Thursday, December 27, 2007

Limpeza da mente


Pedro J. Bondaczuk


A mais fascinante (e importante) descoberta que um homem pode fazer ao longo da sua vida não se refere a algum princípio científico, ou processo tecnológico, ou localização de planetas ou galáxias desconhecidos. É a da sua própria pessoa. Não nos conhecemos, embora achemos que sim. Não sabemos qual é o nosso verdadeiro potencial e sequer temos noção da quantidade (e qualidade) do acervo de informações, sensações e emoções "estocado" em nosso subconsciente. A forma de realizarmos esta aventura, essa caça ao tesouro, essa busca da pedra filosofal da suprema sabedoria, é uma só: a meditação.

Meditar era prática corriqueira dos grandes místicos, dos guias espirituais que transformaram a humanidade e serão venerados por todos os tempos pelo legado de santidade que nos deixaram. Jesus Cristo, após seu batismo no Rio Jordão, retirou-se para o deserto por quarenta dias para esse fim. Sidarta Gauthama atingiu o estado de "Buda" (iluminação) através desse meio. Maomé teve o encontro com o anjo Gabriel, quando recebeu a revelação, durante um retiro espiritual.

Jiddu Krishnamurti explica a esse respeito: "Meditar é purgar a mente de todas acumulações, é a eliminação do poder de juntar, de identificar, de tornar-se; desistência natural do autocrescimento, do autopreenchimento; meditar é livrar a mente da memória e do tempo". É apenas através do caminho da meditação que chegaremos às grandes verdades transcendentais, à unidade cósmica que é a essência da divindade, à harmonia universal.

E como esse exercício deve ser feito? Existem técnicas, momentos e lugares adequados? Quais os requisitos exigidos? Krishnamurti responde: "A meditação não é consciente, nem requer determinadas posturas. Aquele que medita não tem consciência de que está meditando. Se alguém medita deliberadamente, essa é uma outra forma de desejo". A condição básica, portanto, para a meditação é esse expurgo da mente. É o relaxamento, a serenidade, a respiração lenta, profunda e pausada. Pois como destaca o guru indiano: "Quando a mente está toda vazia, em completo silêncio, ela é capaz de renovar-se inteiramente, sem pressões externas, alheia a circunstâncias. Então ela é clara, cristalina e há nela uma alegria que não é mero prazer".

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