as possibilidades de errar são muito pequenas. E que vença o melhor!


(Editorial da Folha do Taquaral redigido em 28 de setembro de 2004).




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