Saturday, July 24, 2010




Soneto à doce amada - LXXX

Pedro J. Bondaczuk

Como se de rico e frágil cristal
fosse forjada, temo até tocá-la,
quando os olhares se cruzam na sala
iluminada de aura irreal.

Quando ela passa, cabelos ao vento,
a natureza desperta e sorri...
Eu pasmo, estático, parado ali
junto ao portão, em meu encantamento

esqueço deste mundo a infâmia imensa!
Pois em minha emoção, assaz intensa,
qual João Ramalho a contemplar Bartira,

esqueço-me do mundo, do ódio e da ira,
das traições, desencantos, mentira
estático, amada, em sua presença...

(Soneto composto em Campinas, em 28 de junho de 1967).

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